Longe do mar

by Paulo Moura | Nonfiction |
ISBN: 9898838019 Global Overview for this book
Registered by irus of Bragança, Bragança Portugal on 4/18/2017
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Journal Entry 1 by irus from Bragança, Bragança Portugal on Tuesday, April 18, 2017
"Longe do Mar é uma viagem pela Nacional 2. De Chaves a Faro, pelo interior, Paulo Moura percorreu a mais longa estrada do país, contando histórias de lugares e pessoas. Essa primeira série de reportagens foi publicada no jornal Público, em Agosto de 2007. Mais tarde, o jornalista decidiu voltar atrás, recapitulou caminhos e narrativas, em busca do que ficara por contar. Que aconteceu aos contrabandistas de Vila Verde da Raia? À menina que amou de mais, aos playboys do Tortosendo, à louca do Trevim, ao casal de ferreiros apaixonado por livros, a Natália, que dormiu na cela prisional do assassino do marido, ou Joaquina, que viveu sozinha, com a filha, Iria, durante 20 anos, numa aldeia abandonada? Os seus destinos, não o da estrada, marcaram o rumo desta viagem."

Gostei muito deste livro. Mexeu muito comigo, ao retratar, o país miserável que fomos, não há tanto tempo assim.

""... em criança era muito pobre". Lembra-se de andar a ajudar os lavradores, e ir a casa pedir comida. A avó aquecia uma panela de água. Às vezes tinha um pouco de batata ou cebola para acrescentar, muitas vezes não tinha. Fortunato ingeria a água quente sem mais nada. Voltava ao trabalho e ao fim da tarde vinha comer mais sopa.
Fortunato contou-me isto e eu apenas sabia que ele não brincava porque outros, em Mazes e nas aldeias vizinhas, me havia descrito o mesmo. Em muitas alturas, principalmente no Inverno, a sopa que se comia era água quente sem nada. Por vezes com umas migalhas de pão.
Tal dimensão de pobreza é difícil de conceber. Olhando a terra em redor, coberta de vegetação, como acreditar que não houvesse uma couve ou uma batata para pôr na sopa? A verdade é que todos os pedaços de terra tinham dono, e aos pobres não cabia nada. Os recursos eram escassos, a sobrevivência uma luta. A pobreza é um conceito que nos escapa."

Journal Entry 2 by Pequete at Bragança, Bragança Portugal on Tuesday, April 18, 2017
Está comigo. A ler brevemente, depois cá virei dar notícias.

Journal Entry 3 by Pequete at Bragança, Bragança Portugal on Tuesday, May 9, 2017
Terminei o livro com sentimentos contraditórios. Se, por um lado, as histórias das pessoas mais velhas, corroboram algumas das que ouvi em primeira mão em outras zonas do país (e nem todas elas remotas, atenção) e me deixaram, como sempre deixam, a pensar como é possível ter-se vivido com tão pouco, há apenas algumas décadas atrás, as histórias mais recentes, sobretudo as que envolvem crimes, pareceram-me um tanto deslocadas. São histórias tristes e chocantes, mas uma olhadela pelos jornais diários que se ocupam desses temas, basta para constatar que são histórias que acontecem um pouco por todo o lado, e revelam miséria e/ou patologia, que tanto acontece num sítio ermo como numa cidade grande do litoral. Fiquei com a sensação geral de uma escolha um tanto a tendenciosa, isto é, histórias que suportassem uma tese já pré-definida de região abandonada, gentes sofridas, etc. quando o que me parece é que a pobreza contada pelos mais velhos, era algo comum numa grande parte do país. A sensação de melancolia atual, que o livro me transmitiu (e pode ter sido apenas interpretação minha, claro), parece-me, por outro lado, um pouco forçada, ainda que, quebrada aqui e ali, por apontamentos de humor.
"Quando estive em Coimbra, em casa da minha filha, o médico recomendou-me que fizesse exercício", diz um
"Exercício?", pergunta outro, após uma grande pausa.
"Que caminhasse. Ora eu, se tivesse forças para caminhar, trabalhava".
"Pois claro. Caminhar? Para quê?"
"Se pudesse fazer esforço, ia trabalhar, para não ser pobre, e não caminhar, de borla."
Ora bem, isto é o que eu chamo sabedoria popular!
Fica aqui guardadinho para devolver à irus (obrigada!), num próximo encontro.

Journal Entry 4 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Wednesday, May 10, 2017
Depois de um passeio breve, volta a casa.

Journal Entry 5 by wingcontowing at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, April 4, 2021
Foi uma pequena e muito grata surpresa, este pequeno livro.
Já o tinha visto à venda, numa loja da N2 (sim, isso existe, já) e pensado que seria talvez a única coisa que poderia ali comprar, mas sem o fazer por estar já em fase de contenção.
Vim encontrá-lo aqui, peguei-lhe e li-o de uma golfada só.
Apesar de "ao longo da N2", é muito pouco sobre a estrada em si e muito mais sobre as gentes de agora e de outros tempos e, sim, a descrição da pobreza de há bem pouco tempo "apequena" quem dela agora, assim, fica com uma breve ideia. Mas foi bastante da escrita em si e da forma de contar e apresentar as histórias e até de as ir repescando ao longo da narrativa, do que mais gostei.
Tenho de ir buscar mais dele, a quem ouvi sobre "Uma casa em Mossul" numa palestra na Gulbenkian e fiquei com vontade de conhecer mais, mas não o concretizei até agora.
Obrigada pela oportunidade! :)

(fica aqui, no mesmo sítio onde o li)

Journal Entry 6 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Monday, June 7, 2021
E lá continua ele, disponível na estante
(fiz JE apenas para registo)

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