Livro de valter hugo mãe.

WILD RELEASE NOTES:

Libertado no Pavilhão Bookcrossing/LEM - Lisboa Encruzilhada de Mundos na Feira do Livro de Lisboa, entre 30 de Abril e 17 de Maio, no Parque Eduardo VII em Lisboa

Pois é... Por muito que as expectativas não fossem elevadas, eu bem que temia que o livro me decepcionasse... E a verdade é que este autor que acha que as maiúsculas são sinal de elitismo entre as palavras e por isso mesmo as eliminou (esquecendo-se ele de que quando escrevemos uma palavra com maiúscula, não é à palavra em si que queremos dar importância, mas sim àquilo que ela designa) decepcionou...

Achei este livro tremendamente aborrecido, ainda que se leia com relativa facilidade (daí que não tenha desistido de o ler a meio). É muito pouco o sumo que dele se extrai. Não acho que a ideia de uma mulher pobre que vive em Bragança e que é violada com consentimento pelo seu patrão (e não só) e à noite sonha permanentemente com o São Pedro esteja bem tratada ou até mesmo que seja interessante. Já para não falar de um casal de meia-idade que vive perdido no meio da loucura e que tem saudades do filho. Qual a relevância disso tudo?

Não senti absolutamente nada que este livro seja um retrato de uma época ou de uma sociedade (até porque põe personagens pobres e ignorantes a falar de forma erudita). Destas quase 200 páginas apenas destaco as personagens Quitéria (pelo seu pragmatismo levado ao extremo) e o seu amado Andriy (que acaba por falhar na sua vontade de se tornar numa máquina, muito por causa do nosso velho e conhecido amor).

Enfim, não dou o tempo que dei a ler este livro como perdido de todo, mas sinceramente, pensava que ia encontrar mais e melhor.

Espero que os futuros leitores aproveitem mais do que eu o que o livro tem de bom...

Aqui estão as regras para um BookRing bem sucedido:

1. É dado como indicador o prazo de 1 mês para lerem o livro, mas podem lê-lo de acordo com o vosso ritmo próprio. No caso de precisarem de mais tempo, mantenham-nos actualizados para que os leitores seguintes saibam que o livro não está esquecido;

2. Façam uma "Journal Entry" quando receberem o livro e outra quando acabarem de o ler, com a vossa opinião o mais completa possível.

3. Estão completamente à vontade para sublinharem e fazerem notas à margem do texto, mas façam-no a lápis.


Este livro vai passar pelas mesinhas-de-cabeceira de:
- Marcenda
- olhosdegato
- TonyAlmeida
- irusdodot
- PiPmts
- EvaLunaSylva
- AnjoDiogo

Obrigada, Jota-P. Mal posso esperar para começar a lê-lo, mas infelizmente não pode ser já.

Não gostei deste livro por tantas razões que nem sei se consigo escrevê-las todas. Uma ressalva, em 1.º lugar: vhm escreve muito bem e tem uma linguagem muito poética. Não há pontapés na gramática nem grosserias linguísticas nem pobreza de vocabulário. Ao contrário do que eu esperava, a história das minúsculas incomodou-me e muito, porque dificulta a leitura até quase ao impossível. As 'bolinhas pretas' dos pontos finais, no decorrer da leitura, confundem-se facilmente com vírgulas. Uma das vezes tive de voltar atrás 3 páginas para confirmar que porto era Porto cidade e não porto de mar, pois no contexto não se percebia. Depois há a história, que não há. Há histórias. O núcleo ucraniano daria facilmente um conto, e bem interessante. Foi de longe o que mais me agradou no livro. Aquelas mulheres de Bragança são uma obra-prima de misoginia: amam quem as viola e anseiam por fazer-se violar fisica e psicologicamente. Tudo isso estaria muito bem se alguma coisa nos indicasse que não é assim que o autor vê o sexo feminino em geral, mas não há uma única figura feminina redentora na história (excepto talvez a mãe ucraniana, que ilustra bem o adágio 'As mulheres ou são mães ou são putas'). Há uma frase que resume, no meu entender, aquilo que vhm pensa das mulheres: 'nós damos tudo, somos umas choronas e, mesmo que digamos que queremos ser tratadas por igual, o que queremos nós de verdade, queremos que tomem conta de nós, que nos protejam e nos deixem ser como as idiotas das nossas avós, umas fúteis sem preocupações com o mundo'. Depois há duas personagens que entram lá para depois do meio do livro sem que se entenda que diabo vão elas ali fazer. Parece que iam a passar, viram o livro e entraram. Ou então parece que o autor reviu o manuscrito, achou que tinha poucas páginas e resolveu meter para lá mais palha. Em resumo, embora tenha gostado imenso da conversa com vhm na Convenção do BC, não tenciono ler mais nenhum romance dele, porque este custou-me horrores a levar até ao fim, e foi sempre uma leitura desagradável e irritante. Estou na disposição de experimentar a sua poesia, que acho talvez mais apropriada ao seu universo linguístico. Segue em breve para @ olhos-de-gato.

Seguiu hoje para o olhosdegato com mil desculpas pelo atraso.

Chegou hoje. Obrigado Jota-P e Marcenda.
Vou tentar não demorar muito.
Boas Leituras!!

Leitura terminada. Que dizer...posso dizer que não me entusiasmou, um livro de personagens vulgares e banais. Um livro que não me trouxe nada de novo, além da ausência de maiúsculas.
Não penso voltar tão cedo a vhm.

Vai seguir amanhã para o TonyAlmeida.
Boas leituras.