As Reencarnações de Pitágoras
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Sinopse
Esta é uma recolha e um resumo poético de algumas das vidas que Pitágoras viveu ao longo dos séculos, entretecendo várias das suas mais notáveis transmigrações, num caleidoscópio de personalidades, ângulos e cores, demonstrando que cada ser humano contém em si toda a humanidade.
Há três coisas que retenho sobre Pitágoras das aulas do ensino básico e, mais tarde, secundário: o teorema, a ideia de que basta educar as crianças para que não seja necessário castigar os adultos e, por fim, a linha filosófica da reencarnação como processo evolutivo de aproximação a Deus. Assim, foi com bastante interesse que peguei nestas reencarnações de Pitágoras.
Afonso Cruz tece as suas estórias com aquela fibra mais resistente que só está acessível a quem viaja muito pelos pensamentos de outros autores. E é nessa rede que faz de nós prisioneiros do seu estilo tão próprio, da sua lente observadora, da sua imensa criatividade.
Nesta nova Enciclopédia de Estória Universal, num momento da História em que tanto se viaja à deriva, Afonso Cruz faz-nos viajar mais uma vez ao sabor seguro de uma ordem alfabética e de uma cadência de leitura constante (desta feita, temos uma matriz gráfica que torna previsível a página seguinte - título e pequeno texto à esquerda, ilustração à direita) que nos desvia do supérfluo e nos faz fluir mais facilmente nas várias entradas, independentemente do seu grau de viscosidade.
Se «cada humano contém em si toda a humanidade», todos nós estaremos, então, aptos a incorporar cada uma destas pequenas frações humanas e fazê-las refletir toda a sua luz para o nosso foco, aquele ponto de convergência das emoções, do físico, da mente e do espírito.
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«O sábio, depois de saber tudo, tem de esquecer tudo para saber mais coisas.» (28)
«Tinha medo das alturas. Foi por isso que nunca conseguiu olhar para dentro de si.» (30)
«Eras muito esquecida e, por felicidade, um dia esqueceste os teus lábios nos meus.» (34)
«Morreu sozinho numa cadeira de verga, acompanhado pelas fotografias dos filhos, que já não o visitavam.» (70)
«Costumava pousar as suas lágrimas em cima das recordações mais bonitas.» (96)