Tiago tem dezoito anos, é filho de pais divorciados e quer ser executivo. Não sabe ainda muito bem o que isso significa, mas tem a certeza de que é esse o caminho certo para a vida sem problemas que quer vir a ter. Entretanto, vai repartindo as horas pelo Plateau, o Bananas e a noite do Bairro Alto, numa espiral de drogas, rebeldia e incerteza que tanto marcaram o ambiente dos anos oitenta. Ricos, Bonitos e Loucos é um livro sobre uma geração com valores muito próprios para quem o bem-estar económico substitui os ideais e os mitos das gerações anteriores. Com uma escrita minimalista e meramente descritiva bem ao estilo de Bret Easton Ellis, sem tomadas de posição ou juízos de valor, Manuel Arouca traz-nos o relato de um meio social e de uma geração que conhece bem. O resultado é um livro ágil, muitas vezes divertido, por vezes amargo, que se lê de um fôlego.

Reservado para a Box "BookXcertos" realizado pela fbeatriz.

E vai hoje de viagem para o kimiaz.
Espere que goste do livro.
Boas Leituras

Recebido hoje, obrigado pelo envio.

Este é de facto um livro de leitura rápida, mas isto não lhe dá qualquer vantagem.
Trata-se de uma história banal sobre um grupo de adolescentes "betos", fúteis e muito mal habituados.
O autor faz um bom retrato de um certo tipo de jovens que tem dinheiro a mais para o seu próprio bem, e têm também uns pais desinteressados o suficiente para lhes proporcionar a vida que gozam.
Tive, infelizmente, a oportunidade de conhecer uns tipos deste aqui descrito quando era adolescente e os comportamentos e atitudes aqui descritas não fogem ao que na realidade constituia o modus vivendi daqueles idiotas, deve-se aliás a eles a reputação de locais como Cascais. Estes são os verdadeiros "meninos da linha" (não do combóio mas da coca).
Representam portanto muito do que eu abomino como pessoas, desde a música que ouvem, às ideias que não têm e à sua tendência politica moralisto-conservadora, acompanhada de uma vida pessoal desregrada.
A história em si podia ser mais desenvolvida e talvez isso lhe trouxesse mais interesse, mas não é, limita-se a relatar situações clichés com personagens desinteressantes e algumas até enfadonhas (a mãe da personagem principal é um bom exemplo).

Vai para o Jota-P como parte da BookBox Virtual "De Frase em Frase" do ElHurricane.

Este livrinho chegou ontem aqui a casa. Escolhi-o através da BookBoxRing Virtual "De Frase em Frase" organizada pelo ElHurricane. A ideia era escolhermos os livros sem sabermos os seus títulos, apenas pelas primeiras frases ou pelos primeiros parágrafos. Daí ter escolhido este livro que, à primeira vista, não me parece que seja exactamente o estilo de 'literatura' da qual gosto. Em todo o caso, como não me parece ser de leitura muito complexa, vou lê-lo com alguma curiosidade (não muita, mas enfim...) e depois venho cá dizer o que achei. Até breve!

Muito OBRIGADO pelo envio kizmiaz!

Bem... Eu sabia que não ia gostar deste livro, por isso não posso propriamente dizer que me desiludiu. Considerei-o pobre em termos literários e narrativos. Nem sei como é possível que tenha sido (re)editado. Não valia mais que esta Oficina do Livro gastasse o dinheiro que gastou na publicação deste livro em autores novos com ideias originais, do que num Manuel Arouca que, pelo menos aqui, demonstra que tem jeito para tudo menos para a escrita?

Os extensos diálogos, muitas vezes lacónicos e desinteressantes (" - E falam de mim? - Falam. Dizem que metes pó. - E o que é que elas dizem mais? - Dizem isso. - Que meto pó? - Que metes pó.", pág.104) , as frases tipo telegrama ("Acordo. Tomo duche. Visto o fato de banho e uma t-shirt. Penteio os meus cabelos lisos com as mãos. Bebo café e como um croissant. Vou até casa do Francisco. Dou um snif de pó. O pinta dá um chuto (...)", pág.98 - e isto o livro todo!), as personagens completamente planas (não apenas as secundárias, mas até mesmo a principal), o final feliz (mais do que prevísivel, inverosímil), nada neste livro abona a seu favor. Excepto, talvez o facto de se manter relativamente actual, mesmo 21 anos depois de ter sido editado pela primeira vez. Também eu tive oportunidade de conhecer algumas pessoas que vivem vidas fúteis e que pensam que tudo lhes cai do céu. Basta chegar o papá que passa o cheque que "tem escrito, por números e por extenso, cem contos" (pág.135) e tudo fica resolvido, além de sobrarem ainda uns trocos para haxixe, quando não para coisas mais pesadas.

Quero, contudo, salvaguardar (para que não me interpretem mal) que, embora eu não tenha gostado deste livro, isso não quer dizer que não venha a haver alguém que goste. Para descobrirem se gostam, a única solução é lê-lo.

WILD RELEASE NOTES:

Libertado durante o mini-piquenique ao som dos Cool Hipnoise

Este também trouxe do pic nic...Obrigada Jota-P