A Prisão

by Jesús Zárate | Mystery & Thrillers |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by anamae on 5/9/2007
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Journal Entry 1 by anamae on Wednesday, May 9, 2007
"Liberdade, justiça, encarceramento, eis as três questões quase incessantemente vividas, sentidas, discutidas por quatro presos numa pequena cela de uma prisão comombiana, longe das grandes cidades."(...)
in Prefácio de Urbano Tavares Rodrigues

Um livro que me surpreendeu, comoveu, interessou até ao último ponto final.
Escrito em forma de diário colectivo, cada capítulo encimado por um pensamento de alguém célebre, relata não só o dia a dia na cadeia, mas acima de tudo as dissertações quase filosóficas daqueles quatro personagens acerca de liberdade, dos problemas sociais, da justiça, da morte...

"É engraçado, a partir da prisão, observar os homens dos cafés. À primeira vista, parece que a liberdade costuma passar os dias nos cafés. Olhando com mais atenção, os homens também parecem presos, amarradosàs cadeiras onde se sentam e às mesas diante das quais bebem ou comem ou falam.(...)Da prisão, os presos dos cafés parecem muito tristes. Vivem de pequenos excessos de preguiça e de ilusão. Murmuram e falam de coisas que não sabem, como a guerra e a política. Subjugam e dominam as mulheres que não têm. Enchem de vida miserável a morte que lhes corrói os joelhos. Mandam engraxar os sapatos incansávelmente até lhes arderem os pés. Embalsamados no cheiro do café, estas múmias da liberdade dão uma ideia muito pobre da liberdade. (...)Sentem-se felizes por se sentirem atenienses, lendo jornais nos cafés.
A propósito de Atenas e dos jornais, o Honorável Gordo Tudela pergunta a Mister Alba:
- Havia jornais em Atenas?
- Infelizmente não- responde Mister Alba.
- E por que razão não tinham os atenienses jornais? Porque não conheciam a imprensa?
- Não. Os atenienses não sabiam ler- diz Mister Alba.
-E Sócrates?
- Sócrates não sabia escrever. era um filósofo de viva voz, como eu.
-O que fazia Sócrates?
- Quando não estava preso, falava na praça o dia inteiro. No nosso tempo, S´+ocrates só poderia ser locutor de rádio."

"-Robinson Crusoe é uma prova de liberdade para os outros. Para ele, é o mais miserável dos prisioneiros. Um dia, Robinson prendeu Robinson e confinou-o a uma ilha. Se este isolamento voluntário, se esta vocação de colónia penal não constitui a masi alta expressão do espírito prisional que todos temos dentro de nós, então não sei o que éa liberdade, não sei o que é a prisão."

Poderia aqui quase que transcrever o livro, que não me cansaria, mas assim perderia o interesse para futuros leitores. Amei este livro!

Novamente Urbano Tavares Rodrigues:
"Jésus Zárate é uma figura singular não só na Colombia, mas em toda a América latina. Autor de um único romance, este, com marcas de genialidade. Com ele ganhou o Prémio Planeta, em Espanha, em 1972, mas já após o seu falecimento, tal como havia sucedido em Itália com O Leopardo de Lampedusa.(...)
Que não teria escrito este autor se tem vivido uns anos mais?!"


Journal Entry 2 by anamae on Wednesday, May 9, 2007
Bookring iniciado dia 09/05/07:

1-Quiron
2-borbolletta
3-PedroGamaVieira
4-silvia-pco
5-kittycatss
6-Chibia
7-Arvores
8-ElHurricane
9-laranjamarga

Journal Entry 3 by Quiron on Wednesday, May 30, 2007
Já cá estava à minha espera quando cheguei! :-D

Obrigado mamã! Pela partilha e pelo marcador liiiiiiiindo e muito especial!!!
:-)

Beijocas doces do teu filhote ;-)

Journal Entry 4 by Quiron on Sunday, June 17, 2007
Terminei-o hoje. :-)

Este livro foi uma surpresa muito agradável. Iniciei-o sem grandes expectativas e terminei quase a aplaudi-lo! Excelente do princípio ao fim.
Fala sobre os mais variados temas (muitos deles problemáticos) ligados à prisão e à liberdade com um tom filosófico e quase poético por personagens tão díspares quanto brilhantes.
Também estava com muita vontade de transcrever partes do livro mas fora do contexto não tem o mesmo impacto. Tem que ser lido para ser compreendido em toda a sua plenitude.

Obrigado anamae pela partilha e já foi entregue em mão à borbolletta.

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