A Viagem do Elefante
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Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante.
Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.
Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante.
Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.
Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.
Journal Entry 2 by malmequer from Coimbra (cidade), Coimbra Portugal on Wednesday, February 10, 2010
O título do livro é elucidativo: conta-nos a viagem que o elefante Salomão faz de Lisboa até Viena, acompanhado pelo seu cornaca.
Gostei sobretudo daquilo de que gosto sempre em Saramago: o constante interpelar do leitor e a provocação. Agradou-me ainda a história de amizade entre o elefante e subhro e a caracterização indirecta de Salomão que o torna muito próximo de um ser humano.
No entanto, ao contrário dos últimos romances que li deste autor, este não é um livro que nos deixe ansiosos por saber o final. Em vez disso, permite-nos ler devagar, sem pressa de chegar ao fim da viagem (a deles e a nossa).
Gostei sobretudo daquilo de que gosto sempre em Saramago: o constante interpelar do leitor e a provocação. Agradou-me ainda a história de amizade entre o elefante e subhro e a caracterização indirecta de Salomão que o torna muito próximo de um ser humano.
No entanto, ao contrário dos últimos romances que li deste autor, este não é um livro que nos deixe ansiosos por saber o final. Em vez disso, permite-nos ler devagar, sem pressa de chegar ao fim da viagem (a deles e a nossa).