Este é o meu corpo (#)
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Da contracapa:
"Numa cidade de província, noite escura, enquanto a água fustiga as pedras nas margens do ribeiro, é encontrado um corpo virado do avesso, irreconhecível, sem formas e sem rosto, ao mesmo tempo belo e repugnante. Com a solenidade exigida a um acto religioso, com a violência de uma violação, com a ternura de uma carícia, esse corpo será desvelado através dos cortes profundos do bisturi de um médico-legista obcecado com os segredos que lhe contam os seus mortos. 'Todas as mortes são violentas. Sobretudo para os que cá ficam', diz ele. E é também dos reflexos desta morte na vida dos que ficam que trata este romance, puzzle de muitos corpos e das marcas da vida e da morte dentro deles."
"Numa cidade de província, noite escura, enquanto a água fustiga as pedras nas margens do ribeiro, é encontrado um corpo virado do avesso, irreconhecível, sem formas e sem rosto, ao mesmo tempo belo e repugnante. Com a solenidade exigida a um acto religioso, com a violência de uma violação, com a ternura de uma carícia, esse corpo será desvelado através dos cortes profundos do bisturi de um médico-legista obcecado com os segredos que lhe contam os seus mortos. 'Todas as mortes são violentas. Sobretudo para os que cá ficam', diz ele. E é também dos reflexos desta morte na vida dos que ficam que trata este romance, puzzle de muitos corpos e das marcas da vida e da morte dentro deles."
Não resisto a um Bookring deste livro, mesmo apesar de não conseguir descrever o que ele me fez sentir. É brutal a forma como o médico legal vai, ao longo de todo o livro, fazendo a sua autópsia e, através dela, revelando a sua personagem. É espantosa também a forma como cada capítulo - dedicado apenas a uma personagem - vai revelando os laços, que neste caso são mais nós, que existem entre todos.
Demorei a pegar nele, mas francamente acho que valeu a pena.
Vou deixar aqui algumas passagens que assinalei ao longo da leitura e que poderão aguçar o apetite.
Demorei a pegar nele, mas francamente acho que valeu a pena.
Vou deixar aqui algumas passagens que assinalei ao longo da leitura e que poderão aguçar o apetite.
Hic locus est urbi mors gaudet succurrere vitae
(Este é o lugar onde a morte se regozija de ensinar aqueles que vivem)
-- Inscrição patente numa sala de autópsias --
(Este é o lugar onde a morte se regozija de ensinar aqueles que vivem)
-- Inscrição patente numa sala de autópsias --
"Morre-se e recomeça tudo. Fecha-se um ciclo, abre-se outro. Tal como acontece com os sapatos e as roupas que conservamos durante anos por vergonha de lhes decretarmos o óbito. Até que um dia ganhamos coragem e nos despedimos deles para na manhã seguinte já nem sequer nos lembrarmos de que alguma vez existiram. É assim também com os mortos. Um caso de gestão do espaço. Uma arrumação. Um alívio. Uma passagem."
***
"Uma autópsia é como um nascimento. Nunca se repete. Tal como nunca se descasca pela segunda vez uma laranja."
***
"Autós ópsis. Grego. Exame de si próprio. Ver por si mesmo, com os seus próprios olhos, sem intermediários. Ver, ouvir, cheirar, palpar. Usar todos os sentidos com um só fim. Autópsia: uma pequena amostra do julgamento final no qual os católicos continuam a acreditar e que os juízes ironicamente pensam interpretar em vida. A peçazinha na engrenagem, a intrometida verdade que vem ao de cima. O gato escondido com o rabo de fora.
Não fica mais nada por contar. Não há como a morte para desbravar a intimidade de alguém."
***
"Morremos todos de excesso ou de falta de amor. E morremos sozinhos. De regresso à nossa odiosa singularidade. Morremos todos do coração, acreditem."
***
"O sofrimento dos outros não passa de uma ficção em cujo enredo participamos como personagens secundárias. Supomos que, se sofrermos também, violamos as regras da história. Mudamos-lhe o curso. Intrometemo-nos."
***
"Alguém me disse uma vez que a morte é um parto de si mesmo. Uma consumação, uma onda que nos varre até ao cabo de nós mesmos, ao fundo da nossa história, ali onde encerrámos os mistérios. Se não formos nós a cumprir a tarefa, encarregam-se outros dela. Não há como fugir."
***
"Há quinze anos que lido com mortos. Que os corto, que os peso, que os viro do avesso para desvendar o seu mistério. Vi anos de desmazelo. Com as unhas tão longas e rijas que pareceiam de pedra, como garras que já não conseguiram usar para se defender. Vi corpos electrocutados dentro de banheiras. Corpos com a traqueia corroída por ácidos ou desviada pela força de uma corda. Corpos tão comidos pela água do mar e pelos caranguejos que, por vezes, só pelos dentes se conseguiram identificar os seus donos. Vi corpos de crianças violadas com requintes de perversão. Corpos perfurados por balas, rasgados por facas, raspados, arrastados, espancados. Vi corpos, muitos corpos. E todos clamavam por justiça.
Este foi apenas mais um corpo.
Não fica mais nada por contar."
***
"Uma autópsia é como um nascimento. Nunca se repete. Tal como nunca se descasca pela segunda vez uma laranja."
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"Autós ópsis. Grego. Exame de si próprio. Ver por si mesmo, com os seus próprios olhos, sem intermediários. Ver, ouvir, cheirar, palpar. Usar todos os sentidos com um só fim. Autópsia: uma pequena amostra do julgamento final no qual os católicos continuam a acreditar e que os juízes ironicamente pensam interpretar em vida. A peçazinha na engrenagem, a intrometida verdade que vem ao de cima. O gato escondido com o rabo de fora.
Não fica mais nada por contar. Não há como a morte para desbravar a intimidade de alguém."
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"Morremos todos de excesso ou de falta de amor. E morremos sozinhos. De regresso à nossa odiosa singularidade. Morremos todos do coração, acreditem."
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"O sofrimento dos outros não passa de uma ficção em cujo enredo participamos como personagens secundárias. Supomos que, se sofrermos também, violamos as regras da história. Mudamos-lhe o curso. Intrometemo-nos."
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"Alguém me disse uma vez que a morte é um parto de si mesmo. Uma consumação, uma onda que nos varre até ao cabo de nós mesmos, ao fundo da nossa história, ali onde encerrámos os mistérios. Se não formos nós a cumprir a tarefa, encarregam-se outros dela. Não há como fugir."
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"Há quinze anos que lido com mortos. Que os corto, que os peso, que os viro do avesso para desvendar o seu mistério. Vi anos de desmazelo. Com as unhas tão longas e rijas que pareceiam de pedra, como garras que já não conseguiram usar para se defender. Vi corpos electrocutados dentro de banheiras. Corpos com a traqueia corroída por ácidos ou desviada pela força de uma corda. Corpos tão comidos pela água do mar e pelos caranguejos que, por vezes, só pelos dentes se conseguiram identificar os seus donos. Vi corpos de crianças violadas com requintes de perversão. Corpos perfurados por balas, rasgados por facas, raspados, arrastados, espancados. Vi corpos, muitos corpos. E todos clamavam por justiça.
Este foi apenas mais um corpo.
Não fica mais nada por contar."
Inscritos:
1. witchie (Espinho)
2. elsita (Almada)
3. cokas (Sobreda)
4. noggy (Lisboa)
5. SóniaCarvalho (Sta. Maria da Feira)
6. goda (Lisboa)
7. dhmpr (Lisboa
8. nninoca (Porto)
9. satyanarayani (Almada)
10. Anokas-m (Machico, Madeira)
TERMINOU!!!
1. witchie (Espinho)
2. elsita (Almada)
3. cokas (Sobreda)
4. noggy (Lisboa)
5. SóniaCarvalho (Sta. Maria da Feira)
6. goda (Lisboa)
7. dhmpr (Lisboa
8. nninoca (Porto)
9. satyanarayani (Almada)
10. Anokas-m (Machico, Madeira)
TERMINOU!!!
Já foi enviado e já chegou à Witchie
Recebi este livro há umas semanas e já o comecei a ler. Depois digo mais!
Comecei ontem, acabei hoje. Gostei muito. Só peço desculpa pela demora, mas os últimos tempos não têm sido fáceis...
O tema fascina-me. Não a morte em si, essa assusta-me, mas a medicina legal e forense. A ideia de descobrir a vida por detrás daquela morte, ouvir os mortos contar a sua história, revelar os pormenores que só eles conhecem. É um dos caminhos que posso vir a seguir na minha carreira. Não medicina legal, mas psicologia forense.
Gostei sobretudo da forma como todas as pontas soltas se atam e formam uma malha com algum sentido, aquele que se pode encontrar. Gostei. De uma forma algo surreal, mas gostei.
Vou ficar atenta a esta autora, isso é certo!
Obrigada, Pauloca, por me dares a conhecer a primeira obra de Filipa Melo. Segue para a Elsita assim que possível! :)
O tema fascina-me. Não a morte em si, essa assusta-me, mas a medicina legal e forense. A ideia de descobrir a vida por detrás daquela morte, ouvir os mortos contar a sua história, revelar os pormenores que só eles conhecem. É um dos caminhos que posso vir a seguir na minha carreira. Não medicina legal, mas psicologia forense.
Gostei sobretudo da forma como todas as pontas soltas se atam e formam uma malha com algum sentido, aquele que se pode encontrar. Gostei. De uma forma algo surreal, mas gostei.
Vou ficar atenta a esta autora, isso é certo!
Obrigada, Pauloca, por me dares a conhecer a primeira obra de Filipa Melo. Segue para a Elsita assim que possível! :)
Está comigo desde 6ª feira, mas só agora pude registar. Em breve darei notícias.
Fiquei maravilhosamente espantada com este livro, superou as minhas expectativas!
O encadeamento da história, as personagens...tudo a girar à volta de um corpo, mantiveram-me bastante motivada para esta leitura.
-----> Segue para a Cokas
Excelente bookring, Pauloca! Obrigado pela oportunidade!
O encadeamento da história, as personagens...tudo a girar à volta de um corpo, mantiveram-me bastante motivada para esta leitura.
-----> Segue para a Cokas
Excelente bookring, Pauloca! Obrigado pela oportunidade!
A Elsita acabou de me entregar este livro em mão :)
Vai para a pilha ;) mas tentarei ser breve!
Vai para a pilha ;) mas tentarei ser breve!
Não era suposto já ter este livro lido. Quis o destino que me esquecesse do gigante Equador em casa de meus pais e, como não sou capaz de passar um serão sem leitura, peguei no "Este é o Meu Corpo".
O que dizer? Devorei-o em 2 dias! Primeiro porque trabalhei com cadáveres aquando da transladação do cemitério da Aldeia da Luz, em Julho de 2002, e, desde então, fascina-me tudo o que podem subtilmente revelar. Depois pelos traços comuns com a série televisiva CSI que a Sic passa semanalmente, tarde e a más horas! :(
Contudo, não sei se gostei, tenho de confessá-lo. Gostei dos pormenores técnicos descritos, do tipo de discurso fluido, das frases sublinhadas a grafite (também tenho esse hábito)... mas senti-me um pouco perdida na teia destes capítulos que, por vezes, se revelam isolados, distantes... solitários, tal como os personagens que lhes dão vida... ou morte.
Segue para a Noggy :)
Obrigada Pauloca por mais esta descoberta que me proporcionaste.
Acabadinho de chegar... Vou começar hoje mesmo, dentro de dias mando noticias!!!
Noggy
Noggy
Terminei-o ontem á noite. Não foi um livro que me agradasse tanto como eu esperava, no entanto reconheço que é uma história cativante. Esperava talvez que fosse mais pormenorizado no que diz respeito á autópsia propriamente dita.
Segue ainda hoje para a SóniaCarvalho.
Obrigado, Pauloca.
Segue ainda hoje para a SóniaCarvalho.
Obrigado, Pauloca.
Journal Entry 15 by SoniaCarvalho from København Ø - Østerbro, København Amt Denmark on Wednesday, January 12, 2005
Chegou hoje são e salvo.
Obrigada Noggy e Pauloca.
Obrigada Noggy e Pauloca.
Journal Entry 16 by SoniaCarvalho from København Ø - Østerbro, København Amt Denmark on Sunday, February 6, 2005
"Todas as mortes são violentas. Sobretudo para os que cá ficam."
O livro superou bastante as minhas expectivas. Confesso que adorei.
Obrigada Pauloca pelo bookring.
Já tenho a morada da Goda. Deve seguir amanhã.
Boa viagem.
O livro superou bastante as minhas expectivas. Confesso que adorei.
Obrigada Pauloca pelo bookring.
Já tenho a morada da Goda. Deve seguir amanhã.
Boa viagem.
Journal Entry 17 by SoniaCarvalho from København Ø - Østerbro, København Amt Denmark on Thursday, February 10, 2005
Seguiu hoje para a Goda.
Chegou! Vou começar a ler assim que puder :) Depois dou noticias
A morte de diferentes perspectivas... gostei do livro e principalmente das várias "dissertações" das personagens intervenientes no drama acerca da vida e da morte.
" Eu não quero ter filhos. Eu quero morrer no singular sem fórmulas transitivas ou reflexas. Eu quero morrer egoisticamente só."
Seguiu ontem para o dhmpr
" Eu não quero ter filhos. Eu quero morrer no singular sem fórmulas transitivas ou reflexas. Eu quero morrer egoisticamente só."
Seguiu ontem para o dhmpr
E já está comigo...
obrigado Goda :D
Vou tentar lê-lo o mais rápido possível.
CAUGHT IN LISBOA LISBOA PORTUGAL
obrigado Goda :D
Vou tentar lê-lo o mais rápido possível.
CAUGHT IN LISBOA LISBOA PORTUGAL
Journal Entry 21 by dhmpr from Póvoa de Santa Iria, Lisboa (distrito) Portugal on Thursday, March 31, 2005
Opss... parece que a minha journal entry anterior ficou em anonimous finder... peço desculpa Pauloca pela confusão (Daniel envergonhado). Penso que agora já vai ficar tudo ok :)
Obrigado e boas leituras
Obrigado e boas leituras
Journal Entry 22 by dhmpr from Póvoa de Santa Iria, Lisboa (distrito) Portugal on Tuesday, June 28, 2005
Já devia ter feito esta JE há algum tempo...
Gostei bastante de ler este livrinho. É interessante a forma como o autor nos proporciona a visão de um médico legista que disserta uma história composta por histórias que se enredam entre si.Não conhecia nenhum livro desta autora, mas posso dizer q este livrinho deixou-me uma nota bastante positiva sobre a autora. Obrigado Pauloca e segue, assim que receber a morada, para a próxima BC.
Gostei bastante de ler este livrinho. É interessante a forma como o autor nos proporciona a visão de um médico legista que disserta uma história composta por histórias que se enredam entre si.Não conhecia nenhum livro desta autora, mas posso dizer q este livrinho deixou-me uma nota bastante positiva sobre a autora. Obrigado Pauloca e segue, assim que receber a morada, para a próxima BC.
Já ca esta...... já ca esta.........
O livro é apaixonante. Li-o esta noite, de uma vez só.
Devo dizer que, quando percebi que se tratava de autópias, de cadávers, de mortos...... não me seduziu nada a leitura.
Ainda tenho presentes as três ou quatro autópsias que fiz (assisti), em conjunto, de uma vez só, no fim do curso, em medicina legal (direito), e a frase parva que repeti à médica legista, dita pela minha colega, que antes queria passar fome a fazer aquele trabalho.
Frase imbecil, infeliz, que ainda hoje carrego.
Mas depois, a forma apaixonada, ternurenta, como o médico legista aborda os cadaveres......
Francamente, GOSTEI!
Obrigado pelo ring, Pauloca!
Ah! Deixei-o agora no correio. Seguiu para a Satya.....
Devo dizer que, quando percebi que se tratava de autópias, de cadávers, de mortos...... não me seduziu nada a leitura.
Ainda tenho presentes as três ou quatro autópsias que fiz (assisti), em conjunto, de uma vez só, no fim do curso, em medicina legal (direito), e a frase parva que repeti à médica legista, dita pela minha colega, que antes queria passar fome a fazer aquele trabalho.
Frase imbecil, infeliz, que ainda hoje carrego.
Mas depois, a forma apaixonada, ternurenta, como o médico legista aborda os cadaveres......
Francamente, GOSTEI!
Obrigado pelo ring, Pauloca!
Ah! Deixei-o agora no correio. Seguiu para a Satya.....
Journal Entry 25 by Satyanarayani from Almada, not specified not specified on Friday, August 5, 2005
Chegou hje :)
Journal Entry 26 by Satyanarayani from Almada, not specified not specified on Tuesday, October 4, 2005
É um livro um bocado estranho...
Seguiu hoje para Anokas-m
Seguiu hoje para Anokas-m
Já o recebi na Terça, mas só hoje consegui aceder à net.
Vou começar a ler hoje.
Em breve darei notícias.
Vou começar a ler hoje.
Em breve darei notícias.
De regresso a casa. Já ficou hoje no correio.
Gostei, apesar de a meio ter ficado um pouco confusa. Claro que no final tudo fica esclarecido...
Obrigada Pauloca e Satyanarayani.
Gostei, apesar de a meio ter ficado um pouco confusa. Claro que no final tudo fica esclarecido...
Obrigada Pauloca e Satyanarayani.
De regresso a casa são e salvo.
Obrigada a todos por terem cuidado bem dele.
Obrigada a todos por terem cuidado bem dele.