As Altas Montanhas de Portugal (Portuguese Edition)

by Yann Martel | Literature & Fiction |
ISBN: 972235826X Global Overview for this book
Registered by irus of Bragança, Bragança Portugal on 9/14/2017
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Journal Entry 1 by irus from Bragança, Bragança Portugal on Thursday, September 14, 2017
«Na Lisboa de 1904, um jovem chamado Tomás descobre um diário antigo onde é mencionado um artefacto extraordinário que poderá redefinir a história. Ao volante de um dos primeiros automóveis da Europa, Tomás aventura-se pelo país em busca deste objeto invulgar.
Trinta e cinco anos depois, em Bragança, um patologista, leitor voraz dos romances de Agatha Christie, vê-se enredado num mistério que é consequência da demanda que Tomás levara a cabo.
Décadas mais tarde, um senador canadiano refugia-se numa aldeia no Norte de Portugal após a morte da mulher. Com ele traz um companheiro invulgar: um chimpanzé. E eis que é desvendado por fim um mistério com cem anos."

Journal Entry 2 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Thursday, September 14, 2017
Vai até casa da vizinha, que conhece bem estas paisagens.

Journal Entry 3 by Pequete at Bragança, Bragança Portugal on Sunday, March 4, 2018
Tinha-me esquecido de fazer JE quando o recebi, e só agora, ao terminar, é que me dei conta que ainda não o tinha feito... Trata-se, portanto, de um 2 em 1.
Gostei muito deste livro, apesar de achar que não o entendi totalmente. O livro tem um lado esotérico/fantástico, nem sempre fácil de interpretar. Achei algumas partes exageradas, como a descrição detalhada (quase diria obsessiva) do processo de decomposição de um cadáver, que me soou despropositada. Já tinha tido, aliás, uma sensação semelhante quando li uma certa passagem d' A Vida de Pi. Mas execeptuando isto, gostei muito das três partes que compõem este livro, passadas em épocas distintas, e da forma como todas se articulam no final. O facto de, uma vez escolhido Portugal como cenário, Yann Martel ter optado por fazer as partes centrais da história desenrolarem-se em Trás-os-Montes, pareceu-me uma excelente escolha. Aliás, foi com alguma surpresa que li neste livro algumas descrições que coincidiram exactamente com as minhas impressões, ao visitar esta região pela primeira vez.
Para terminar, fica uma das minhas passagens preferidas.
"Peter aprendeu a difícil capacidade animal de nada fazer. Aprendeu a libertar-se da corrida do tempo e a contemplar o tempo em si. Tanto quanto lhe parece, é isso que ocupa a maior parte da existência de Odo: existir no tempo, como alguém sentado à beira de um rio a observar a água fluir. É difícil de aprender, limitar-se a sentar-se ali e existir. Ao início ansiava por distrações. Abstraía-se em recordações, fazendo correr o mesmo filme vezes sem conta, afligindo-se com remorsos, ansiando pela felicidade perdida. Mas está a conseguir dominar esse estado de repouso banhado de luz de simplesmente ficar à beira do rio. Essa é, pois, a verdadeira surpresa: não que Odo tente ser como ele, mas que ele procure ser como Odo."
Vai ser devolvido à procedência, assim que conseguir combinar um encontro com a vizinha, a quem, desde já, agradeço muito o empréstimo.

Journal Entry 4 by marialeitora at Vila Real, Vila Real Portugal on Wednesday, March 7, 2018
E afinal veio até cá baixo... :) já chegou! Obrigada. Já o vou levar, hoje, à reunião mensal do meu clube de leitura cujo tema hoje é...paisagens! nem a propósito! levo as altas montanhas de Portugal :)

Journal Entry 5 by marialeitora at Vila Real, Vila Real Portugal on Thursday, May 3, 2018
Há uns meses fiz uma caminhada fantástica em Tuizelo. Antes da ida um amigo do grupo de caminheiros mandou-me um excerto deste livro em que falava da aldeia de trás-os-Montes onde se anda "às arrecuas"... com a leitura do livro percebi isso e muito mais. Gostei muito e diverti-me imenso com a viagem de Tomás desde Lisboa até às altas montanhas de Portugal. Um viagem inesquecível com histórias hilariantes algumas e dramáticas outras. Adorei, na 3ª parte o macaco Olo e o seu dono que largaram tudo, no Canadá, para vir vier para Tuizelo. A 2ª parte é hermética e não me convenceu....demasiado esoterismo e fantasia para o meu gosto... tão pouco verosímil. Mas é um livro interessante! Já viajou para a conto. Obrigada, irus, pelo empréstimo!

Journal Entry 6 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Monday, May 14, 2018
Chi-gôu!
Obrigada jovens! Como não consegui ler A VIagem de Pi (faltou-me a pachorra, mas admito que tenha calhado numa época má ou que o inglês não tenha ajudado, não sei...) resisti um pouco a voltar a pegar no autor. Mas ok, as vossas gargalhadas convenceram-me.
Já cá venho.

Journal Entry 7 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Wednesday, June 6, 2018
Li este livro num instante.
No entanto, não foi uma leitura muito consensual, ainda que me tenha surpreendido positivamente. É que não o achei uma obra muito equilibrada, apesar de alguns aspectos de que gostei muito e, no geral, é um livro que efectivamente se lê muito bem (quero dizer, as partes que não gostei tanto também não custam nada a ler).
Acho-o um bom exemplo daqueles casos de um fulano que escreve bem e tem um par de ideias interessantes, mas depois não consegue dar corpo a tudo isso.
Por sinal, a segunda parte e apesar de ser a mais "fantástica", foi a de que mais gostei. Achei verdadeiramente hilariante a leitura do novo testamento como se de um mistério de Agatha Christie se tratasse.
Mas fiquei um bocado como a Pequete, a achar que não tinha percebido tudo. Acho que não cheguei talvez a apanhar a ideia central, o intuito, a linha condutora, eu sei lá.
Mas pronto, curiosidade satisfeita.
Obrigada pessoas que me satisfazem desejos de leitura, sois umas queridas.
Vai regressar em breve.

Journal Entry 8 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Thursday, June 14, 2018
Regressado às Altas Montanhas.

Journal Entry 9 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Friday, October 26, 2018
Vai viajar mais uma vez, agora em num mini-ring:

-Jota-P
- Baiia

Journal Entry 10 by Jota-P at Sacavém, Lisboa (distrito) Portugal on Wednesday, October 31, 2018
Muito obrigado, irus, pela disponibilidade em pôr este livro a circular novamente. Já está comigo. Espero não demorar demasiado tempo a terminá-lo! Assim que o fizer, darei notícias!

Journal Entry 11 by Jota-P at Sacavém, Lisboa (distrito) Portugal on Wednesday, November 28, 2018
Ora aqui está um autor difícil de classificar na minha escala de preferências. Será que gosto? Será que não gosto? Este foi o segundo livro de Yann Martel que li este ano. O primeiro foi Beatriz e Virgílio. Também há alguns anos li o famosíssimo A Vida de Pi. A minha dificuldade em decidir se gosto ou não do que este autor escreve reside no facto de que quando chego ao fim dos seus livros, nunca sei exactamente o que é que o autor pretendia dizer com as fábulas / parábolas / alegorias (que mais lhe poderemos chamar?) que inventa. Para mim, nunca são claras as mensagens que subjazem nas suas narrativas. E quando essas mensagens não são percebidas por mim, questiono-me acerca do propósito de determinado livro.
É claro que admito que, por vezes, o objectivo de um autor é deixar ao critério do leitor a sua própria interpretação. Mas a verdade é que consigo perceber todos aqueles que não gostam dos seus livros, pois na verdade é sempre arriscado escrever histórias herméticas cujo significado não é inteligível à primeira leitura. Há aqueles que irão adorar. E há aqueles que irão detestar… Eu não detesto o autor, verdade seja dita… Mas também não posso dizer automaticamente que o adoro.
Em relação a este livro, posso dizer que acabou por ser uma completa surpresa para mim. Fiquei empolgado com o desenrolar da Parte Um e fiquei surpreendido quando me apercebi que a Parte Dois não iria ser a continuação, pelo menos directa, da Parte Um. Ao chegar à Parte Três, já sabia que não seria a continuação da primeira ou da segunda, mas fiquei entusiasmado em descortinar qual seria o fio que iria unir as três.

A partir daqui, o meu comentário contém revelações do enredo do livro. Por isso, quem ainda não o leu e não gosta que a surpresa lhe seja estragada, não deve continuar a ler o comentário a partir deste ponto.
Pelas pesquisas a título pessoal que tenho feito sobre este autor, nomeadamente através das entrevistas que os meios de comunicação social portugueses têm à disposição online, foi-me dado a perceber que por trás das histórias de Yann Martel está sempre a questão da fé (religiosa) e a questão da condição sofredora do ser humano (assim é, suponho eu de acordo com a minha interpretação, com As Altas Montanhas de Portugal).
Veja-se esta entrevista da revista Visão na qual o próprio autor admite que «A primeira parte do livro simboliza o ateísmo, a segunda aborda o agnosticismo, a terceira parte explora como seria viver com Jesus de Nazaré e ser um dos discípulos.»
Confesso que sem ter lido esta entrevista, dificilmente veria na primeira parte uma alegoria ao ateísmo, na segunda parte uma alegoria ao agnosticismo e muito menos na terceira parte a exploração de como seria viver com Jesus!
Quem é que simboliza Jesus na terceira parte? O chimpanzé Odo? À luz desta “revelação” temos uma leitura completamente diferente sobre a relação do chimpanzé Odo com o humano Peter: «E é um amor tingido de medo – ainda e sempre. Odo é tão mais forte que ele. Odo é um estranho. Odo é incognoscível». Ou seja, a relação Peter-Odo é uma representação da relação Homem-Deus! Quem se lembraria de tal coisa? Esta suposição leva-nos igualmente ao ponto de partida da história da Parte Um: «Não! – grita Tomás (…) O que aqui tem é um chimpanzé! Um símio. (…) O vosso Filho do Homem não é um deus… é apenas um símio numa cruz!».

Na Parte Um, Tomás parte em busca de um determinado artefacto com o qual pretende «dar a Deus o castigo que Ele merece por aquilo que Ele fez àqueles que» Tomás amava. Nesta história põe-se em paralelo a viagem de (auto)descoberta de Tomás após uma perda terrível que o deixou desamparado (as mortes de uma trindade: a do seu pai, a do seu filho e a da sua amada) com um certo período de vida de um padre católico português que se desterrou por vontade própria na ilha de S.Tomé e que ao ver o sofrimento de quatro escravas prisioneiras [creio que na tal entrevista da Visão a que temos acesso no link acima só pode haver um erro, pois o padre Ulisses não toma contacto com o sofrimento de quatro chimpanzés, mas sim de quatro seres humanos] descobre que afinal não somos anjos caídos, mas sim símios que ascenderam, o que o leva mesmo à excomunhão.
Tal como em A Vida de Pi se perde muito tempo com descrições que parecem desnecessárias sobre como manobrar um bote no meio do oceano, nesta primeira parte também se enchem demasiadas páginas com descrições exaustivas sobre mecânica automóvel que não sei até que ponto não serão totalmente irrelevantes para a história… No entanto, não fiquei completamente aborrecido com isso, pois estava interessado na história de Tomás e de como iria ela acabar. Há certos elementos que tornam esta primeira pouco realista (do ponto de vista do conteúdo) tais como o facto de Tomás andar às arrecuas (penso que isto não seria de todo possível na realidade) ou o facto de o tio de Tomás lhe dar para as mãos um automóvel partindo do princípio que ele conseguiria pô-lo a funcionar e a conduzi-lo sem qualquer tipo de lição prévia de como o fazer (ainda para mais, para alguém que vive em 1904). Também não se percebe muito bem por que razão não se alojou Tomás num qualquer albergue ou pensão ao longo do caminho que faz de Lisboa até Trás-os-Montes. De certeza que à época haveria sítios onde uma pessoa pudesse descansar e tomar banho!
A segunda parte apanhou-me de surpresa, não só pela tese que intertextualiza os evangelhos com os romances policiais de Agatha Christie («Se compararmos os romances policiais de Agatha Christie com os Evangelhos, vemos correspondência e congruência, concordância e equivalência.»), a cargo da mulher de um médico patologista, mas acima de tudo por causa da descrição de uma autópsia feita por esse mesmo médico, que é tão real na sua descrição, como é surreal como só os sonhos o podem ser. Nesta parte da história, de um corpo aberto numa autópsia sai um chimpanzé e uma cria de urso. Se a cria de urso simboliza o “menino d’ouro” perdido, não consigo compreender o que poderá simbolizar chimpanzé… Se o chimpanzé é símbolo de Deus na primeira e na terceira partes (como haveremos de descobrir depois), quererá dizer que Deus não é mais do que o produto do Homem, na tentativa de encontrar um poder redentor que vele por si?
A terceira parte é, novamente uma surpresa, pois mais uma vez avançamos no tempo e deslocamo-nos no espaço, para o Canadá, onde iremos conhecer uma nova personagem de nome Peter Tovy (que nome tão estranho para um luso-descendente, mas pronto). Esta é a história que supostamente explora a ideia de como seria viver como um discípulo de Jesus. Esta parte da história termina com o chimpanzé Odo a assistir à morte de Peter e a ir atrás do irreal rinoceronte-ibérico. Que simbolizará o rinoceronte-ibérico? Mais uma metáfora para o inalcançável ao ser humano?

São, obviamente, várias as leituras que se podem fazer deste livro. E isso é um claro mérito do autor. Na minha humílima opinião, este é de facto um livro sobre a perda de entes queridos e as consequências que daí advêm. Mas penso igualmente que o livro não pode ser só sobre isso… Penso que a mensagem mais profunda é que, perante a incompreensão do sofrimento, não adianta fugirmos de nós próprios, pois qualquer que seja o caminho que percorramos, esse caminho nunca nos afastará de nós. Muito pelo contrário, esse caminho levar-nos-á inevitavelmente de volta a nós mesmos. Julgo que outra das leituras que podemos fazer é a de que um acto isolado num determinado momento da História terá consequências imprevisíveis no futuro. De facto, Tomás virá a ser o causador a outros do mesmo sofrimento de que padece. Mas isso irá originar igualmente uma determinada lenda no futuro. Da mesma forma, a “oferenda” criada pelo padre Ulisses motivara a partida de Tomás na sua demanda às Altas Montanhas de Portugal que, na visão do narrador, não existem (mais uma metáfora para a inutilidade de tentar compreender o sentido da fé humana?).
Neste sentido, a passagem sobre a tentativa inútil por parte de Tomás de cortar uma árvore poderá ser igualmente uma metáfora para a tentativa vã de tentar compreender a inescrutabilidade da fé: «Foi inútil todo o seu esforço. A árvore está a fazer troça dele. Ainda enredado nos galhos, deixa-se cair e começa a soluçar, desasado. Fecha os olhos e entrega-se à mágoa». No entanto, ainda que seja difícil compreendê-la, não quererá Yann Martel fazer-nos crer que a fé tem a sua origem no próprio Homem? É por isso que Deus é um símio: porque não é filho de Deus, mas sim filho do próprio Homem. E talvez seja por isso que dentro do corpo autopsiado de Rafael Miguel Santos Castro esteja um chimpanzé. Será que os nomes do autopsiado são um acaso ou uma premeditação de Yann Martel?

Por que será que quando chego ao fim de um livro de Yann Martel fico sempre com tantas interrogações sobre o significado daquilo que acabei de ler? E isso será uma coisa boa ou, antes pelo contrário, será uma coisa má? Se por um lado, gosto de livros que me fazem pensar, por outro lado sinto alguma dificuldade em gostar de algo que não consigo compreender na sua totalidade, de algo cujo verdadeiro significado não sou capaz de desvelar. Há elementos "mágicos" ou "fantásticos" que não facilitam de todo a compreensão da história!

Bem, para concluir que este comentário já vai longo, decidi que, como não detestei ler este livro, este vai fazer parte da lista dos livros de que gostei. E é por isso que lhe dou 7 estrelas. Mas será que o compreendi na totalidade…? Talvez não…
Agradeço à irus o facto de me ter dado a oportunidade de ler este livro. Seguirá para a Baiia amanhã.

Journal Entry 12 by MariaBarradas at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Monday, December 3, 2018
Já cá está! Obrigada pela partilha!

Journal Entry 13 by MariaBarradas at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Sunday, December 23, 2018
Segundo livro do autor e segundo nó na cabeça. Comecei por achar quase divertido na primeira parte, por detestar a segunda e finalmente na terceira tudo se encaixou. Acabei por achar um bom exercício sobre a relação do ser humano com Deus e com a morte, mas custei a descobrir este sentido. Obrigada irus pela oportunidade. Segue para casa quando receber a morada.

Journal Entry 14 by MariaBarradas at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Friday, January 4, 2019
Seguiu hoje para casa.

Journal Entry 15 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Tuesday, January 8, 2019
Mais uma voltinha, mais um regresso a casa.

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