A vida no campo
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"Um homem e uma mulher. Um jardim e uma horta. Dois cães. Ao fim de vinte anos na grande cidade, Joel Neto instalou-se no pequeno lugar de Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã, ilha Terceira. Rodeado de uma paisagem estonteante, das memórias da infância e de uma panóplia de vizinhos de modos simples e vocação filosófica, descobriu que, afinal, a vida pode mesmo ser mais serena, mais barata e mais livre. E, se calhar, mais inteligente."
Escrito em forma de diário, o livro vai seguindo as estações e a vida no campo que, tirando as idiosincrasias da paisagem, gastronomia e termos açorianos, se assemelha muito à vida no campo transmontano.
Joel Neto escreve com o distanciamento de quem passou 20 anos fora a viver na cidade, mas com a proximidade de quem cresceu naquelas terras, conhece os seus hábitos. Uma escrita simultaneamento poética e simples. Gostei muito e tenho muita vontade de o partilhar.
Escrito em forma de diário, o livro vai seguindo as estações e a vida no campo que, tirando as idiosincrasias da paisagem, gastronomia e termos açorianos, se assemelha muito à vida no campo transmontano.
Joel Neto escreve com o distanciamento de quem passou 20 anos fora a viver na cidade, mas com a proximidade de quem cresceu naquelas terras, conhece os seus hábitos. Uma escrita simultaneamento poética e simples. Gostei muito e tenho muita vontade de o partilhar.
Vai passear em mini-bookring, por amantes da vida no campo e dos Açores
- marialeitora
- Maria-Nunes
- Arvores
- conto
- cometa24 ------ está aqui
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- cometa24 ------ está aqui
e chegou! Obrigada :)
JOEL NETO passou 20 anos em Lisboa e vive agora no lugar dos Dois Caminhos, na ilha Terceira, onde tem um cão, um jardim de azáleas e uma horta. E é só isto e isto é tudo o que basta para o fazer feliz. E conta-nos isso mesmo num livro tocante, que é um diário, que se lê como um romance, em crónicas de uma vida quotidiana, simples, que diz que há gente que «é um disparate!» ou nos ensina palavras como «piscas e pechinchinhos, tarelos e tafulhos. Gamas e donetes, sueras e alvarozes. Cambetas, banaços, batacus. Custódios, alaricados, laparosos. Belicas e biscoitas, valhacas e maraus. Pitafes e tricofaites. Naiões, basões e tatões. E onde se lêem páginas assim: Lugar dos Dois Caminhos
Segunda-feira, 31 de Agosto de 2015
Em Setembro lembramo-nos dos canaviais. Cheira a terra húmida e a apara-lápis, e o vento faz tombar sobre a terra os primeiros ouriços, precoces ainda.
Sei que entra Setembro porque ouço os pneus dos automóveis sobre o asfalto húmido. Há um arco-íris no céu, folhas de plátano pelo chão e nos rostos das crianças uma doçura.
Em Setembro casam-se as segundas oportunidades, e não há nada tão redentor como elas. E também é em Setembro que ficam deprimidos os que não suportam o silêncio.
Setembro é vindima e é crepúsculo. O crepúsculo foi sempre assim.
Nos grandes e calmos dias de Setembro, como lhes chamou o poeta, comem-se os últimos tomates, o resto do milho doce e o mel da Fajã da Serreta. Compram-se sapatos novos, tiram-se os casacos do armário e o Q.B. torna a fazer torrões de pistácio.
Tenho saudades de torrões de pistácio. E de chá de néveda. E de tempestades.
No mês de Setembro estreiam os filmes de Woody Allen. Voltam o jazz, o teatro e as noites sem programa, e também há festas em São Bartolomeu, com o José Eliseu cantando ao desafio.
Tudo é mais romântico em Setembro. As lavadias abrandam, o mar mantém-se cálido, as praias ficam desertas. E nós lembramo-nos dos canaviais.
Tudo é mais romântico e belo em Setembro, e é por isso que nos lembramos dos canaviais. E de casacos.
Lá mais para o final de Setembro abrem as primeiras beladonas, engordam os primeiros araçás, partem os primeiros cagarros. Talvez possamos até acender a lareira, lá mais para o final de Setembro – mas os ouriços continuarão precoces, como uma expectativa do que está para vir.
Amanhã entra Setembro, e Setembro traz sempre consigo a expectativa do que está para vir. Eu ainda sinto a expectativa do que está para vir.
Gostei tanto! Obrigada, irus! Já viajou para a a Maria!
Segunda-feira, 31 de Agosto de 2015
Em Setembro lembramo-nos dos canaviais. Cheira a terra húmida e a apara-lápis, e o vento faz tombar sobre a terra os primeiros ouriços, precoces ainda.
Sei que entra Setembro porque ouço os pneus dos automóveis sobre o asfalto húmido. Há um arco-íris no céu, folhas de plátano pelo chão e nos rostos das crianças uma doçura.
Em Setembro casam-se as segundas oportunidades, e não há nada tão redentor como elas. E também é em Setembro que ficam deprimidos os que não suportam o silêncio.
Setembro é vindima e é crepúsculo. O crepúsculo foi sempre assim.
Nos grandes e calmos dias de Setembro, como lhes chamou o poeta, comem-se os últimos tomates, o resto do milho doce e o mel da Fajã da Serreta. Compram-se sapatos novos, tiram-se os casacos do armário e o Q.B. torna a fazer torrões de pistácio.
Tenho saudades de torrões de pistácio. E de chá de néveda. E de tempestades.
No mês de Setembro estreiam os filmes de Woody Allen. Voltam o jazz, o teatro e as noites sem programa, e também há festas em São Bartolomeu, com o José Eliseu cantando ao desafio.
Tudo é mais romântico em Setembro. As lavadias abrandam, o mar mantém-se cálido, as praias ficam desertas. E nós lembramo-nos dos canaviais.
Tudo é mais romântico e belo em Setembro, e é por isso que nos lembramos dos canaviais. E de casacos.
Lá mais para o final de Setembro abrem as primeiras beladonas, engordam os primeiros araçás, partem os primeiros cagarros. Talvez possamos até acender a lareira, lá mais para o final de Setembro – mas os ouriços continuarão precoces, como uma expectativa do que está para vir.
Amanhã entra Setembro, e Setembro traz sempre consigo a expectativa do que está para vir. Eu ainda sinto a expectativa do que está para vir.
Gostei tanto! Obrigada, irus! Já viajou para a a Maria!
Journal Entry 5 by Maria-Nunes at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, October 20, 2016
Journal Entry 6 by Maria-Nunes at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, October 25, 2016
Amei o Outono :-)
E gostei imenso que este livro tenha começado pelo Outono (também eu nasci no Outono, e é para mim a estação mais "mágica" e romântica e poética)
As primeiras páginas do "Inverno" fizeram-me soltar umas gargalhadas, e também a "Primavera" me fez rir algumas vezes... Foi também um "Verão" maravilhoso!
Gostei muito de iniciar no Outono e acabar em "Setembro" :-)
Foi como que um círculo e começou e acabou com chaves de ouro :-)
Uma mais valia deste livro (para mim) é que o autor não segue o novo acordo ortográfico, o que torna a sua leitura ainda mais deliciosa :-)
Mil vezes obrigada pela partilha! :-D
Chegou hoje. Fiquei surpreendido quando a Maria-Nunes me contactou a pedir a morada porque não me lembrava de me ter inscrito. Estou cada vez pior...
Obrigado pela partilha.
Abraços.
Obrigado pela partilha.
Abraços.
Confesso que fiquei com uma pontinha de inveja desta vida no campo, uma experiência completamente diferente da minha, quando tentei ir por esse caminho. Foi uma bela introdução à escrita de Joel Neto. Tinha ouvido uma entrevista na rádio que me tinha aguçado a curiosidade. A leitura não gorou a expectativa. Senti-me sempre próximo, como se conseguisse conviver com o autor e com as gentes que o cercam, o seu quotidiano e os seus costumes.
Fiquei com muita vontade de ler "Arquipélago". Talvez lá chegue.
Muito obrigado pela partilha. Seguiu hoje para a conto.
Fiquei com muita vontade de ler "Arquipélago". Talvez lá chegue.
Muito obrigado pela partilha. Seguiu hoje para a conto.
Chigou!
E já que sou a última, vou tomar o meu tempo; pode ser, não pode?
É que tenho aqui umas promessas de leitura prometidas. E promessas prometidas... são promessas prometidas, n'é não?
;)
E já que sou a última, vou tomar o meu tempo; pode ser, não pode?
É que tenho aqui umas promessas de leitura prometidas. E promessas prometidas... são promessas prometidas, n'é não?
;)
Eis um livro que me encheu as medidas!
Em muitas coisas e em pequenas frases, asim como em algumas das histórias contadas, como por exemplo a que termina assim:
"No dia em que não restar mais nada para distinguir o campo da cidade, restará isso ainda: no campo, haverá sempre alguém para ficar com a chave de um vizinho que vai morrer só."
Ou est'outra:
"quando decide provar-se moderno e urbano, a primeira coisa em que um provinciano investe é na indiferença."
Mas foram, creio, as memórias do pós-Terramoto que mais me marcaram. Por várias razões, mas não sendo a menor delas o facto de não me lembrar de tal episódio, ainda que já tivesse praticamente 10 anos na altura. Foi aqui, no nosso país, deixou marcas tão profundas e eu não me lembro de nada!
Obrigada pela partilha irus. Vai voltar a casa ainda esta semana.
Em muitas coisas e em pequenas frases, asim como em algumas das histórias contadas, como por exemplo a que termina assim:
"No dia em que não restar mais nada para distinguir o campo da cidade, restará isso ainda: no campo, haverá sempre alguém para ficar com a chave de um vizinho que vai morrer só."
Ou est'outra:
"quando decide provar-se moderno e urbano, a primeira coisa em que um provinciano investe é na indiferença."
Mas foram, creio, as memórias do pós-Terramoto que mais me marcaram. Por várias razões, mas não sendo a menor delas o facto de não me lembrar de tal episódio, ainda que já tivesse praticamente 10 anos na altura. Foi aqui, no nosso país, deixou marcas tão profundas e eu não me lembro de nada!
Obrigada pela partilha irus. Vai voltar a casa ainda esta semana.
Afinal não voltou nada para casa. Questionada sobre se haveria mais alguém interessado em pegar-lhe, lembrei-me de o "impingir".
Foi hoje entregue em mãos às Cometa :)
Foi hoje entregue em mãos às Cometa :)
O livro está agora comigo, entregue pela conto.
Peço desculpa pela demora ma não conseguia fazer o login.
Obrigada.
Peço desculpa pela demora ma não conseguia fazer o login.
Obrigada.
Pensavas que nunca mais o vias?
Naaaa, mas que ultrapassei qualquer prazo razoável, para o devolver, nem dá para inventar qualquer desculpa.
Volta a casa e muito obrigada, Irus.
Naaaa, mas que ultrapassei qualquer prazo razoável, para o devolver, nem dá para inventar qualquer desculpa.
Volta a casa e muito obrigada, Irus.
Pensava nada, que nunca mais o via! Quando está em boas mãos, está em boas mãos.
Mas só pelos gorgeous postais da Gorjuss - obrigada! lembraste-te :) - e pelo belo marcador já valeu a pena a espera.
Beijos do campo.
Mas só pelos gorgeous postais da Gorjuss - obrigada! lembraste-te :) - e pelo belo marcador já valeu a pena a espera.
Beijos do campo.