A Relíquia
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Journal Entry 1 by bibliotelheiras from Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Monday, December 10, 2007
Romance onde Eça critica mais uma vez a sociedade portuguesa do seu tempo, neste caso através da natureza da devoção e dos seus efeitos.
Mais um a livro a que não consegui resistir... Nota mental: a próxima vez que for à Biblioteca de Telheiras, tenho de levar uns quantos livros para "a troca"... Não é justo que só traga livros e não deixe lá nenhum!
Que rica Relíquia que Eça nos oferece nestas pouco mais de 250 páginas. Como de resto, já nos tem habituado em todos os outros seus livros, o autor escreve de maneira absolutamente irrepreensível. A adjectivação inesperada, a crítica social, seja ela directa (através da boca das personagens) ou indirecta (através dos próprios actos das personagens em determinadas situações), veio reforçar a ideia de que este é realmente um dos meus autores portugueses preferidos de sempre.
No entanto, temo bem que este não seja o livro de Eça de Queirós de que mais gostei de ler. Para isso, contribuiu grande parte do corpo central do livro, especialmente a «jornada ao passado» como a certa altura lhe chama Topsius, ou seja, o sonho do Teodorico Raposo à Jerusalém de Jesus. Toda a narração é, sem desprimor para a capacidade narrativa de Eça, maçadoramente desinteressante. Exceptua-se apenas a sua parte final, em que um Eça descrente e ateu, republicano e liberal, narra «a lenda inicial do Cristianismo» (pág.210), o mesmo é dizer a (não) ressureição de Cristo.
Este Teodorico Raposo, a personagem principal, é sem dúvida uma das personagens mais castiças que já tive oportunidade de conhecer até hoje. Um fanfarrão, muito orgulhoso das suas barbas viris, mulherengo inveterado, mas mais convencido que bem sucedido (como acabam por demonstrar as infidelidades das mulheres com quem vai conseguindo ter relações amorosas), mas acima de tudo, ridiculamente cómico. A única coisa que chega a chocar mais nesta personagem rocambolesca é o facto de ser tão interesseiro ao ponto de querer «apressar a obra lenta da morte», chegando mesmo a dar-lhe ganas de «espancar aquela velha» (pág.242). É verdade que ninguém merece uma tia como aquela «horrenda» D.Patrocínio, mas desejar tal sorte à senhora, teria como inevitável desfecho aquele que realmente acaba por suceder. Ainda vemos, quase no fim da história, uma espécie de redenção do ilustre mentiroso, mas não é que Teodorico, mesmo depois de ser visitado pela própria consciência, não aprendeu a lição? (Como não poderia deixar de ser, ou não fosse Eça o mestre na descrição das ironias - pelo menos daquelas em que nos deixamos cair - da vida).
Gostei bastante deste livro. Obrigado à bibliotelheiras por terem posto este livro à disposição e, assim, de o poder adicionar ao Desafio do Alfabeto de Autores (letra Q). Não ficará muito tempo retido comigo, pois é necessário que continue a sua viagem por esse mundo fora.
No entanto, temo bem que este não seja o livro de Eça de Queirós de que mais gostei de ler. Para isso, contribuiu grande parte do corpo central do livro, especialmente a «jornada ao passado» como a certa altura lhe chama Topsius, ou seja, o sonho do Teodorico Raposo à Jerusalém de Jesus. Toda a narração é, sem desprimor para a capacidade narrativa de Eça, maçadoramente desinteressante. Exceptua-se apenas a sua parte final, em que um Eça descrente e ateu, republicano e liberal, narra «a lenda inicial do Cristianismo» (pág.210), o mesmo é dizer a (não) ressureição de Cristo.
Este Teodorico Raposo, a personagem principal, é sem dúvida uma das personagens mais castiças que já tive oportunidade de conhecer até hoje. Um fanfarrão, muito orgulhoso das suas barbas viris, mulherengo inveterado, mas mais convencido que bem sucedido (como acabam por demonstrar as infidelidades das mulheres com quem vai conseguindo ter relações amorosas), mas acima de tudo, ridiculamente cómico. A única coisa que chega a chocar mais nesta personagem rocambolesca é o facto de ser tão interesseiro ao ponto de querer «apressar a obra lenta da morte», chegando mesmo a dar-lhe ganas de «espancar aquela velha» (pág.242). É verdade que ninguém merece uma tia como aquela «horrenda» D.Patrocínio, mas desejar tal sorte à senhora, teria como inevitável desfecho aquele que realmente acaba por suceder. Ainda vemos, quase no fim da história, uma espécie de redenção do ilustre mentiroso, mas não é que Teodorico, mesmo depois de ser visitado pela própria consciência, não aprendeu a lição? (Como não poderia deixar de ser, ou não fosse Eça o mestre na descrição das ironias - pelo menos daquelas em que nos deixamos cair - da vida).
Gostei bastante deste livro. Obrigado à bibliotelheiras por terem posto este livro à disposição e, assim, de o poder adicionar ao Desafio do Alfabeto de Autores (letra Q). Não ficará muito tempo retido comigo, pois é necessário que continue a sua viagem por esse mundo fora.
Este livro seguiu ontem para a semidio que o ganhou no âmbito do RABCK organizado por mim para comemorar o meu 5º Aniversário BC. Espero que gostes!
Já chegou.
Muito obrigada por este sorteio e pelo livro!
Depois de o ler, tentarei dar-lhe o melhor seguimento possível.
Obrigada!
Muito obrigada por este sorteio e pelo livro!
Depois de o ler, tentarei dar-lhe o melhor seguimento possível.
Obrigada!