Pretende Preparar-se Fora?

Denis Furtado, chamado de Dr. Bumbum, nunca fez casa médica. Não tem título de especialista em cada área acordada da Medicina, como dermatologia e operação plástica. No currículo, informou ter pós-graduações em corporações que, na verdade, não são conhecidas pelo Ministério da Educação. Mesmo desta maneira, ele oferecia procedimentos - preenchimento de glúteo e botox - normalmente efetuados por dermatologistas e cirurgiões plásticos que, para adquirir o título de especialistas, precisaram atravessar por anos de residência médica e aprovação em prova oral e escrita. Furtado foi preso pela quinta-feira junto com a mãe, Maria de Fátima Barros. Os 2 estavam foragidos desde o início da semana e eram procurados na polícia.

O médico é investigado pela morte de uma de suas pacientes, a bancária Lilian Calixto, de quarenta e seis anos, após um procedimento estético de preenchimento dos glúteos. Todavia por que, afinal, Dr. Bumbum podia atuar sem especialização? De acordo com o Conselho Federal de Medicina, não há, pela legislação brasileira, nada que evite um médico formado de atuar em cada área da Medicina, da mais acessível à mais complexa. O que nenhum médico podes fazer é se expor como "especialista" em alguma modalidade conhecida da Medicina, se ele não cumprir os requisitos das sociedades de cada especialidade.

Pra ser cirurgião plástico, tendo como exemplo, é necessário fazer 3 anos de moradia em operação geral e outros 2 em cirurgia plástica, e também ir por prova escrita e oral da Nação Brasileira de Operação Plástica. Pra ser dermatologista, também é preciso fazer casa ou especialização em universidade credenciada, e atravessar por prova. O médico Denis Furtado se apresentava nas mídias sociais como "médico pós-graduado em dermatologia pela ISBRAE, modulação hormonal na BARM, e medicina estética na ASIME". De acordo com o Ministério da Educação, das três corporações argumentadas, só a ISBRAE (Instituto Brasileiro de Ensino) podes doar cursos de pós-graduação, por ser associada a uma universidade.

Entretanto a ISBRAE informou à BBC News Brasil que Furtado começou o curso de dermatologia e não finalizou. Portanto, ele não retém certificação de lá. Segundo o MEC, nem ao menos a BARM (Brasil-American Academy for Integrative and Regenerative Medicine) nem ao menos a ASIME (Associação Internacional de Medicina Estética) tem registro como organizações de ensino superior - condição para oferecer curso de pós-graduação. Ao buscar contato com a ASIME, a BBC News Brasil foi informada de que essa liga não existe mais. A BBC News Brasil tentou ligar no telefone disponibilizado no web site da BARM mas o número não funciona. Bem como encaminhou e-mail, mas não recebeu resposta.

Por que alguns médicos escapam da especialização? O cirurgião plástico Sergio Bocardo, filiado da Sociedade Brasileira de Operação Plástica, destaca que a especialização leva tempo e custos. Assim sendo, alguns médicos tentam suprimir caminho fazendo cursos não licenciados pelo MEC, em áreas não conhecidas da Medicina. Furtado, a título de exemplo, se dizia especialista em "medicina estética", que não é uma especialidade reconhecida - não há cursos de casa, nem sequer comunidade que regule este setor.

Bocardo, que é chefe do serviço de operação plástica do Hospital Ipanema, no Rio de Janeiro. Como não há lei que impeça um médico sem especialização de atuar, os conselhos de medicina focam em tentar evitar propaganda enganosa, para que os pacientes não sejam manipulados na hora de contratar o profissional. Um médico não poderá, a título de exemplo, se anunciar como especialista nem ao menos mentir aos pacientes a respeito da formação acadêmica. Ademais, não poderá dar garantias de resultados.

Até as famosas fotos de "antes e depois" conseguem ser enquadrada nessas proibições, segundo o Conselho Federal de Medicina. A pena para as pessoas que infringe as chamadas "regras de publicidade médica" vai de advertência até a cassação do registro profissional, que significa o fim da carreira, em razão de o profissional fica para todo o sempre impedido de exercer a medicina. laudo de spda pararaios de Medicina bem como informou que, pra atuar em cada Estado, o médico necessita requisitar registro no Conselho Regional de Medicina daquela vila.

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Um dos objetivos é permitir que o paciente possa prestar queixa em caso de complicações ou problemas. Furtado tinha registro para atuar como médico em Brasília e Goiás, no entanto não no Rio de Janeiro, onde o procedimento de Lilian Calixto foi feito. O cirurgião Sérgio Bocardo recomenda que, ao fazer preenchimentos ou procedimentos estéticos mais invasivos, o paciente cheque se o médico fez residência em dermatologia ou operação plástica, ou apurar se fez cursos em organizações reconhecidas pelo MEC. Ele diz que agora recebeu dezenas de pacientes com deformidades causadas por procedimentos mal feitos.

No caso de Lilian Calixto, a suspeita é de que ela tenha tido uma embolia pulmonar por conta do uso excessivo de PMMA (polimetilmetacrilato), no procedimento de preenchimento de glúteo. A substância, composta por microesferas de um equipamento semelhante com plástico, é aprovada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todavia é indicada somente pra exercício em pequenas quantidades. De acordo com a Sociedade Brasileira de Operação Plástica, o PMMA não necessita ser usado em áreas extensas do corpo humano, como glúteos.

Além de teoricamente ter usado uma substância considerada inadequada para o procedimento, Furtado fez a bioplastia em Lilian Calixto no apartamento dele, pela Barra da Tijuca. A paciente teria passado mal muitas horas depois e foi levada ao hospital Barra D'Or pelo próprio Furtado, no sábado à noite. No domingo, ela morreu.