Paz Traz Paz

by Afonso Cruz | Literature & Fiction |
ISBN: 9789896659080 Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 11/2/2019
Buy from one of these Booksellers:
Amazon.com | Amazon UK | Amazon CA | Amazon DE | Amazon FR | Amazon IT | Bol.com
1 journaler for this copy...
Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Saturday, November 2, 2019

SINOPSE

Da narradora d’O Livro do ano, aquela menina que carrega um jardim na cabeça e atira palavras aos pombos, chega-nos um novo diário com os seus pensamentos, inquietações, experiências e os sonhos de melhorar o mundo através de pequenos gestos ou actos heroicos, atacando o absurdo com o absurdo e a noite com canteiros de flores.
Páginas feitas de inusitada poesia, para leitores de todos os feitios. Até os normais.

FICHA TÉCNICA

ISBN: 9789896659080
Edição ou reimpressão: 10-2019
Editor: Companhia das Letras
Idioma: Português
Dimensões: 136 x 195 x 14 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 128
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Saturday, November 2, 2019

Zás-Trás-Pás! - interjeição usada em caso de pancada súbita ou queda rápida. Paz Traz Paz, cuja fonética é muito idêntica, também goza deste sopro forte nos dá uns quantos murros no estômago e nos leva, uma e outra vez, ao chão dos adultos. Paz Traz Paz é mais um belo livro de Afonso Cruz, de uma simplicidade que só pode ter dado muito trabalho a construir. Ou não. Talvez o autor não tenha abandonado a sua infância em terras áridas e, por isso, lhe seja tão natural dar a mão à criança que nunca se evadiu de si e transferir-lhe três superpoderes: capacidade de observação, inocência e esperança.

Paz Traz Paz é um diário não datado, escrito numa prosa coloquial, perfumada de poesia.

*** Spoliers ***

«Se só leres livros para crianças, não deixas de ser criança. Há muitas maneiras de o fazer, mas esta é a que prefiro: sair da infância a ler.» (pág. 9)

«(...) saí de casa com o meu pai para passearmos as nossas conversas.» (pág. 8)

«O Manuel tem oito (às vezes tem seis ou nove, nós não temos sempre a mesma idade, varia muito (...)» (pág.12)

«(...) há pessoas que quanto mais lêem mais sabem, outras que quanto mais lêem melhor sabem. E é essa a diferença entre saber e ser sábio. (...) entre uma enciclopédia e um filósofo.» (pág. 14)

«(...) há pedaços do mundo que se escondem nos objectos mais inesperados e humildes. (...) a cadeira da sala (...) não é só madeira e palhinha: era onde o meu tio se sentava.» (pág.16)

«Vi uma pedra que me pareceu uma pessoa. Acontece muito, mas ainda acontece mais o contrário.» (pág. 18)

«Era uma vez uma criança que queria fugir, sair de dentro dela. E, ao evadir-se, tornou-se adulta. Nem todas as histórias acabam bem.» (pág.26)

«Há adultos falhados porque abandonaram a sua infância num deserto qualquer.» (pág. 26)

«O ouro [para saber se é falso] testa-se com água régia, mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico. para saber se um sorriso é falso, é preciso examinar as nossas costas e ver se não há facadas.» (pág. 28)

«Enquanto os pássaros batem as asas para voar, nós batemos o coração.» (pág.34)

«As pedras mais zangadas constroem muros.» (pág. 42)

«Sumptuoso é uma das minhas palavras favoritas. Descobri-a na boca da minha avó.» (pág. 48)

«Quantas pessoas são necessárias para que nos sintamos sozinhos?» (pág.64)

«(...) mesmo a luz, que é tão rápida, demora oito minutos a chegar do Sol à Terra, por isso a matéria que constrói o Universo, mais do que partículas subatómicas, é a paciência.» (pág. 66)

«Isso que leva no bolso é perigoso? Sim. Vicia? Sim. Afecta o cérebro? Sim. Gera perturbações emocionais? Sim.
Choro? Riso? Distorções espaciais e temporais? Sim. capa dura? Não, livro de bolso.» (pág.70)

«O sapo deu imediatamente um passo em frente. Era o que gostava mais de ajudar os outros. Os príncipes nem se mexeram.» (pág.79)

«Um adulto chegou, apontou, disse que eles não existiam, e ou dinossauros, coitados, tiveram de se esconder nas pedras a que chamamos fósseis. É muito difícil continuar a existir quando não acreditam em nós.» (pág. 84)

«(...) isto do coração ser feito de carne. Explica muita coisa. Alguns corações, tenho a certeza,até terão osso.» (pág.88)

«Gosto da maneira como o Ricardo me olha, aquela maneira estranha que dá a sensação de ser uma estrada cheia de curvas.» (pág. 94)

«No recreio, havia um bando de dúvidas a voar por cima de nós.» (pág. 95)

«Aos cães damos ossos, aos monstros damos medo. Crescem muito bem assim.» (pág.111)


Are you sure you want to delete this item? It cannot be undone.