Orígenes
Registered by anamae on 1/12/2006
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Já recebi e ando a ler entusiasticamente. adoro ler biografias, conhecer as origens das pessoas. vou tentar ser breve.
Chegou hoje. Faz parte da chuva de BookRings que começou esta semana. Gostei muito das pratas de chocolate estendidas entre páginas. Fez-me lembrar gestos da infância. Criei muita expectativa em relação a este livro porque gosto muito de biografias e de Maalouf. Logo direi como o vivi. Abraços.
Gostei muito deste livro, como tenho gostado de todos os livros de Maalouf. Mas este é diferente; é uma reconstrução dos caminhos percorridos pelos antepassados do autor, caminhos que ele descobre com ternura e que, por vezes, preenche com resignação.
Não querendo ser abusivo, permito-me transcrever uma (enorme) passagem de uma percepção que me tocou especialmente:
(…) “ A presença das pessoas velhas é um tesouro que desperdiçamos com mimos, bajulações e conversa fiada, e acabamos depois por ficar para sempre com a sensação de nunca termos satisfeito a nossa fome; atrás de nós, caminhos imprecisos, que se delineiam por um breve momento, mas depois se perdem na poeira.
Alguns pensarão: e daí? Que necessidade temos nós de conhecer os nossos avós e bisavós? Deixemos os mortos enterrar os mortos, segundo a fórmula já gasta, e tratemos da nossa própria vida!
Não temos qualquer necessidade, é verdade, de conhecer as nossas origens. Nem os nossos netos têm a necessidade de saber o que foi a nossa vida. Cada um atravessa os anos que lhe foram concedidos, e depois adormece no seu túmulo. Que vantagem há em pensar naqueles que vieram atrás de nós, já que para nós eles não são ninguém? E de que serve pensar nos que virão a seguir, já que para eles nós não seremos ninguém? Mas então, se tudo está votado ao esquecimento, por que é que fazemos coisas e por que fizeram coisas os nossos antepassados? Por que é que nós escrevemos e por que é que eles escreveram? Sim, nesse caso, para quê plantar árvores e para quê ter filhos? De que serve lutar por uma causa, de que serve falar de progresso, de evolução, de humanidade, de futuro? De tanto privilegiar o momento vivido, deixamo-nos cercar por um oceano de morte. Pelo contrário, ao reanimar o tempo passado, alargamos o espaço de vida” (…)
Peço muita desculpa. Sei que não é suposto pormo-nos pr’aqui a transcrever livros, mas não resisti. É uma delícia. É bom que nos ponhamos a pensar.
É também uma delícia a passagem do autor por Cuba, as descrições dos dias lá passados e a sensibilidade daquele povo, as paisagens, as sensações, dão-nos vontade de apanhar o primeiro avião e nunca mais voltar. Nem tudo são rosas, eu sei, mas sou um sonhador, o que se há-de fazer?
Amin Maalouf frui essencialmente o percurso do avô paterno e de uma preciosidade, a correspondência deste, para retratar de forma tão fiel quanto possível, alguns dos episódios das suas origens. Mais uma vez, obrigado Sr. Maalouf. E obrigado, também, anamae, por mais um excelente livro.
Acho curioso o facto de ter terminado de o ler hoje, dia do 71º aniversário do meu pai.
Abraços.
Não querendo ser abusivo, permito-me transcrever uma (enorme) passagem de uma percepção que me tocou especialmente:
(…) “ A presença das pessoas velhas é um tesouro que desperdiçamos com mimos, bajulações e conversa fiada, e acabamos depois por ficar para sempre com a sensação de nunca termos satisfeito a nossa fome; atrás de nós, caminhos imprecisos, que se delineiam por um breve momento, mas depois se perdem na poeira.
Alguns pensarão: e daí? Que necessidade temos nós de conhecer os nossos avós e bisavós? Deixemos os mortos enterrar os mortos, segundo a fórmula já gasta, e tratemos da nossa própria vida!
Não temos qualquer necessidade, é verdade, de conhecer as nossas origens. Nem os nossos netos têm a necessidade de saber o que foi a nossa vida. Cada um atravessa os anos que lhe foram concedidos, e depois adormece no seu túmulo. Que vantagem há em pensar naqueles que vieram atrás de nós, já que para nós eles não são ninguém? E de que serve pensar nos que virão a seguir, já que para eles nós não seremos ninguém? Mas então, se tudo está votado ao esquecimento, por que é que fazemos coisas e por que fizeram coisas os nossos antepassados? Por que é que nós escrevemos e por que é que eles escreveram? Sim, nesse caso, para quê plantar árvores e para quê ter filhos? De que serve lutar por uma causa, de que serve falar de progresso, de evolução, de humanidade, de futuro? De tanto privilegiar o momento vivido, deixamo-nos cercar por um oceano de morte. Pelo contrário, ao reanimar o tempo passado, alargamos o espaço de vida” (…)
Peço muita desculpa. Sei que não é suposto pormo-nos pr’aqui a transcrever livros, mas não resisti. É uma delícia. É bom que nos ponhamos a pensar.
É também uma delícia a passagem do autor por Cuba, as descrições dos dias lá passados e a sensibilidade daquele povo, as paisagens, as sensações, dão-nos vontade de apanhar o primeiro avião e nunca mais voltar. Nem tudo são rosas, eu sei, mas sou um sonhador, o que se há-de fazer?
Amin Maalouf frui essencialmente o percurso do avô paterno e de uma preciosidade, a correspondência deste, para retratar de forma tão fiel quanto possível, alguns dos episódios das suas origens. Mais uma vez, obrigado Sr. Maalouf. E obrigado, também, anamae, por mais um excelente livro.
Acho curioso o facto de ter terminado de o ler hoje, dia do 71º aniversário do meu pai.
Abraços.
Chegou hoje. vai para a pilha TBR mas espero não demorar muito a ler.
Talvez por estar numa fase de muito trabalho e pouco tempo para ler. Talvez porque tenho outros livros "apetitosos" há espera de serem lidos. O que é certo é que, apesar de gostar de todos os livros do Amin Malouf que li, esta obra não me cativou por aí além.
Ficou a meio...
Tentei contactar a -claudia - através de PM e com mensagens no fórum mas não obtive resposta. Livro segue hoje de regresso a casa.
Ficou a meio...
Tentei contactar a -claudia - através de PM e com mensagens no fórum mas não obtive resposta. Livro segue hoje de regresso a casa.
Chegou a casa bem de saúde.
Obrigada a todos que o leram.
Disponham sempre! :)))
Obrigada a todos que o leram.
Disponham sempre! :)))