Rachel de Queiroz aqui está na plenitude da sua condição de cronista. Ela prossegue a sua obra de comentadora da vida, atenta a todos os fatos, ávida, deliciosa. Em "O caçador de tatu", de 58 crônicas, escolhidas por Herman Lima, vemos a famosa crônica "Carta a Gilberto Amado", de 1961, sobre a morte de Vera Amado Clouzot. Gilberto estava em Nova Iorque e Rachel lhe envia uma bela palavra de conforto e solidariedade, chamando-lhe de guerreiro. O livro se encerra com um "Bilhete para Herman Lima", muito ao jeito Rachel de Queiroz, com desenvoltura, leveza e graça. Lemos uma "Pequena cantiga de amor para Nova Iorque", que ela descobria. E há um admirável texto sobre Churchill. Rachel se interessa por tudo, por todos os problemas humanos, todas as perspectivas, todos os desafios da realidade. Antes das crônicas sobre a viagem à Amazônia, surge a crônica "Irmão", que é ma comovente rajada de saudade. Porque Rachel de Queiroz é sempre antes e acima de tudo afetividade intensa. E com que habilidade sabe fazer o balanço de toda uma geração, a dela, com realismo, com sinceridade, com objetividade.

Pegue, leia e liberte o livro para outra pessoa ler.