Aprender a Falar com as Plantas

by Marta Orriols | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 5/3/2020
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Sunday, May 3, 2020

A AUTORA
Marta Orriols Balaguer (Sabadell, 1975), historiadora de arte de formação, vive e trabalha em Barcelona e tem dois filhos. Estudou guionismo cinematográfico na escola de cinema Bande à Part e escrita criativa na Escola de Escrita do Ateneu Barcelonês.


É autora do blogue No puc dormir e trabalha ocasionalmente como leitora para editoras. Colabora com a publicação digital Núvol e com o portal de cultura Catorze com crónicas literárias. Com o seu livro de estreia, Anatomia de les distàncies curtes conseguiu um êxito assinalável por parte da crítica e do público. Os seus textos retratam a complexidade das relações humanas com uma prosa delicada e de grande densidade emocional.

SINOPSE
Paula Cid é uma neonatologista de 42 anos. Apaixonada pelo seu trabalho e mergulhada na rotina de um relacionamento que dura há quinze anos, perde o companheiro num acidente poucas horas depois de ele a ter convidado para um almoço em que lhe disse que havia outra mulher na sua vida e ia sair de casa.

Juntamente com o choque de uma morte estúpida e prematura, Paula terá, pois, de enfrentar o desgosto de ter sido abandonada e de lidar não apenas com o luto, mas sobretudo com o ressentimento e o rancor.

Aprender a Falar com as Plantas confirmou Marta Orriols, que já tinha publicado contos, como uma das autoras espanholas mais interessantes da atualidade.

Vencedor dos prémios Òmnium e L’Illa dels Llibres, o romance revela os pormenores da alma feminina, levando-nos em segundos da dor à ternura, do sorriso à emoção mais dramática.

ISBN: 9789722069304
Ano de edição ou reimpressão: 02-2020
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 233 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 240
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Romance


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Wednesday, June 10, 2020


A perda repentina de um familiar próximo traz o luto, aquele estado transitório em que a vida fica suspensa das lembranças e uma miopia temporária não permite vislumbrar, lá na frente, qualquer motivo para ser novamente feliz.


Paula Cid perdeu o marido duas vezes no mesmo dia. Morreu num acidente brutal, num daqueles instantes irreversíveis em que a a dinâmica e a estática se tocam e um corpo se transforma em cadáver. Mas, poucas horas antes, perdera-o já para outra mulher. Paula irá atravessar o deserto do luto com a perda emocional e a perda física às costas, e todos os transtornos dessa bagagem demasiado pesada.

Um livro que retrata os efeitos das rotinas instaladas na vida dos casais e da falta de comunicação. Mas que também fala da reserva de força interior que se descobre nos momentos mais difíceis.

O discurso na primeira pessoa aproxima o narrador do leitor, fazendo com que este se identifique ainda mais com os sentimentos do primeiro e com todo o processo curativo da perda.

O discurso é fluido e soa muito familiar, muito natural; ou não fôssemos todos ibéricos ;)

*** SPOILER ***

«Eram dias apáticos, irreais, o choque dominava tudo, não havia espaço para a fome.» (pá. 18)

«E eu ria, ria com a boca do estômago fechada.» (pág. 19)

«(...) o filtro opaco do tempo (...)» (pág. 21)

«A morte conserta tudo, até o irreparável, o irreversível, e deturpa tudo. A morte transformou Mauro e colocou-o algures, perto dos santos e dos inocentes.» (pág.31)

«A morte irrita-me (...) por estar tão viva em mim.» (pág. 34)

«São tão jovens e a vida assenta-lhes tão bem...» (pág. 41)

«Onde irá parar todo o desejo que não é consumado? Será como a energia, que se transforma, passando de formas úteis a outras menos úteis?» (pág. 43)

«Quando o mau é tão mau que se adivinha, é melhor esperar por ele com carinho.» (pág. 48)

«As cedências que fazemos ao longo dos anos de convivência acabam por nos diabolizar a todos um bocadinho.» (pág. 62)

«Uma má notícia não pode ser vomitada.» (pág. 67)

«São as decisões que não podemos tomar por nós próprios aquelas que nos põem em causa e nos questionam sobre quem somos e o que nos tornamos.» (pág.71)

«Os dedos desejosos de tocar no nome dançam irrequietos nas arestas do telemóvel, sabem que brincam com o fogo.» (pág.93)

«Sou uma mulher só, que chega a uma casa onde não vive mais ninguém. Não preciso de dar o exemplo às crianças, nem de me esforçar por transformar refeições num serão agradável.» (pág. 95)

«Durante os escassos momentos em que nos encontrávamos, porque o trabalho nos absorvia completamente, vivíamos dentro dos limites racionais da familiaridade encoberta, acomodada, metódica e agradável de dois adultos sem filhos e uma vida prosaica.» (pág. 103)

«O hospital não é a tua casa, Paula, nem estes bebés são os teus filhos.» (pág. 112)

«O meu problema é simplesmente a vida, a vida que passa e encalha.» (pág.115)

«Estava convencida de que a vida acontecia noutro lugar.» (pág. 120)

«Usei-o [anel/aliança] por vários anos, deixei de o sentir.» (pág. 123)

«A amizade também envelhece.» (pág. 125)

«Tinha o olhar cheio de sonhos e de ternura.» (pág. 142)

«Que o dia vos seja leve.» (pág. 142)

«Não sei aonde ir. Não tenho ninguém à minha espera.» (pág. 144)

«O Natal já chegou, sem tréguas.» (pág. 153)

«Uma mulher de quarenta e dois anos, cabisbaixa e contendo lágrimas e verdades (...) » (pág. 165)

«O amor é tangível, audível e corajoso. O requisito para o sentir é tão simples como estar presente.» (pág. 165)

«Tenho sempre a sensação de estar ao serviço de algo mais importante do que eu.» (pág. 170)

«Um homem saído do nada, como as oportunidades ou as cordas que nos atiram para nos agarrarmos bem a elas e assim nos salvarem a vida.» (pág. 187)

«Um parêntese onde cabem o prazer, as carícias, os elogios, as cócegas, estes beijos, e mais nada para além de tudo o que o presente contém. » (pág. 191)

«Talvez regressarmos a nós próprios seja um bom lugar a aonde ir.» (pág. 202)

«E, então, a morte rouba-ma sem contemplações e leva-a.» (pág. 218)

«A memória seleciona acontecimentos que eram neutros quando aconteceram; e nesse momento em que acontecem, (...) não nos apercebemos de estarmos a criar uma recordação única.» (pág. 219)

«Olha que fácil que é o amor de verdade.» (pág. 223)


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