A ponte sobre o Drina

by Ivo Andric | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by irus of Bragança, Bragança Portugal on 11/27/2009
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Journal Entry 1 by irus from Bragança, Bragança Portugal on Friday, November 27, 2009
No início o leitor encontra-se em pleno Século XVI, em Visegrad, cidade na fronteira entre a Sérvia e a Bósnia. Mehmed-Paxá, Grão-vizir, sonha ainda com o dia em que, criança, foi separado da sua família cristã, obrigado a atravessar para a outra margem do rio. É essa criança que agora, décadas depois, convertido à fé do Islão, dá a ordem de construção de uma ponte sobre o rio Drina. Esta é a história épica dessa ponte, e também a dos seus habitantes. A sua edificação exigiu anos de trabalho árduo, lágrimas e sangue, sacrifícios e vítimas. Ao longo dos séculos a ponte foi local de passagem, de encontros, de conversas, de conspirações; sofreu inundações, foi encerrada para impedir o alastrar da peste, assistiu a suicídios; sobre ela transitaram exércitos em fuga e desfilaram outros vitoriosos; nela foram executados espiões, viu o desmoronar de Impérios, e o nascer de novas nações...


Registado para empréstimo a marialeitora

Journal Entry 2 by marialeitora from Vila Real, Vila Real Portugal on Saturday, November 28, 2009
e entregue na Serra da Estrela para ser devolvido só em Bragança ;)

as geografias que os livros podem fazer...:)


Journal Entry 3 by marialeitora from Vila Real, Vila Real Portugal on Tuesday, January 12, 2010
A personagem principal deste livro é...uma ponte. A ponte sobre o rio Drina
http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:h0OMnHWq40ScMM:http://bp1.blogger.com/_fFO6nsEwfMM/SEcXsh7-F4I/AAAAAAAAAjo/3h-T2Du4kNM/s400/ivo+andric+(6).jpg
que fica entre a Sérvia e a Bósnia. O livro conta-nos a sua história: "nasceu" no séc.XVI e durou anos de sacríficio, de lutas, de conflitos a sua construção. O autor conta-nos isso tudo e também das alegrias e encontros e reencontros que só as pontes permitem. Um livro muito interessante de que gostei muito. Regressa ao Porto? ou vai para Bragança? diz-me Irus...

Journal Entry 4 by irus from Bragança, Bragança Portugal on Friday, February 5, 2010
E a Ponte regressou à prateleira, à espera de novas ligações.

Journal Entry 5 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Sunday, October 8, 2017
De ponto a ponto, a ponte ligou-se à casa da vizinha Pequete.

Journal Entry 6 by Pequete at Bragança, Bragança Portugal on Monday, October 9, 2017
Ontem, para além de um belo lanche, fui presenteada com o empréstimo de um livro que há muito estava na minha wishlist - obrigada, vizinha!

Journal Entry 7 by Pequete at Bragança, Bragança Portugal on Thursday, January 31, 2019
E quase um ano e meio depois...
Finalmente peguei na Ponte e ainda bem.
Originalmente publicado em 1945, este livro é uma história romanceada das enormes mas graduais mudanças sofridas por uma cidade que nasceu nas margens do rio Drina, na fronteira entre a Bósnia e a Sérvia, desde o séc. XVI, quando a região se encontrava sob domínio turco, até à Primeira Grande Guerra.

Sem ser fantástica, a escrita é envolvente e o livro vale verdadeiramente pela perspectiva histórica, que não só permite compreender um pouco melhor o futuro conturbado que se viria a viver mais tarde naquela região, como perceber (caso ainda não nos tivéssemos dado conta disso), que os séculos mudam, mas as pessoas permanecem essencialmente iguais e, talvez por isso, com algumas variações mas também algum progresso, as histórias vão-se repetindo. Por vezes tive mesmo a sensação de estar a ler sobre o nosso presente, e não sobre o passado da Bósnia:

“Sempre que um governo sente a necessidade de prometer paz e prosperidade aos seus cidadãos por meio de uma proclamação, é altura de estes se precaverem e esperarem o contrário.”

“Nesse ano abriram dois bancos (...). A população começou a utilizar letras como quem toma remédios. O endividamento tornou-se muito mais fácil. Mas quanto mais dinheiro há, mais é preciso. Só para aqueles que gastavam sem fazer contas, e sempre mais do que ganhavam, a vida parecia fácil e boa. Mas os comerciantes e os homens de negócios estavam preocupados. Os prazos de pagamento iam-se tornando cada vez mais curtos, e os fregueses bons e dignos de confiança cada vez mais raros. (…) Só os maus pagadores compravam à grande. O único negócio sólido e garantido era o do fornecimento do exército ou de alguma instituição governamental, mas nem todos tinham a sorte de arranjar tais negócios. Os impostos do estado e as taxas municipais iam-se tornando mais pesados e mais numerosos; o rigor dos fiscais aumentava. Sentiam-se à distância as flutuações pouco saudáveis das bolsas. Os lucros que dela resultavam iam parar a mãos desconhecidas, e as perdas iam atingir até os mais remotos cantos da monarquia e ferir os pequenos comerciantes quer como vendedores, quer como consumidores.”

“Os corações dos homens estavam inquietos, mesmo os da gente simples e analfabeta, especialmente os dos jovens, e já ninguém conseguia sentir-se satisfeito com aquela maneira de viver monótona que durante anos se arrastara. (…) A gente mais idosa ainda continuava a ter saudades daquela “doce tranquilidade” que no tempo dos turcos era considerada a finalidade primeira da existência e a mais perfeita expressão da vida pública e privada, e que ainda se vivera durante as primeiras décadas da ocupação austríaca. Mas eram poucos os que assim pensavam. Todos os outros aspiravam a uma vida animada, ruidosa e excitante. Queriam sensações ou o eco das sensações dos outros, ou, pelo menos, aquele movimento, barulho e excitação que dessem a ilusão da sensação. (…) Por toda a parte os gramofones arranhavam e vociferavam marchas turcas, canções patrióticas sérvias ou árias de operetas vienenses, de acordo com os gostos dos fregueses que ouviam. Porque as pessoas já não iam beber ou comprar onde não houvesse barulho, muitas luzes e movimento.”

A devolver à irus num próximo encontro, com um muito obrigada pela partilha!

Journal Entry 8 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Thursday, January 31, 2019
E o próximo encontro foi agora mesmo, numa tarde de chuva.
Tenho pena que estas conversas sobre livros sejam sempre tão assim a correr.
O livro regressa à prateleira, mas está sempre disponível para viajar até casa de leitores curiosos.

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