Que importa a fúria do mar
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Numa madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal.
Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma.
Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis.
Que Importa a Fúria do Mar é um romance de estreia com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou. Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado, a obra foi finalista do Prémio LeYa em 2012 e ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2013.
Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma.
Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis.
Que Importa a Fúria do Mar é um romance de estreia com uma maturidade literária invulgar que coloca, frente a frente, duas gerações de um Portugal onde, às vezes, parece que pouco mudou. Brilhante no desenho dos protagonistas e recorrendo a um estilo tão depressa lírico como despojado, a obra foi finalista do Prémio LeYa em 2012 e ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2013.
Já tinha este livro na wishlist há algum tempo mas não sabia bem o que esperar.
Ainda bem que o pedi como prenda no meu último aniversário ;)
A história é sobre a revolta da Marinha Grande e o campo de concentração do Tarrafal mas não se resume a isso.
Essa é apenas parte da história de Joaquim, de quem também vamos conhecer a infância, marcada por uma tragédia, e a memória de um amor que o ajuda a sobreviver a todas as provações.
Depois também temos a história da jornalista que o entrevista, com uma infância igualmente marcada, embora de outra forma, e a quem o contacto com Joaquim vai ajudar a fazer as pazes consigo própria...
E temos a história de alguns companheiros de Joaquim e de alguns dos seus carrascos... e a história do "carteiro involuntário" encarregue por acaso de entregar as cartas de amor de Joaquim... e cenas com louva-a-deus e rãs... :)
Como disse no fórum, esta história não é contada de forma directa nem linear. Há muitas divagações e episódios laterais mas a autora conseguiu manter-me cativada até ao fim e acho que é uma obra que merece ser divulgada.
Ainda bem que o pedi como prenda no meu último aniversário ;)
A história é sobre a revolta da Marinha Grande e o campo de concentração do Tarrafal mas não se resume a isso.
Essa é apenas parte da história de Joaquim, de quem também vamos conhecer a infância, marcada por uma tragédia, e a memória de um amor que o ajuda a sobreviver a todas as provações.
Depois também temos a história da jornalista que o entrevista, com uma infância igualmente marcada, embora de outra forma, e a quem o contacto com Joaquim vai ajudar a fazer as pazes consigo própria...
E temos a história de alguns companheiros de Joaquim e de alguns dos seus carrascos... e a história do "carteiro involuntário" encarregue por acaso de entregar as cartas de amor de Joaquim... e cenas com louva-a-deus e rãs... :)
Como disse no fórum, esta história não é contada de forma directa nem linear. Há muitas divagações e episódios laterais mas a autora conseguiu manter-me cativada até ao fim e acho que é uma obra que merece ser divulgada.
Vai sair em bookring.
Lista de inscritos:
1-joaquimponte
2-irus
5-ShilaYinu
7-Janeka
3-marialeitora
6-Maria-Nunes
4-ladylouve
... e volta a casa
Já seguiu viagem ontem. Boas leituras a todos. :)
Lista de inscritos:
1-joaquimponte
2-irus
5-ShilaYinu
7-Janeka
3-marialeitora
6-Maria-Nunes
4-ladylouve
... e volta a casa
Já seguiu viagem ontem. Boas leituras a todos. :)
Journal Entry 4 by joaquimponte at Lumiar - Quinta das Conchas, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, July 14, 2015
Chegou hoje acompanhado pelo "To Kill a Mocckingbird". É um daqueles livros cuja leitura se vai iniciar com uma boa predisposição graças a bela descrição da ichigochi. Thanks
Journal Entry 5 by joaquimponte at Lumiar - Quinta das Conchas, Lisboa (cidade) Portugal on Sunday, July 26, 2015
Este é um romance bem português. Duas gerações que se encontram, no Portugal de hoje, numa historia de amor impossivel mas real. Eugenia vive no mundo das redacções dos jornais de um Portugal que parece postiço, de aparencias e Joaquim vem de outro Portugal, pobre e duro como hoje mal imaginamos, mas dele nasce um olhar integro, vertical,que penetra o coração conformado de Eugénia. Curiosamente, outras duas personagens invisiveis, duas mulheres, percorrem todo o enredo, tornando-o fluido e atraente. Duas sociedades diferentes no mesmo espaço geografico encontram-se aqui.
A escrita é poética, quase musical e recorre a um grafismo/pontuação que acompanham a fala ( tb gosto de escrever assim) e traz-nos um sentimento bem portugues: Na nostalgia que se esconde em cada frase( ate nas quotes que iniciam cada capitulo),no modo como um gesto que dura um segundo transporta em si um capitulo inteiro, nos saltos inesperados do tempo do enredo e no fluir do pensamento, á solta dentro da linha de historia ( por ex qd Eugenia conversa com sua mãe quase sem nos apercebermos do salto ou quando fala do rio Tejo e do Rio Douro e flui pelos rios do mundo como se tb eles personagens ). E os silencios de Joaquim( momentos altos da história!), silencios de sabedoria, talvez por uma vida torturada no campo do Tarrafal ou desde o berço..
A descrição da sociedade portuguesa que gerou um terror como o Tarrafal é despida de qualquer apologia ideologica, é simples e directa, nua e crua , na analise quer dos prisioneiros quer dos carcereiros ( que tb possuem suas torturas). E é um dos pontos fortes e mais bonitos desta historia. Confesso que reli os capitulos que se lhe referem.
Alguns momentos sao peças literarias que se não esquecem. As tias de Eugenia com quem viveu na infancia :" Quantos prantos e dores ocorreram naquela cama, guardada por sinistra boneca , que vestia cuecas de renda" ( e nao revelo mais...) ou então a cena da despedida da avó de Joaquim quando este , agrilhoado parte para o Tarrafal ( emocionante).
Li esta historia em poucos dias e gostei deveras. E .. não por ser um Joaquim o personagem central, mas sem duvida os Joaquins são homens verticais , digo eu ;).
É o primeiro romance desta escritora, que acho de uma maturidade inesperada, no enredo e na arte da escrita. Vou ficar de olho na obra Ana M. Carvalho. Graças a Ichigochi a quem agradeço.
E segue o livro para a irus.
A escrita é poética, quase musical e recorre a um grafismo/pontuação que acompanham a fala ( tb gosto de escrever assim) e traz-nos um sentimento bem portugues: Na nostalgia que se esconde em cada frase( ate nas quotes que iniciam cada capitulo),no modo como um gesto que dura um segundo transporta em si um capitulo inteiro, nos saltos inesperados do tempo do enredo e no fluir do pensamento, á solta dentro da linha de historia ( por ex qd Eugenia conversa com sua mãe quase sem nos apercebermos do salto ou quando fala do rio Tejo e do Rio Douro e flui pelos rios do mundo como se tb eles personagens ). E os silencios de Joaquim( momentos altos da história!), silencios de sabedoria, talvez por uma vida torturada no campo do Tarrafal ou desde o berço..
A descrição da sociedade portuguesa que gerou um terror como o Tarrafal é despida de qualquer apologia ideologica, é simples e directa, nua e crua , na analise quer dos prisioneiros quer dos carcereiros ( que tb possuem suas torturas). E é um dos pontos fortes e mais bonitos desta historia. Confesso que reli os capitulos que se lhe referem.
Alguns momentos sao peças literarias que se não esquecem. As tias de Eugenia com quem viveu na infancia :" Quantos prantos e dores ocorreram naquela cama, guardada por sinistra boneca , que vestia cuecas de renda" ( e nao revelo mais...) ou então a cena da despedida da avó de Joaquim quando este , agrilhoado parte para o Tarrafal ( emocionante).
Li esta historia em poucos dias e gostei deveras. E .. não por ser um Joaquim o personagem central, mas sem duvida os Joaquins são homens verticais , digo eu ;).
É o primeiro romance desta escritora, que acho de uma maturidade inesperada, no enredo e na arte da escrita. Vou ficar de olho na obra Ana M. Carvalho. Graças a Ichigochi a quem agradeço.
E segue o livro para a irus.
Chegou.
Obrigada ichigochi pela oportunidade de conhecer mais uma autora. E joaquim pelo envio tão rápido.
Até já.
Obrigada ichigochi pela oportunidade de conhecer mais uma autora. E joaquim pelo envio tão rápido.
Até já.
Mais do que tudo, este livro irritou-me - o que, pensando bem, é um sentimento estranho provocado por um livro.
Irritou-me porque comecei com muito entusiasmo, gostando imenso do primeiro capítulo, dedicado unicamente a um homem que acha um molho de cartas. Já o segundo capítulo é dedicado aos bichos – um louva-a-deus, um sapo - que nessa madrugada se encontram perto do mesmo molho de cartas.
Gostei dessa lentidão narrativa, do detalhe com que as coisas ou as pessoas são descritas, da forma como algumas personagens secundárias ganham espessura e o direito a um biografia. O livro tem passagens muito bonitas e outras muito cruas, como a descrição da vida dos presos no Tarrafal (a parte que achei melhor conseguida). Mas está cheio de apartes, tanto a interpelar o leitor, como a explicar coisas irrelevantes. E depois está pejado de referências, que tanto deambulam pela mitologia, como pela erudição clássica - literatura, pintura, cinema -, cultura pop, programas da TV, longas divagações geográficas (quando, para falar do Douro, uma das personagens deambula pelos rios mais carismáticos do mundo, mencionando o seu tamanho ou importância cultural), que muitas vezes são colocadas a despropósito, seja para mostrar a cultura da autora, como para testar a do leitor. E depois o que poderia ser interessante, como repetir o significado de uma ideia, torna-se fastidioso, chato, aborrecido, enfadonho (estão a perceber a ideia?), de tal forma o truque é repetido.
Tirando o episódio das tias, não gostei nada da personagem de Eugénia e ainda menos do diálogo da ucraniana/moldava, completamente desnecessário.
Fui avançando na leitura, às vezes na diagonal, à espera que os presos chegassem ao Tarrafal, na esperança de que me trouxesse alguma luz sobre um lugar de que pouco sei. Mas é demorada a chegada, parece que grande parte do livro navega em águas pouco seguras e só aí se contém um pouco a verborreia.
Para contrabalançar gostei do final – que não foi surpresa, porque já o tinha adivinhado antes do meio do livro, por dicas deixadas pela autora (se calhar foi isso que ela pretendeu, este jogo de mostra-esconde), e de Joaquim, dos seus silêncios e fúrias.
De qualquer forma, ichigochi, obrigada pela oportunidade de ler o livro. Aguardo resposta dos leitores seguintes para saber para onde o enviar a seguir.
Irritou-me porque comecei com muito entusiasmo, gostando imenso do primeiro capítulo, dedicado unicamente a um homem que acha um molho de cartas. Já o segundo capítulo é dedicado aos bichos – um louva-a-deus, um sapo - que nessa madrugada se encontram perto do mesmo molho de cartas.
Gostei dessa lentidão narrativa, do detalhe com que as coisas ou as pessoas são descritas, da forma como algumas personagens secundárias ganham espessura e o direito a um biografia. O livro tem passagens muito bonitas e outras muito cruas, como a descrição da vida dos presos no Tarrafal (a parte que achei melhor conseguida). Mas está cheio de apartes, tanto a interpelar o leitor, como a explicar coisas irrelevantes. E depois está pejado de referências, que tanto deambulam pela mitologia, como pela erudição clássica - literatura, pintura, cinema -, cultura pop, programas da TV, longas divagações geográficas (quando, para falar do Douro, uma das personagens deambula pelos rios mais carismáticos do mundo, mencionando o seu tamanho ou importância cultural), que muitas vezes são colocadas a despropósito, seja para mostrar a cultura da autora, como para testar a do leitor. E depois o que poderia ser interessante, como repetir o significado de uma ideia, torna-se fastidioso, chato, aborrecido, enfadonho (estão a perceber a ideia?), de tal forma o truque é repetido.
Tirando o episódio das tias, não gostei nada da personagem de Eugénia e ainda menos do diálogo da ucraniana/moldava, completamente desnecessário.
Fui avançando na leitura, às vezes na diagonal, à espera que os presos chegassem ao Tarrafal, na esperança de que me trouxesse alguma luz sobre um lugar de que pouco sei. Mas é demorada a chegada, parece que grande parte do livro navega em águas pouco seguras e só aí se contém um pouco a verborreia.
Para contrabalançar gostei do final – que não foi surpresa, porque já o tinha adivinhado antes do meio do livro, por dicas deixadas pela autora (se calhar foi isso que ela pretendeu, este jogo de mostra-esconde), e de Joaquim, dos seus silêncios e fúrias.
De qualquer forma, ichigochi, obrigada pela oportunidade de ler o livro. Aguardo resposta dos leitores seguintes para saber para onde o enviar a seguir.
Como, além das férias, os BCs são gente com muitas leituras em atraso, a marialeitora pede para ser posta a seguir, e a ladylouve para ser colocada no fim da lista.
Livro está pronta a seguir para ShilaYinu
Livro está pronta a seguir para ShilaYinu
O livro voltou a casa para ir comigo à tertúlia do Clube Literário de Gaia do próximo dia 9, na presença da autora. Depois dou notícias.
Obrigada ShilaYinu. Daqui a nada já estará de volta às tuas mãos :)
Obrigada ShilaYinu. Daqui a nada já estará de volta às tuas mãos :)
O livro já voltou há uns dias para a ShilaYinu.
Entretanto podem ler o meu resumo da tertúlia nesta thread do fórum.
Entretanto podem ler o meu resumo da tertúlia nesta thread do fórum.
Peço desde de já desculpa pela demora a devolver o livro ao bookring, mas por motivos de força maior foi me impossível fazer as leituras que esperava e devoluções de livros.
Quanto ao livro, recomendo a leitura. A técnica de narrativa utilizada é fantástica e as personagens estão muito bem desenvolvidas e trabalhadas.
Assim que obtiver uma morada segue o seu caminho.
Quanto ao livro, recomendo a leitura. A técnica de narrativa utilizada é fantástica e as personagens estão muito bem desenvolvidas e trabalhadas.
Assim que obtiver uma morada segue o seu caminho.
Já deve estar a chegar ou ter chegado à Janeka :)
Já está comigo :)
Gostei do geral, mas fiquei um bocado desapontada no final.
Obrigada pela partilha, ichigochi.
Está difícil encontrar a próxima casa para este livro - a marialeitora não o pode receber agora e a Maria-Nunes perdeu o interesse na sua leitura.
Vou tentar a ladylouve.
Obrigada pela partilha, ichigochi.
Está difícil encontrar a próxima casa para este livro - a marialeitora não o pode receber agora e a Maria-Nunes perdeu o interesse na sua leitura.
Vou tentar a ladylouve.
Journal Entry 16 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Sunday, January 29, 2017
Recebido durante esta semana, mas só agora cheguei para fazer a JE ;)
Muito obrigada pela partilha e pelo envio, irei iniciá-lo assim que terminar a leitura que tenho em mãos!
Muito obrigada pela partilha e pelo envio, irei iniciá-lo assim que terminar a leitura que tenho em mãos!
Journal Entry 17 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, February 7, 2017
Devo dizer que não gostei mesmo nada do livro. Achei-o petulante, convencido, uma auto-glorificação dos "extraordinários talentos" da autora (muitas aspas). Referências modernas fora do contexto, personagens com as quais não se cria qualquer ligação pela insistência em elementos que não são importantes.
Um livro que me irritou: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2017/02/que-importa-furia-do-mar.html
Ainda assim, foi bom experimentar mais uma modernidade portuguesa. Vou ver se alguém para trás o pode receber. Se não, seguirá para sua casinha :)
Muito obrigada!
Um livro que me irritou: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2017/02/que-importa-furia-do-mar.html
Ainda assim, foi bom experimentar mais uma modernidade portuguesa. Vou ver se alguém para trás o pode receber. Se não, seguirá para sua casinha :)
Muito obrigada!
Só hoje é que reparei que não fiz JE quando o livro chegou.
Já está comigo há meses :)
E disponível para novas viagens, claro.
Já está comigo há meses :)
E disponível para novas viagens, claro.