Livro do escritor valter hugo mãe.

WILD RELEASE NOTES:

Libertado no Pavilhão Bookcrossing/LEM - Lisboa Encruzilhada de Mundos na Feira do Livro de Lisboa, de 30 de Abril a 17 de Maio, no Parque Eduardo VII em Lisboa

"Nem de propósito" foi o que eu pensei quando este livro me veio parar às mãos na tenda do LEM-BookCrossing na Feira do Livro de Lisboa 2009. Após ter ouvido o autor falar na I Convenção Nacional do BookCrossing, fiquei com verdadeira curiosidade em conhecer a sua obra. Por sinal, este foi o livro que ele recomendou que se lesse primeiro. Assim que tiver oportunidade, fá-lo-ei! Obrigado a quem o disponibilizou!

Pois é... Por muito que as expectativas não fossem elevadas, eu bem que temia que o livro me decepcionasse... E a verdade é que este autor que acha que as maiúsculas são sinal de elitismo entre as palavras e por isso mesmo as eliminou (esquecendo-se ele de que quando escrevemos uma palavra com maiúscula, não é à palavra em si que queremos dar importância, mas sim àquilo que ela designa) decepcionou...

Achei este livro tremendamente aborrecido, ainda que se leia com relativa facilidade (daí que não tenha desistido de o ler a meio). É muito pouco o sumo que dele se extrai. Não acho que a ideia de uma mulher pobre que vive em Bragança e que é violada com consentimento pelo seu patrão (e não só) e à noite sonha permanentemente com o São Pedro esteja bem tratada ou até mesmo que seja interessante. Já para não falar de um casal de meia-idade que vive perdido no meio da loucura e que tem saudades do filho. Qual a relevância disso tudo? Não acho especialmente que as personagens sejam exemplos do que quer que seja ou até que nos relembrem da "nossa" humanidade.

A determinada altura surge um diálogo em que intervêm três pessoas. Todo esse diálogo é uma salganhada completa, pois não dá para perceber quem é que está a falar. Este exemplo serve só para dizer que, a par do restante livro (que achei no geral desinteressante) não gostei da forma como o autor escreve. O que me leva a concordar em certa medida com a ideia de que as minúsculas são uma "originalidade" para esconder a falta de imaginação ou até mesmo de talento.

Não senti absolutamente nada que este livro seja um retrato de uma época ou de uma sociedade (até porque põe personagens pobres e ignorantes a falar de forma erudita). Destas quase 200 páginas apenas destaco as personagens Quitéria (pelo seu pragmatismo levado ao extremo) e o seu amado Andriy (que acaba por falhar na sua vontade de se tornar numa máquina, muito por causa do nosso velho e conhecido amor).

Sinceramente, estava à espera de ser surpreendido por um autor que teve a coragem e ousadia de acabar com as maiúsculas, mas a verdade é que me decepcionou. Enfim, não dou o tempo que dei a ler este livro como perdido de todo, mas sinceramente, pensava que ia encontrar mais e melhor. Resta-me ainda ler o remorso de baltazar serapião (quanto a esse, sim, tenho elevadas expectativas, que espero que não saiam furadas).

Oferecido à fungaga. Espero que ela tire maior proveito deste livro que eu :P

Ó jota, isto foi uma oferta rapaz? Nem me apercebi, caramba! Sendo assim, muito obrigada! Olha, e já agora vou emprestá-lo ao meu pai, que já me tinha surripiado o do vibarao para ler - eu recebo o correio em casa dos meus pais e volta e meia o meu pai abre os meus livros, para ver se há algum que lhe interesse... ainda bem que eu já sou crescidinha e não costumo receber nada que me comprometa (aqui para nós, os mais comprometedores cá para mim ele lê e não me diz nada...). Assim, ganho também alguma distância ao autor. Mais uma vez, muito obrigada amigo!

Li este livro nas férias (ainda que não seja uma leitura ligeira...) e aquilo que posso dizer é que ainda bem que não segui o conselho do autor e comecei a ler a sua obra por outro livro. Embora não tenha detestado o livro, nem me tenham incomodado algumas inverosimilhanças que por lá se passam, acho que é francamente menos interessante que "O remorso de Baltasar Serapião". Têm em comum a crueza (ou crueldade?) de personagens que depois nos mostram os seus lados humanos, e neste livro até o fazem de forma mais convincente do que n'O Remorso, onde a violência é mais extrema. A história pretende - acho eu... - dar voz a uma classe nova de trabalhadores, que já não são os fabris e camponeses do neo-realismo, mas os imigrantes e empregadas domésticas do pós-modernismo... não concordo muito com o Jota, que acha a história irrelevante, porque acho que é de propósito que o autor pega em histórias irrelevantes, mas o problema é que falta ao livro a alma que conseguiu por no outro. Talvez seja injusto estar sempre a comparar as duas obras, mas é o que sinto. De qualquer forma, não foi tempo perdido e continuarei a seguir este escritor. Mais uma vez, obrigada Jota!

Este livro e este autor deram muito que falar na primeira convenção do BC. Vai seguir viagem, como livro surpresa do sorteio do meu aniversário BC para o organizador da convenção de 2012.
Boas leituras!

Depois de muito esperar e da minha curiosidade aumentar recebi o livro. Obrigado pelo envio do livro vou tentar terminá-lo antes da convenção para o colocar na Piscina de livros.

Está comigo!!