Antologia poética
1 journaler for this copy...
A CANÇÃO DOS VELHOS AMANTES (1967)
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Journal Entry 2 by laranjamarga at -- Algures / Somewhere -- in Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Monday, June 27, 2016
Released 7 yrs ago (6/27/2016 UTC) at -- Algures / Somewhere -- in Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal
WILD RELEASE NOTES:
Provavelmente na carreira 708 ou 731 da Carris