A Vegatariana

by Han Kang | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 6/15/2017
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Thursday, June 15, 2017
Sinopse

Uma combinação fascinante de beleza e horror.
Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne - que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu - acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros - o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais. A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano.

Este é um livro admirável sobre sexo e violência - erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou». Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, A Vegetariana vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional.



Detalhes
ISBN: 9789722061070
Edição ou reimpressão: 09-2016
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 234 x 13 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 192
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Romance

Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Thursday, June 15, 2017

Nunca julgue um livro pela sua capa. Quer dizer, pode abrir uma exceção se se tratar de A Vegetariana, edição das Publicações D. Quixote. Entre várias capas, que variam de país para país, o editor (Maria do Rosário Pedreira, Leya) optou, inteligentemente, por manter a da edição inglesa.

Tal como a estória, a riqueza da capa reside menos no óbvio e mais no que nos é dado a descobrir paulatinamente. Quase como um desafio à observação, que ultrapassa o simples sentido da visão; ou ao discernimento, que vive para lá da sintaxe.

Numa primeira abordagem, o que vi foi apenas um ramo de flores de lírio cor-de-rosa, no registo de pureza e inocência. Contudo, numa observação mais atenta, assomou-se um pedaço de carne, pejado de gordura, em forma de antúrio, fazendo sobressair o outro lado do lírio, o do erotismo e da tentação das paixões. Assim, ainda nas primeiras páginas, tornou-se evidente que A Vegateriana não seria uma leitura tão virginal quanto, à primeira vista, supusera. Umas páginas depois, surgiu uma língua no lugar de uma pétala. Depois, à medida que a leitura avançava, juntaram-se uma mosca, uma haste metálica e quatro dedos masculinos. Só já no fim, uma íris azul espreitou da capa, como que a piscar-me o olho.

20 valores para a capa!

A Vegetariana está dividido em três capítulos autónomos mas que se complementam como três pontos de vista (marido, cunhado e irmã) sobre uma mesma mulher. Ou o que dela começa a restar após ter decidido deixar de comer carne.

Mas não é só com a carne que Yeong-Hye corta. Aquela que foi escolhida para mulher não por ser bela, inteligente e de personalidade forte, mas sim pela sua transparência, dotes de dona de casa e docilidade, corta também com as normas da sociedade, em especial com o que dela esperam enquanto mulher e cônjuge numa Coreia do Sul atual.

O lugar da mulher na sociedade, o conformismo, a negação das suas próprias necessidades, as relações conjugais, o desinteresse pelo outro, a luxúria, as obsessões, a cobiça, o fruto proibido, as traições, as crises emocionais, os sonhos, as opções de vida, o erotismo, as provocações, a violência, o direito ao próprio corpo e o direito à morte.

Acima de tudo, um livro cru. Como o bife da capa.
Um livro que nos provoca. Como a língua da capa.
Um livro que nos despe. Como o olhar intruso da capa.

Romance vencedor do Man Booker International Prize 2016

*****

«Irradiava energia, como uma árvore que nasce num lugar selvagem, despojada e solitária.» (pág. 70)

«Era o tom calmo de alguém que que não pertencia a lado nenhum, uma pessoa que passara para uma terra de ninguém entre estados de alma.» (pág. 77)

«Sabe que os cuidadores também têm de zelar pela sua saúde, não sabe?» (pág. 148)

«Se, ao menos, as pessoas pudessem não ver os olhos umas das outras, pensa. Se, ao menos, as pessoas pudessem esconder os seus olhos do mundo.» (pág. 157)

«A vida é uma coisa estranha, pensa In-hye quando para de rir. Mesmo depois de lhes terem acontecido certas coisas, por mais horríveis que tenham sido as suas experiências, as pessoas continuam a comer a beber, a ir à casa de banho e a lavar-se - por outras palavras, a viver. E, às vezes, até riem à gargalhada. E, provavelmente, têm os mesmos pensamentos e, nessa altura, devem lembrar-se melancolicamente de toda a tristeza de que, por instantes, se esqueceram.» (pág. 175)




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