A Casa das Belas Adormecidas

by Yasunary Kawabata | Literature & Fiction | This book has not been rated.
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Saturday, October 28, 2017
FICHA

ISBN: 9789722061872
Edição ou reimpressão: 02-2017
Editor: Dom Quixote
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 233 x 12 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 160


SINOPSE
Abandonadas em camas, jovens mulheres nuas, intocadas e intocáveis, dormem profundamente sob o efeito de poderosos narcóticos deixando, sem o saber, que o seu corpo seja contemplado por homens idosos em busca de uma pobre consolação para a perda de juventude. Eguchi, de 67 anos, tem perfeita noção da proximidade da decadência física, e as noites passadas nesta casa do desejo levam-no a recordar a relação com as diferentes mulheres da sua vida, num entrelaçar de memórias e fantasias eróticas que culminam com a revelação da sua essência inumana.

A Casa das Belas Adormecidas, obra-prima profundamente perturbadora, que encerra um universo erótico fascinante e assustador, inspirou outros autores a escrever sobre os afectos e a sexualidade na terceira idade, nomeadamente Gabriel García Márquez no seu Memória das Minhas Putas Tristes.


YASUNARY KAWABATA

Romancista japonês, Yasunary Kawabata nasceu a 11 de Junho de 1899 na cidade de Osaka. Filho de um médico de grande cultura, conheceu a fatalidade da morte muito cedo, ao ficar órfão de ambos os progenitores aos três anos de idade, e ao perder a avó aos sete. Foi portanto criado pelo avô materno.
Após ter concluído os seus estudos secundários em 1920, Kawabata ingressou no curso de Literatura da Universidade Imperial de Tóquio, de onde obteve o seu diploma em 1924. Juntou-se então a uma tertúlia, e ajudou a fundar o Bungei Jidai , publicação que proclamava o Neo-Sensualimo e se mostrava receptiva à literatura europeia de vanguarda.
Kawabata publicou o seu primeiro livro em 1925, Jurokusai No Nikki e, no ano seguinte, arrebatou o sucesso com o aparecimento de Izu No Odoriko (1926, O Bailarino de Izu ), uma novela de cariz autobiográfico que relatava o enamoramento entre dois jovens.
Casou em 1931 e mudou-se para Kamakura, a antiga capital samurai, que abandonou com a deflagração da Segunda Guerra Mundial. De convicções neutrais, refugiou-se na Manchúria, regressando ao seu país depois da rendição japonesa.
Recorrendo a técnicas surrealistas que procuravam combinar a estética tradicional nipónica com a narrativa psicológica em tons de erotismo, publicou Yukiguni (1948, O País da Neve ), romance que descrevia o relacionamento entre o escritor de um livro sobre a dança e uma geisha já madura. Entre 1949 e 1954 surgiu Yama No Oto (A Voz da Montanha ), obra que contava a história de Shingo, um homem preocupado com as crises conjugais dos seus dois filhos, e que procurava fazer ressaltar o carácter emocional do povo japonês.
Na década de 60 tornou-se activista político, defendendo candidaturas conservadoras e assinando, juntamente com Yukio Mishima, um manifesto de protesto contra a Revolução Cultural chinesa.
Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1968, Yasunari Kawabata suicidou-se pela inalação de gás a 16 de Abril de 1972.

In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Tuesday, December 19, 2017

Habitualmente, acabo de ler um livro e escrevo de imediato o meu comentário aqui no BC. Desta vez, preferi esperar uns dias para me distanciar o suficiente da história. Na verdade, aqui estou eu, a fazê-lo, somente 3 ou 4 semanas depois.


A leitura deste livro veio na sequência de um artigo que o comparava a um outro que estava a ler - As Nossas Almas na Noite -, ambos abordando a temática da sexualidade na velhice.

Sendo o envelhecimento um processo singular, cronológico e cumulativo, de deterioração irreversível de um organismo adulto, é também um destino individual e complexo onde o eu habita com todas as suas opções de uma vida. Nesta fase de perdas progressivas, a sexualidade pode ser encarada como uma atividade que contribui para a qualidade de vida ou, ao invés, como algo que foi na frente do indivíduo, escapando-se-lhe para o precipício da morte.

E se no primeiro livro, a sexualidade era redescoberta por dois idosos que se conheciam vagamente e isso trazia, até, um certo encanto (e esperança) à velhice, neste, Eguchi, um japonês sexagenário, mergulha num círculo vicioso de visitas a uma casa onde raparigas são adormecidas com soporíferos fortes de modo a passarem a noite com velhos com quem nunca vão falar, a quem nunca vão dar um carinho, que nunca vão conhecer, num quadro degradante para ambas as partes e perturbador para o leitor.

Este livro fez-me lembrar o universo erótico japonês tão patente em livros e filmes (como Lust, Caution, de Ang Lee), onde o domínio e submissão pesam a atmosfera já de si saturada de cores, cheiros e subversões.

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«Naquela mulher vivia e movimentava-se uma vida jovem.» (pág. 61)

«O universo mais desumano tornava-se humano à força do hábito.» (pág. 72)

«Mil depravações estão escondidas nas sombras deste mundo.» (pág. 72)


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