“É, também, como um inquérito à vida social do mundo aristocrático, literário, dos ricos e dos politicos. O enredo afirma ainda mais acentuadamente o negativismo da intenção moralizadora de Eça. Ele quis destruir para edificar.
A depravação moral é ainda mais funda. Eça escalpeliza-a caricaturalmente na sociedade lisboeta do séc. XIX.
A obra vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e pinta as situações. Alencar é a caricatura da literatura ultra-romântica.
Em Os Maias, Eça afirma a sua compreensão do naturalismo quando nos oferece um Pedro, produto da hereditariedade e o caso patológico do incesto – pois Carlos, como a mãe, era apenas instinto, desejo, produto, também, do meio, como outras personagens da obra, nomeadamente a irmã e Eusébio em que o físico e o psíquico são consequentes do meio em que se formou.
É um romance aberto como crónica de costumes (subtítulo) e fechado quanto à intriga – amores de Carlos e Maria Eduarda (título).”