O Codex Arquimedes

Registered by conto of Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on 5/31/2007
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Journal Entry 1 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Thursday, May 31, 2007
"Em 1999, um manuscrito medieval foi vendido em leilão na Christie's de Nova Iorque por 2 milhões de dólares, a um comprador que, até hoje, se mantém anónimo. Ao ser analisado, o manuscrito revelou-se, na verdade, um palimpsesto: um texto rasurado num pergaminho sobre qual se escreveu um livro de orações no século XIII.
Este é o ponto de partida para uma viagem fascinante, que nos leva num périplo pelo Mediterrâneo – das areias de Siracusa, sitiada pelos Romanos, a Constantinopla e, por fim, a Nova Iorque. É, também, a história do percurso dos textos de uma das maiores mentes matemáticas – Arquimedes – e de como a análise das suas obras, há muito dadas como desaparecidas, nos revela a genialidade do seu pensamento.
Profusamente ilustrada com diagramas elaborados com base nos de Arquimedes, esta é uma obra cativante, num relato que alterna entre a história e a divulgação da ciência."

Journal Entry 2 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Monday, June 11, 2007
Estou a adorar lê-lo.
E ao que parece, este Palimpsesto continua a surpreender!
Eis aqui um texto retirado do site da BBC News de 26 de Abril de 2007:

"Experts are "lost for words" to have found that a medieval prayer book has yielded yet another key ancient text buried within its parchment. Works by mathematician Archimedes and the politician Hyperides had already been found buried within the book, known as the Archimedes Palimpsest. But now advanced imaging technology has revealed a third text - a commentary on the philosopher Aristotle. Project director William Noel called it a "sensational find". In 1906 it came to light that one of the books recycled to form the medieval manuscript contained a unique work by Archimedes. And in 2002, modern imaging technology not only provided a clearer view of this famous mathematician's words, but it also revealed another text - the only known manuscript of Hyperides, an Athenian politician from the 4th Century BC. "At this point you start thinking striking one palimpsest is gold, and striking two is utterly astonishing. But then something even more extraordinary happened," Dr Noel, curator of manuscripts at the US-based Walters Art Museum and a co-author of a book on the Archimedes Palimpsest, told the BBC News website.
"The new passage in the Archimedes Palimpsest is now definitely identified as a relatively early commentary to Aristotle's Categories," said Professor Netz. Further study has revealed the most likely author of this unique commentary is Alexander of Aphrodisias. If this is the case, "it gives us part of a commentary previously supposed lost by the most important of those ancient commentators on Aristotle". It reveals a debate on some aspects of Aristotle's theory of classification, such as: if the term "footed" is used for animals, can it be used to classify anything else, such as a bed?
Dr Noel said: "We have one book that contains three texts from the ancient world that are absolutely central to our understanding of mathematics, politics and now philosophy," and added "I am at a loss for words at what this book has turned out to be. To make these discoveries in the 21st Century is frankly nutty - it is just so exciting."

Journal Entry 3 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Wednesday, June 13, 2007
E ainda, uma "sinopse" ainda melhor que a inicial, de Palmira F. Silva, retirada do blog De Rerum Natura:

"No século X um escriba de Constantinopla (actual Istambul) copiou textos de Arquimedes para um livro que é hoje a mais importante fonte das obras do sábio de Siracusa, o Palimpsesto de Arquimedes.
Cerca de duzentos anos depois, durante a quarta cruzada, Constantinopla foi invadida e saqueada. O papel era escasso na época e o manuscrito de Arquimedes foi reciclado num livro de orações, o Euchologion. Para isso, a encadernação inicial foi destruída, o texto original raspado das folhas de pergaminho, estas rodadas 90º e reescritas (palimpsesto significa livro «raspado» no sentido de reutilizado).
O documento foi mantido pela Igreja até ser doado a uma biblioteca de Constantinopla, onde foi encontrado em 1906 pelo filólogo Johan Ludvig Heiberg. Com uma lupa, Heiberg conseguiu identificar os textos de Arquimedes sob as orações. Heiberg fotografou as páginas e publicou uns anos depois o que conseguiu decifrar. Na época, a descoberta mereceu honras de primeira página no The New York Times, em 16 de Julho de 1907, com o título «Importante descoberta literária em Constantinopla.»
O Palimpsesto contém 7 tratados de Arquimedes, entre os quais a única fonte original em grego de «Dos corpos flutuantes» e a única cópia integral de «Do método relativo aos teoremas mecânicos», obra da qual apenas alguns trechos eram conhecidos. Este tratado parece indicar que Arquimedes já intuía alguns princípios do cálculo diferencial e integral, cuja invenção é atribuída a Newton e Leibniz na segunda metade do século XVII. Nesta obra Arquimedes apresenta ainda uma concepção do infinito mais avançada do que se esperaria - especialmente se pensarmos que os seus contemporâneos inventaram o termo apeirofobia (fobia do infinito), horror infiniti que continuou durante a Renascença e mesmo até nos tempos modernos. Um dos textos divulgados por Heiberg era um excerto de um tratado intitulado Stomachion que intrigou os matemáticos que o analisaram, já que parecia apenas um quebra-cabeças pueril.
Mas o quebra-cabeças Stomachion, de que não existem mais fontes, demorou quase um século a ser decifrado já que pouco tempo após descoberto o manuscrito desapareceu. Reapareceu nos anos 1930 numa colecção privada em Paris e só a partir de 1998, data em que foi vendido por 2 milhões de dólares a um coleccionador privado, que o cedeu ao Museu de Arte Walters, em Baltimore - pode ser novamente estudado.
O palimpsesto encontrava-se à época em muito mau estado, com alguns trechos praticamente ilegíveis. Uma equipa multidisciplinar dedicou-se à tarefa complicada de recuperar o texto grego original, escrito há mil anos nas páginas de um livro que ao longo da sua história foi bastante maltratado. Tarefa complicada utilizada na recuperação de outros documentos milenares, em que a química tem um papel não despiciendo.
A cargo de Reviel Netz, da Universidade de Stanford, e Nigel Wilson, da Universidade de Oxford, ficou a tarefa de ler, analisar e traduzir o texto recuperado. A maior surpresa do palimpsesto foi certamente o Stomachion, que se revelou um tratado de análise combinatória, um campo que muitos pensariam ter a idade das ciências da computação."

Journal Entry 4 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, June 17, 2007
E terminei-o ontem.
Gostei mesmo muito de ler este livro, mas as minhas 10 estrelinhas vão incondicionalmente para a temática tratada. Não se trata aqui de uma grande obra literária nem de uma história extraordinariamente bem contada, apesar de tratar temas complexos com uma simplicidade suficiente para ser compreendida por leigos, como eu, mas explicitando claramente a dificuldade e consequente fascínio que tais questões encerram.
É um livro profundamente informativo em muitos campos, sem se tornar chato (quanto a mim), antes tornando-se cada vez mais empolgante e senti-me a aprender a cada capítulo que lia.
É claro que o facto de tudo o que é relatado estar a acontecer agora, quase literalmente (parte das descobertas descritas foram feitas já em 2007 e, como ficou explícito pelo artigo da BBC referido anteriormente, continuam a ser feitas, já após a publicação deste livro) é muito entusiasmante e motivador para a sua leitura.

Não creio que seja o tipo de livro que agrade a toda a gente mas, no entanto, eu recomendo-o vivamente.

Journal Entry 5 by kizmiaz from Belém , Lisboa (cidade) Portugal on Monday, March 31, 2008
Ok, já está comigo há algum tempo e já o estou a ler. Quando terminar farei um novo comentário.

Journal Entry 6 by kizmiaz from Belém , Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, April 3, 2008
Bem, depois de tão boas JE pouco me resta dizer. Gostei bastante de ler este livro e gostei especialmente da forma como está organizado, com capítulos escritos alternadamente por cada um dos autores. A matéria tratada por Reviel Netz foi-me mais difícil de acompanhar especialmente quando entra pelos campos da geometria descritiva e da física, mas deu para ficar com a ideia geral. Mas foram os capítulos de William Noel que mais me prenderam, a história do códice e os vários processos da sua recuperação são fascinantes.
Os achados neste códice são impressionantes, os textos de Arquimedes são valiosos mas não o são menos os textos de Hiperides e o próprio texto litúrgico medieval, embora mais comum não deixa de ser importante, como por vezes os autores se “esquecem” de mencionar.
Foi uma boa leitura, que alargou os meus horizontes em vários campos, inclusivé na História, e isso é sempre bom.
Para além de tudo isto quero acrescentar que este livro me fez reflectir sobre a quantidade de informação e conhecimento que se perdeu ao longo da História, quão avançados poderiamos estar se nos tivesse chegado todo o conhecimento das duas grandes culturas clássicas, Grega e Romana, já para não falar das anteriores. Dá, de facto, que pensar.

Journal Entry 7 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Friday, April 11, 2008
Que bom que gostaste!
Não sei lá porquê mas bem me parecia ;-)

Journal Entry 8 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Sunday, February 16, 2014
Não sei porquê, deu-me para voltar a este tema e saber se havia algo de novo. Ao que parece está já tudo descoberto e todos os documentos em formato digital, para que qualquer um os possa estudar. Já foi feita uma exposição e, enfim, tem um site só para ele:
http://archimedespalimpsest.org/

(a imagem é do próprio)

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