Flatland - O País Plano

by Edwin A. Abbott | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 6/9/2015
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Tuesday, June 9, 2015

Sinopse

Há mais de cem anos Edwin Abbott escrevia uma aventura matemática passada num país plano povoado por uma sociedade hierárquica de figuras geométricas regulares, que pensavam, falavam e tinham sentimentos muito humanos. Desde essa altura,Flatland - O País Plano tem fascinado gerações de leitores de todos os tipos, sendo considerado simultaneamente pela crítica um clássico de ciência e de ficção científica.

Ao imaginar o contacto e a comunicação entre seres de diferentes dimensões, Abbott explorou com profundidade a analogia entre as limitações dos humanos e das figuras de duas dimensões. Escrito sob a forma de uma história de aventuras, o presente livro apresenta e desenvolve os conceitos de relatividade e espaço multidimensional, apelando também aos leitores interessados em grafismo informático.

Disponível na rede de bibliotecas de Almada com a cota 821.1/9-311.9 ABB.

Autor

Edwin Abbottnasceu em 1836. Classicista, teólogo e estudioso de Shakespeare, cujo passatempo era a matemática, foi laureado pelo St. John`s College da Universidade de Cambridge. Assumiu posteriormente o cargo de director da London School, tornando-se um dos mais reputados académicos da época vitoriana. Dedicando-se aos própios estudos a partir de 1889, produziu a obra que tem vindo e deliciar gerações de leitores, o jeu d`esprit que é Flatland - O País Plano.

Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Monday, July 6, 2015
Este livro é um clássico que estabelece a ponte entre literatura e ciências, neste caso matemáticas. Escrito numa linguagem claramente dos finais do século XIX - gosto particularmente do título dos capítulos "De como..." -, o seu vetor aponta para o futuro, continuando atual e devendo fazer parte do Plano Nacional de Leitura, especialmente para alunos do Ensino Secundário e cujo foco de interesse sejam as ciências e as engenharias.

Mas este livrinho é muito mais do que noções de espaço ou de progressões matemáticas. Porque para lá das várias dimensões, por detrás de simples pontos, de figuras ou sólidos geométricos, espreita toda uma alegoria à Sociedade e ao Indivíduo, às regras e aos preconceitos.

Tomemos, por exemplo, as mulheres da Flatland (um País Plano, composto apenas por 2 dimensões). São apenas pequenos segmentos de reta sem grande relevância! Uma crítica aguçada e um apelo à consciência da importância do sexo feminino na sociedade no dealbar do século XX... e que, em determinadas culturas, infelizmente, ainda não se concretizou nos nossos dias.

Mas também os triângulos isósceles, cujos ângulos reduzidos os remetem para figuras de baixo valor pela semelhança que apresentam com meros segmentos de reta. "Pessoas" de superfícies rudes, cujo toque certamente causará danos e de quem se quer distância. Uns quase sem abrigo dos tempos atuais, que se desprezam e se receiam com a mesma intensidadae.

E, em contraponto, a nobreza da Flatland, composta por polígonos de muitas arestas, sendo os mais perfeitos aqueles cujo elevadíssimo número de arestas transforma a superfície numa quase circunferência, polida e espelhada.

Maravilhosa é também a descrição de como se reconhecem todas estas figuras num mundo plano, onde os toques foram proibidos e as sombras são um dos maiores aliados.

Mas quando nos sentimos totalmente rendidos à criatividade de Edwin A. Abbott e à organização da Flatland, surge-nos o Mundo Linear, de apenas 1 dimensão, também ele descrito com clareza e lógica matemática, social e reprodutiva!

E quando - depois de se colocarem questões sobre uma possível 4ª dimensão - surge o Reino Pontual, que não tem qualquer dimensão e é constituído apenas por um único ponto, então rejubilamos pela fenomenalidade deste autor! E é desse «Abismo sem dimensões», desse «Golfo não dimensional» que emerge uma das críticas mais interessantes à ignorância humana. Porque quem vive isolado no seu mundo e acredita que é o seu próprio universo, nada conhece, nada experimenta, nada partilha, nada discute, nada cresce... e, ainda assim, sente-se "tudo" porque gravita em torno do seu umbigo, ouvindo-se apenas a si próprio.

Na Flatland estão proibidas quaisquer discussões acerca de outras dimensões... e também esse tema continua, infelizmente, tão atual. Em pleno século XXI, ainda há países que proíbem qualquer comportamento "out of the box", escravizando física e intelectualmente os seus habitantes; e outros, ligeiramente mais abertos, que cortam o acesso a determinados conteúdos da internet.

Mas, felizmente, tal como o Sr. Quadrado da nossa Flatland, há sempre, em cada época e em cada país, indivíduos cujo pensamento vive para lá da dimensão que lhes é imposta. Indivíduos que ousam sonhar e pisar o risco... ou deverei dizer "mover-se para cima e não para norte"? Mesmo que isso signifique sacrificarem-se a si próprios em prol desse algo em que acreditam.

Por fim, agradecer a Abbott este levantar da ponta do véu multidimensional que me permitiu questionar ainda mais, e de uma forma mais metodológica, quantas vezes não nos teremos já cruzado com outros viajantes cósmicos que nos tenham, de alguma forma, semeado ideias, desejos ou sonhos, em pequenas mensagens subliminares que nos impeliram, em determinados momentos, num dado sentido. As várias inflexões do pensamento, dos períodos históricos ou das correntes artísticas, por exemplo, podem ter tido como força motriz essas passagens.

Quem sabe se as próprias intuições que todos vamos tendo ao longo da vida não sejam decorrentes dessas interações com objetos multidimensionais que cruzam a nossa linha de horizonte mental? :)

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