Da Natureza dos Deuses (Portuguese Edition)

by António Lobo Antunes | Literature & Fiction | This book has not been rated.
ISBN: 9722058460 Global Overview for this book
Registered by irus of Bragança, Bragança Portugal on 10/28/2016
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Journal Entry 1 by irus from Bragança, Bragança Portugal on Friday, October 28, 2016
Histórias que se desenvolvem em espiral, onde as repetições revelam sempre um pouco mais, uma panóplia de personagens secundários, uma melancolia (ou antes tristeza) infinita.
Estamos nos anos 60, com Salazar ainda no poder (aqui descrito como o sr presidente do concelho, ou antes um velho de voz fininha com uma manta nos joelhos), há uma casa em Cascais onde mora um homem muito poderoso, com a mulher, presa num quarto desde a altura em que tentou fugir com outro. Há várias amantes, uma filha solitária (e que encontrámos já velha nos primeiros capítulos), o mordomo, o jardineiro, a rapariga que entrega livros na casa, um sem-abrigo que atravessa toda a história.

Mais para o final do livro, ALA repete "isto é uma história de amor", "já disse que isto é uma história de amor". E é, mas de amores infelizes, ou aquilo em que se transforma o amor. É também uma história sobre a velhice e a infância (todos os personagens acabam por ir lá parar, às aldeias onde nasceram, à memória dos pais, às pequenas histórias que sempre nos ficam).

Sendo ALA nada disto se lê num instante, é bom sim, mas requer tempo e disposição. Eu fui intercalando com outros, mas sempre que voltava era um prazer.

Journal Entry 2 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Friday, October 28, 2016
Vai passear até Vila Real, sem pressa.

Journal Entry 3 by marialeitora at Vila Real, Vila Real Portugal on Friday, November 11, 2016
ainda bem que vem sem pressa...um Lobo Antunes tem que se lhe diga e este é tão grande!
obrigada pela generosidade! Prometo tratá-lo bem...vai viver comigo uns tempos largos :)

Em Da Natureza dos Deuses, volta a haver muitas vozes; interpõem-se, atropelam-se, ecos de vários tempos históricos. E também, mais uma vez, a cronologia é a da memória, pouco obediente ao calendário, mas capaz de refazer percursos e, tanto quanto possível, resolver enigmas para contar uma história que é o presente de um país melancólico e velho: “A velhice não é roubarem-nos o futuro, é terem-nos roubado o passado, até a voz dos meus pais me levaram… “ No futuro, parece dizer Lobo Antunes pensando ainda em Faulkner, o passado existe.Num casarão entre Cascais e o Guincho, uma mulher, a Senhora, recebe periodicamente a visita de uma empregada de livraria que lhe entrega embrulhos com livros que ela não abre. Fátima é a confidente de uma história de família centrada na figura do Senhor Doutor, pai da Senhora, um déspota, agiota, que pediu a mão da mulher nos seguintes termos: “Perdoo-lhe a dívida se me der a sua filha.” E “o judeu a secar-se no lenço sem que o pai da Senhora reparasse nele, de cara a desaparecer da cara e expressão alguma, ruga alguma, apenas o bigode a hesitar, a mãe da Senhora quinze ou dezasseis anos, dezasseis…” Fátima, a empregada da livraria, ouve. Tem 36 anos, um filho de seis, o marido deixou-a, e ela vigia, com uma atenção que ultrapassa a mera curiosidade, o sem-abrigo que se alimenta da loja de hambúrgueres no centro de Cascais, bem perto da livraria. Fátima veio de África em criança e, como a Senhora, sabe que na vida “procuramos o que se segue e descobrimos o princípio”.

Journal Entry 4 by irus at Bragança, Bragança Portugal on Sunday, April 30, 2017
Regressado a casa, onde vai ficar adormecido por uns tempos.

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