Jornalismo Político
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O papa e o pai-nosso
Franklin Martins – entrevistado dessa edição de IMPRENSA – acaba de estrear no mundo das letras e lança Jornalismo Político, complementando a coleção que a Editora Contexto dedica as diversas áreas e editorias do jornalismo. Obedecendo à orientação editorial da coleção, que privilegia informações básicas e relatos pessoais para os iniciantes no mundo da comunicação e do jornalismo, o livro trata-se de um catecismo do jornalismo político que não deve deixar de ser lido por estudantes e interessados. Menos por seu caráter didático – afinal, o livro, preocupado com os meandros mais obscuros acaba por não revelar completamente aquilo que é institucional – e mais pela própria trajetória de Martins e pela equilibrada análise que faz do mundo palaciano do Planalto.
Como em boa parte dos livros dedicados aos neófitos do jornalismo, o discurso sobre a prática da profissão ainda se revela permeado por uma paixão excessivamente motivadora. Aquela velha história do sacerdócio, a evocação da ética do marceneiro de Cláudio Abramo, as dicas para a produção de um bom texto. Para além de pontos que alicerçam a identidade do jornalista, há que se perguntar se esse discurso não esteja velho demais. Os catecismos dedicados ao jovens jornalistas, há pelo menos 10 anos, rezam o mesmo pai-nosso. Isso pode significar, numa rápida dedução, ou que as demandas do novo jornalista não mudaram ou que os grandes nomes do jornalismo não têm tido feeling para percebe-las, no dia-a-dia apressado das redações, quando os relógios parecem operar apenas com 16 horas, em vez das 24.
O pai-nosso, a propósito, pode até ser o mesmo. Mas vale a pena ler o catecismo de Franklin Martins, que, dado ao equilíbrio e humildade silenciosa, é o mais sólido comentarista político dos nossos dias.
Franklin Martins – entrevistado dessa edição de IMPRENSA – acaba de estrear no mundo das letras e lança Jornalismo Político, complementando a coleção que a Editora Contexto dedica as diversas áreas e editorias do jornalismo. Obedecendo à orientação editorial da coleção, que privilegia informações básicas e relatos pessoais para os iniciantes no mundo da comunicação e do jornalismo, o livro trata-se de um catecismo do jornalismo político que não deve deixar de ser lido por estudantes e interessados. Menos por seu caráter didático – afinal, o livro, preocupado com os meandros mais obscuros acaba por não revelar completamente aquilo que é institucional – e mais pela própria trajetória de Martins e pela equilibrada análise que faz do mundo palaciano do Planalto.
Como em boa parte dos livros dedicados aos neófitos do jornalismo, o discurso sobre a prática da profissão ainda se revela permeado por uma paixão excessivamente motivadora. Aquela velha história do sacerdócio, a evocação da ética do marceneiro de Cláudio Abramo, as dicas para a produção de um bom texto. Para além de pontos que alicerçam a identidade do jornalista, há que se perguntar se esse discurso não esteja velho demais. Os catecismos dedicados ao jovens jornalistas, há pelo menos 10 anos, rezam o mesmo pai-nosso. Isso pode significar, numa rápida dedução, ou que as demandas do novo jornalista não mudaram ou que os grandes nomes do jornalismo não têm tido feeling para percebe-las, no dia-a-dia apressado das redações, quando os relógios parecem operar apenas com 16 horas, em vez das 24.
O pai-nosso, a propósito, pode até ser o mesmo. Mas vale a pena ler o catecismo de Franklin Martins, que, dado ao equilíbrio e humildade silenciosa, é o mais sólido comentarista político dos nossos dias.
