Alencar Almeida é um personagem inventado pelo jornalista Guilherme Azevedo. É um repórter indignado, numa grande redação de jornal, absorvido pelas relações perversas entre patrão e empregado, sistema e indignação, capitalismo e revolução. Esse personagem – uma espécie de resistente ideológico pós-68 – transita com muita dificuldade entre as leis de mercado. E revela as incoerências entre o fazer jornalístico cotidiano e a aura em que está submetida a moral jornalística, envolta ideologicamente por ditames éticos, boa-intenção e transformação social, mas que não se atreve a enfrentar a rua e, com ela, a realidade que não se estampa nos jornais.
As histórias são boas, o estilo, também. Mas, ao final, tudo pode parecer muito anacrônico. Comunista demais, para usar uma expressão curta-e-grossa.