Perguntem a Sarah Gross
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Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.
Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis.
Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. A obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.
Deixo aqui uma frase que para mim foi a mais marcante: "A verdade irá prevalecer. Pode não ser hoje, ou amanhã, ou daqui a dez anos. Algumas verdades podem esperar."
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Estou bastante curioso para o ler. Ele é bem grandinho! Espero que seja mesmo interessante ao ponto de não o conseguirmos largar até chegarmos ao fim. As minhas expectativas são mesmo altas. A ver vamos se não saem goradas!
Na minha opinião, é precisamente no último terço do livro que a verdadeira força narrativa deste autor se revela, com as descrições absolutamente devastadoras e cruas do gueto de Cracóvia e dos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau. Creio mesmo até que teria preferido que João Pinto Coelho tivesse apenas concentrado a sua narrativa na Polónia durante os anos 30 e 40 do século XX, sem ser necessário transportar-nos para o Connecticut de final dos anos 60. Aliás, creio que esta parte da narrativa acaba por ser um pouco mais folhetinesca e até nem serve da melhor maneira o resto da história. É verdade que um romance se constrói com vilões e heróis. No entanto, o autor deveria ter evitado cair na tentação de apresentar as suas personagens de forma maniqueísta, segundo a qual os bons são virtuosos (desde logo Kimberly Parker, a directora do colégio Sarah Gross, ou a irreverente Miranda Pritchard) e os maus são um pouco estereotipados como oponentes maldosos (Dylan Hightower - fazendo lembrar a personagem Draco Malfoy de Harry Potter com os seus compinchas -, o professor conservador Raymond Forrester e Rufus Hightower).
Nesta fase dos anos 60, alguns dos capítulos são, na minha opinião, palha que nos atrasa a chegar àquilo que realmente interessa. Não é que não estejam bem escritos, mas são demasiado palavrosos e, chegados ao fim, descobrimos que não têm a importância que julgámos que viriam a ter... Exemplo disso são os capítulos em que é narrado o início do ano lectivo em St. Oswald's ou os capítulos dedicados ao estudante negro Justin Garrett, personagem a quem João Pinto Coelho dedica alguma atenção a ponto de acreditarmos que terá um papel determinante no romance. Qual não é a nossa surpresa quando afinal isso acaba por não acontecer... Também os capítulos em que Kimberly conversa com Mrs. Cellucci parecem-me um pouco forçados, já que a primeira serve somente como adereço que faz perguntas, enquanto a outra desfia as suas memórias num quase monólogo que não nos pareceria natural se se desenrolasse de facto à nossa frente. A culpa aqui é do estilo adoptado pelo autor, nomeadamente a sua opção pelo discurso directo, quando, na minha opinião, a força narrativa do autor fica demonstrada nos capítulos em que o narrador não é participante na acção.
No fundo, aquilo que eu quero dizer é que João Pinto Coelho tem aqui um romance muito bom, mas que talvez não tenha concretizado da melhor forma a sua ideia inicial. Talvez se ele não tivesse sido tão ambicioso ao querer juntar dois temas díspares num só livro (o Holocausto na Europa durante a Segunda Guerra Mundial e as tensões socioculturais dos anos 60 nos EUA) e tentar uni-los através da personagem Sarah Gross ou talvez se não o tivesse feito de uma forma tão convencional, talvez o livro fosse ainda melhor. Para mim, não funcionou especialmente a parte dedicada aos anos 60. Tivesse ele sabido refrear um pouco os seus ímpetos (um pouquinho vaidosos...) de querer mostrar que sabe escrever bem, e talvez na capa deste Perguntem a Sarah Gross estivesse escrito "Vencedor", em vez de "Finalista do Prémio Leya".
Em todo o caso, é um livro bom e que vale a pena ler! Disso não há dúvida!
Aguardo pela mensagem do Arvores para fazer o livro seguir viagem. Um grande obrigado à MargaridaB por ter posto este livro à nossa disposição e o fazer circular em BookRing!
Tenho um ring para acabar (não tardará muito) e outro para ler antes deste.
Mas não me parece que vá demorar muito até lhe pegar.
Obrigado pela partilha e pelo envio (veio acompanhado por um belo lince ibérico).
Ao fim de 170 páginas, achei que a história não evoluía e que o livro não acrescentava nada. Acabei por deixá-lo de lado durante algum tempo para ver se sentia a necessidade de voltar a ele. A verdade é que acabei por me esquecer que ele existia. Isso já diz tudo.
Mas, de novo, peço desculpa por o ter aprisionado durante tanto tempo.
Obrigado pela oportunidade. Vai seguir para a Janeka logo que possível.
Boas leituras :-)
Tinha imensa curiosidade em relação a este livro, e valeu a pena a sua leitura. Não é uma obra extraordinária, mas é notável o trabalho de pesquisa e empenho do autor.
Obrigada pela partilha, MargaridaB. O livro já seguiu para a MargaridaPires :)
Seguiu hoje para a Maria-Nunes.
Obrigada pela partilha :)
Muito obrigada pela partilha; vou tentar não demorar muito na leitura.
Gostei muito deste livro.Subscrevo na íntegra a JE do Jota-P.
Muito obrigada pela partilha.
Aguardo a morada da pessoa seguinte da lista.
Obrigada Maria-Nunes, pelo envio :)
É sabido que não regressamos iguais de nenhuma viagem. Trazemos connosco memórias organoléticas que nos acompanharão para toda a vida, como flashes – o cheiro intenso de uma queimada na África do Sul, a textura da pele de um crocodilo do Nilo, o som das cataratas do Niágara, o sabor de um petisco de cobras da China ou a vista imensa do alto do Monte Sinai ao romper da aurora.
E, depois, há aquelas viagens que se replicam no nosso código genético e passam a fazer parte de todos os nossos dias e horas, pautando escolhas. Colocar um pé de cada lado do cerco de Varsóvia ou visitar Auschwitz e Birkenau são como bases de aminoácidos que se introduzem no nosso DNA, formando pontes inquebráveis entre as cadeias de dupla hélice. E se não se regressa a mesma pessoa de uma viagem aos campos de concentração da Polónia, também não se fecha este livro sem que sejamos já outros.
Já li vários livros sobre a II Guerra Mundial, alguns autobiográficos, outros pseudoficções de quem viveu o extermínio do lado de dentro do arame farpado; e posso dizer que Perguntem a Sarah Gross é um bom testemunho não só dos anos da guerra mas também da passividade com que todos se deixaram peneirar pela máquina de Hitler.
Mas também é um livro que, subliminarmente, nos polvilha de esperança. Porque nos dá a conhecer o instinto de sobrevivência do ser humano; a força, a coragem e a lealdade que consegue encontrar no mais profundo de si nos momentos mais adversos. Um livro que nos lembra que há sempre um canto recôndito, algures, onde podemos manter a nossa dignidade quando nos despem de tudo o mais.
Com um bom ritmo, imprimido por um texto escorreito e interessante, o leitor acompanha a dois tempos, a história de duas mulheres que, inevitavelmente, se cruzam muito mais do que na reunião formal do primeiro capítulo.
De salientar o rigor histórico da obra e a qualidade da revisão feita ao texto.
Obrigada, MargaridaB por esta oportunidade de leitura. Partilhar este livro é um ato de amor ao próximo :)
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«Dei-me ao luxo de acordar naquela segunda-feira com uma preguiça dominical.» (pág. 87)
«Uma pianista lituana de gostos simples, já que no seu mundo só cabiam as flores e a música.» (pág. 101)
«Nunca se habituaria àquelas certezas premonitórias. Era como se (…) optasse por antecipar aquilo que mais temia, recusando deixar-se surpreender pela dor.» (pág. 106)
«Transpirando adolescência por todos os poros, desfraldavam as suas personalidades independentes.» (pág. 114)
«Quando a moeda é o voto, não há maior rameira do que a política.» (pág. 134)
«O verde acinzentado dos (…) olhos dispensava bem a concorrência de outras cores.» (pág. 162)
«Os ódios privados geram culpados improváveis.» (pág. 229)
«Não me iludo, nem me tenho em grande conta. Cada vez mais me convenço de que sou um mero produto das circunstâncias.» (pág. 230)
«A verdade irá prevalecer. Pode não ser hoje, ou amanhã, ou daqui a dez anos. Algumas verdades podem esperar.» (pág. 232)
«Era gente amante das ideias e quem vai à guerra sem outras armas constrói mais do que destrói.» (pág. 242)
«Recolhera a língua bífida e pôde então sentar-se.» (pág. 265)
«Tantos anos depois, podemos dizer que tudo é letra morta.» (pág. 267)
«A Europa sofre de medievalismo e, de vez em quando, tem uma recaída.» (pág. 303)
«A relação do jovem casal impressionava. Um axioma da alma (…)» (pág. 305)
«Há sempre um mau prenúncio num brinquedo abandonado.» (pág. 362)
«Apesar do impacto (da notícia), ela não deixou escapar nenhum dos estilhaços.» (pág. 405)
«No final, mais de um milhão de vidas haviam sido consumidas em Auschwitz e o mundo perdera a inocência para sempre.» (pág. 414)
«O lume brando é sempre o melhor tempero.» (pág. 421)
«O colégio parecia uma fábrica de parafusos: todos os alunos saíam iguais, a rodar para o mesmo lado.» (pág. 431)
«Sair com vida de Auschwitz não é o fim de nada (…) só se sobrevive aos campos na hora em que se morre.» (pág. 432)
Obrigada à AndreyaSofia pelo envio e à MargaridaB por me deixar participar no ring!
Confesso que não tinha muitas expectativas para o livro, não sabia muito bem do que se tratava, mas isso não era importante, eu já estava com saudades de ler um livro em português cujas criticas fossem boas!...
Como conclusão tenho de dizer que já há muito tempo que um livro não me trazia as lágrimas aos olhos e aconteceu com este... os horrores que os judeus viveram estão muito bem descritos aqui e senti-me muitas vezes chocada e enjoada, porque para além de ser horrivel, ainda há o poderoso detalhe de que não é ficcão...
So não lhe atribuo uma classificacao de 10 porque há outros enredos paralelos que não passam de uma boa promessa e depois não levam a lado nenhum. As personagens de Miranda, Justin e Drufus são um exemplo. O potencial é tanto que este pequeno desconsolo me deixou-me desapontada. Mas só um bocadinho, como se me faltasse o quadradinho de chocolate preto logo a seguir ao café :-)
Gostei muito e recomendo!
Seguiu na segunda feira para a Meg72
Estamos nos anos 60, num colégio de elite nos Estados Unidos. Temos a nova professora, a fugir de um passado e desejosa de se integrar… Temos o grupo de professores conservadores… Temos a professora espampanante que ajuda a nova colega… Temos o aluno “bully” que só sabe destabilizar a sala de aula… Temos o aluno “outsider”, que a professora quer ajudar… Quantas vezes é que já vimos e lemos isto no passado? Será que não há mais nada de original a acontecer num colégio?
No livro existe uma história paralela sobre o holocausto – que a diretora do colégio sentiu na pele – e que parecia ser mais interessante; mas a história principal arrastava-se de forma tão entediante e estereotipada que não consegui ler mais. Decerto iria surpreender-me com o final, mas com tantos livros bons no mercado, não vale a pena perder tempo com um livro que não atrai.
Em vez de meio bom livro, seria interessante o autor ter-se dedicado a dois bons livros, decerto faria um excelente trabalho.
Obrigada pela partilha!
Tenho-o aqui há já algum tempo pronto para seguir viagem. A AnjoDiogo não respondeu às PMs, por isso na semana que vem segue para a Baiia - combinámos deixar passar a confusão do Natal, para evitar contratempos.
Tinha boas expectativas em relação a este livro, se não não o teria recebido numa fase em que tenho tido pouca disposição para ler e não o teria retido tanto. De qualquer maneira, não estava nem um pouco à espera que fosse um livro tão bom.
Acho que já lhe deram os elogios todos que merece. Relativamente à parte da América dos anos 60 também gostei muito de ler, não acho de modo algum que tenha sido supérfluo. Tenho pena que não tenha sido mais desenvolvida, mas também achei muito boa a maneira como o autor nos leva desse enredo, mais banal mas muito interessante, para a história da Polónia e dos judeus nos anos 40, que me arrebatou completamente.
Vou iniciá-lo assim que tiver terminado a longa leitura que tenho em mãos :)
Digo mais: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2018/05/perguntem-sarah-gross.html
E agora há-de regressar a casa! =D
Obrigada a todos os que participaram no Bring!