O ano do pensamento mágico

by Joan Didion | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 6/10/2020
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Wednesday, June 10, 2020

SINOPSE

Livro vencedor do National Book Award.

É assim que Joan Didion inicia a sua viagem pela memória do ano mais transformador da sua vida, começando na noite em que o seu marido, o escritor John Dunne, com quem foi casada mais de 30 anos, morre de ataque cardíaco, e a sua única filha está em coma no hospital. Com uma escrita tão assertiva como limpa, tão honesta como desarmante, Didion investiga os vivos que sobrevivem aos mortos, revelando, através da sua experiência pessoal, aquilo que é universal a todos: a dor da perda, a necessidade da superação quando tudo parece inútil.

Num registo por vezes jornalístico, recorrendo a estudos, especialistas ou a poemas e obras de arte, outras vezes confessional e literário, mas escapando da autopiedade, Didion deixa o fluxo da sua consciência viajar pelas memórias do casamento, pela experiência da maternidade e da escrita, recordações que emergem a cada momento, quando trata do funeral do marido ou visita a filha inconsciente no hospital.

A vida muda num instante.
Num dia normal.

ISBN: 9789898886125
Ano de edição ou reimpressão: 12-2017
Editor: Cultura Editora
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 230 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 240
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos

A AUTORA

Joan Didion, norte-americana, é autora de romances, obras de não ficção, peças de teatro e filmes. O seu estilo jornalístico, que o New York Times descreveu como «elegante, sofisticado e irónico», fez dela uma das vozes literárias que melhor revelou a identidade da América do seu tempo.
"O Ano do Pensamento Mágico" foi finalista do Prémio Pulitzer e valeu-lhe o National Book Award em 2005. O livro foi adaptado ao teatro e a peça estreou na Broadway em 2007.


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Tuesday, July 7, 2020

O Ano do Pensamento Mágico é uma endoscopia, sem anestesia, à dor da perda de alguém que se ama profundamente. Joan Didion abre-nos as portas do inferno do luto, um lugar de várias estações emocionais que o sobrevivente vai percorrendo - choque, impotência, dormência, negação, raiva, aceitação e recuperação. «Ir com a mudança» é fundamental. Não ficar acorrentado a nenhuma etapa do luto. Não se perder no buraco negro da dor. Não se deixar apanhar pelo vórtice da autocomiseração. «Ir com a mudança» é o segredo. Permitir-se seguir em frente. Continuar disponível para amar. Outros, nós mesmos, a vida.

Apesar da morte ser o que de mais certo temos na vida, «a dor, quando chega, não é nada como esperávamos que fosse.» Didion descreve-a, sublimemente. Como Agatha Christie descreveria uma punhal aguçado trespassando lentamente um coração.

Mas este livro é, também, um tratado de resiliência. Uma luz a piscar, trémula, lá na frente. Um trilho aberto para que todos possamos, mais tarde ou mais cedo, libertar os nossos mortos e sair do luto.


*** SPOILER ***

«A vida muda num instante.» (pág. 9)

«No meio da vida estamos na morte.» (pág. 10)

«Os nossos dias estavam cheios com os sons das nossas vozes.» (pág. 18)

«A capacidade de tomar notas, quando pensávamos em algo, era a diferença entre sermos capazes de escrever e não sermos capazes de escrever.» (pág. 23)

«A morte, mesmo que súbita e acidental, oferece um aviso da sua chegada.», citando Philippe Ariès (pág. 24)

«A dor, quando chega, não é nada como esperávamos que fosse.» (pág. 24)

«Eu entendia a inevitabilidade da morte deles. Tinha esperado (temendo, receando, antecipando) essas mortes durante toda a minha vida.» (pág. 25)

«Durante o luto, uma pessoa está, de facto, doente, mas porque este estado mental é comum e nos parece tão natural, não chamamos à dor da perda uma doença.», citando Melanie Klein (pág. 31)

«A dor da perda continua a ser a maleita mais comum.» (pág. 38)

«Porque a realidade da morte ainda não penetrou a consciência, pode parecer que os sobreviventes estão a aceitar bem a perda.» (pág. 40)

«A dor da perda resulta frequentemente em alterações nos sistemas endócrino, imunitário, nervoso e cardiovascular; todos estes sistemas são fundamentalmente influenciados pela atividade cerebral e os neurotransmissores.» (pág. 41)

«Ele revisita mentalmente a cena uma e outra vez como se a repetição pudesse revelar um fim diferente.» (pág. 43)

«Pessoas sob o choque de um sofrimento genuíno não só estão alteradas psiquicamente como descompensadas fisicamente. (...) Ninguém deveria impor-se àqueles que estão em sofrimentos, e todos aqueles que são mais emocionais (...) devem ser absolutamente afastados.» (pág. 47)

«Arrumar o meu escritório poderia ser um passo na direção do primeiro dia do resto da minha vida.» (pág. 70)

«Há despojos da missão falhada espalhados pela sala.» (pág. 74)

«Na vida acontecem coisas que as mães não podem impedir ou consertar.» (pág. 79)

«Tinha voltado às águas mais perigosas do pensamento.» (pág. 89)

«Não tinha tempo para promessas que não tinha forma de cumprir.» (pág. 93)

«Porque é que tens de ter sempre razão? (...) Era uma queixa, uma cobrança, parte de uma discussão.» (pág. 107)

«A dor é passiva. A dor acontece, O luto, o ato de lidar com a dor, exige atenção.» (pág. 112)

«Os sobreviventes olham para trás e veem augúrios, mensagens que não identificaram.» (pág. 118)

«Passara a ter uma sentença de morte, temporariamente suspensa.» (pág. 121)

«Quando ele morreu, deixei de sonhar.» (pág. 123)

«A dor da perda acaba por ser um lugar que nenhum de nós conhece até o alcançarmos. Antecipamos (sabemos) que alguém que nos é próximo pode morrer, mas não olhamos além dos poucos dias ou semanas que se seguem imediatamente à morte.» (pág. 145)

«Nem podemos conhecer, de antemão (...), a infindável ausência que se segue, o vazio, o preciso oposto de sentido, a incansável sucessão de momentos em que teremos de enfrentar a experiência da total falta de sentido.» (pág. 146)

«Deus não estava atento a tudo.» (pág. 146)

«O que dantes eram estradas são agora becos sem saída. (...) Somos deixados sem outro foco que não nós mesmos, uma fonte da qual, naturalmente, emerge a autocomiseração.» (pág. 150)

«O casamento é memória, o casamento é tempo. (...) O casamento não é apenas tempo: também é, paradoxalmente, a negação do tempo.» (pág. 151)

«Quando sofremos a perda de alguém, também sofremos (...) a perda de nós mesmos. A perda daquilo que éramos. E que não somos mais. E que um dia não seremos de todo.» (pág. 152)

«Não lidaria com o resto da minha minha como se fosse uma incapaz, uma convidada, alguém que não podia funcionar sem ajuda.» (pág. 172)

«Tentamos manter vivos os mortos: tentamos mantê-los vivos de forma a mantê-los connosco. (...) Se queremos viver, chega um momento em que devemos libertar os mortos, deixá-los ir, mantê-los mortos.» (pág. 175)

«Tens de ir com a mudança.» (pág. 176)


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