Uma Noite em Lisboa

by Erich Maria Remarque | Biographies & Memoirs |
ISBN: 9789897731457 Global Overview for this book
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Thursday, March 21, 2019

SINOPSE
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para a Formação de Adultos, como sugestão de leitura.

A Alemanha Nazi ocupava grande parte da Europa. Terra de todos e de ninguém devido ao jogo duplo de Salazar, Lisboa foi durante toda a guerra um território neutro. Num cenário de guerra e perseguição, tornou-se o paraíso à beira-mar plantado. Para além da sua beleza natural e da paz, foi uma das poucas portas de saída para os que desejavam uma oportunidade para construir uma nova vida do outro lado do Atlântico.

Depois… uma noite em Lisboa, quando um refugiado olha cobiçosamente para um transatlântico, um homem aproxima-se dele com dois bilhetes de embarque e uma história para contar. É uma história perturbante de coragem e traição, risco e morte. Onde o preço do amor vai para além do imaginável, e o legado do mal é infinito. À medida que a noite evolui, os dois homens e a própria cidade criam um laço que vai durar o resto das suas vidas…

AUTOR
Erich Maria Remarque nasceu a 22 de Junho de 1898 para se vir a tornar num dos mais importantes escritores do séc. XX. Banido pelos nazis por ser alegadamente descendente de judeus franceses, viu os seus livros serem atirados para a fogueira e foi exilado em 1933 sob acusação de fazer propaganda contra o nacionalismo alemão. Remarque viu, ainda assim, o seu trabalho reconhecido ao mais alto nível da literatura e chegou mesmo a ser um dos grandes candidatos ao Nobel na sua época. Este foi o seu último trabalho completo e a sua obra foi eternizada pelos seus leitores em todo o mundo. Dono de uma escrita magistral e de um profundo conhecimento da alma humana, Remarque ficará para sempre na história da literatura.


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Sunday, June 9, 2019

Uma noite em Lisboa não é, certamente, o melhor livro que li sobre o Holocausto. Tem a vantagem da ação presente ser passada em Lisboa e nos recordar, recorrentemente, da normalidade que a paz incorpora. Numa Europa que vive de sombras, Lisboa continua iluminada, vibrante, livre e vestida de esperança.

A ação presente desenrola-se numa única noite, em Lisboa, a lembrar As Velas Ardem Até ao Fim, do húngaro Sándor Márai, onde também dois homens, amigos de infância, passam uma noite juntos, num quase monólogo de um, pautado por pequenas intervenções do outro. Também aqui, Erich Maria Remarque, neste caso não sobre as cinzas da I Guerra Mundial mas sim sobre a II, coloca dois homens desconhecidos, ligados pela sobrevivência, a percorrerem uma Lisboa noturna mas acordada. E tal como em todos os livros de Patrick Modiano, também aqui a preservação da memória é o fulcro do romance e o seu MacGuffin dois bilhetes para a liberdade.

A única crítica vai para o discurso, com falas demasiado extensas e elaboradas para uma conversa entre dois estranhos. Ainda assim, um livro que deve ser lido.

Relativamente à capa, mais uma vez os parabéns à Saída de Emergência, em particular ao editor Luís Corte-Real e ao designer de capa Luís Morcela! Sóbria, em preto e branco, com o título em vermelho. Também muito interessante é, no topo, uma cruz suástica - cuja forma sempre me fez lembrar movimento rotacional para a direita - vermelha, estrategicamente estática pela presença de dois corvos, símbolo da capital. A lembrar que, em Lisboa, a máquina de guerra de Hitler não trabalhava. Excelente! E, como se não bastasse, no fundo, também a vermelho, o símbolo da editora, um fugitivo a atravessa uma porta. Neste caso, a porta para a liberdade :)

*****

«A felicidade é uma questão de graduação relativa.» (pág. 16)

«A separação pesa mais do que a vida em comum.» (pág. 45)

«Um homem morre, mas a sua cama permanece. A casa perdura. As coisas conservam-se como eram antes. Se ao menos pudéssemos destruí-las também!» (pág. 58)

«É provável que nos suicidemos mais vezes do que suspeitamos. Só que não damos por isso.» (pág. 61»

«É um erro dar-se demasiadas explicações às mulheres. O que há a fazer é agir.» (pág. 62) (lol)

«Todas estas desgraças serviram de levedura para o progresso.» (pág. 84)

«O tempo (...) é a morte diluída, veneno misturado a conta-gotas, em doses aparentemente inócuas (...). O ácido do tempo modifica-nos.» (pág. ?)

«Merde à la guerre.» (pág. 143)

«Rendemo-nos (...) mas não morremos. Apenas desistimos de fazer qualquer esforço para nos concentrarmos exclusivamente na sobrevivência.» (pág. 154)

«Depois das lágrimas, ela mostrou-se ausente e muito tranquila, como uma paisagem após a chuva.» (pág. 183)

«Para mantermos a paz, fazemos a guerra.» (pág. 193)

«Toda a gente tem diversas pessoas dentro de si. Todas elas diferentes umas das outras. Às vezes há uma que se torna independente e toma as rédeas durante algum tempo. Nessas alturas tornamo-nos numa pessoa diferente, uma pessoa que nunca antes conhecemos. Mas acabamos por voltar a ser o que éramos.» (pág. 205)

«A solidão precisa de companhia e não olha a quem. Quem não compreende isso pode já ter estado sozinho, mas nunca esteve verdadeiramente só.» (pág. 207)

«Não queria mais mudanças. Abandonara toda a fé no futuro.» (pág. 208)

«Tivera de matar alguém para ser tratado como ser humano.» (pág. 229)

«Não há respostas. Nunca há... exceto aquelas que o senhor deu a si próprio.» (pág. 234)


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