Agora

by Pedro Boucherie Mendes | Literature & Fiction |
ISBN: 9789895559466 Global Overview for this book
Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 7/28/2014
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Monday, July 28, 2014
Sinopse:

Aos 35 anos, Vasco deixou o amor fugir-lhe para sempre porque não esteve para se chatear. Quem vai pagar pelo maior erro da sua vida é Alexandra, a vizinha divorciada incapaz de perceber qual a intenção deste homem.

Vasco é insondável, até para os amigos com quem passa a maior parte do tempo: Guicas, a menina rica e cleptomaníaca que gosta demasiado de vodka e não suporta ver ninguém feliz; Miguel, que se casou com ela por dinheiro e estatuto e que agora vê na morte da mulher a solução para todos os problemas; Sofia, que não consegue esquecer Vasco e se tornou numa mãe desesperada por atenção, desconfortável no seu corpo e ressentida com os amigos; e Quico, o inconsequente marido de Sofia, que a trai com Mafalda, uma arrivista disposta a quase tudo para pertencer àquele grupo onde, na verdade, ninguém se conhece e todos estão à deriva.

Um dia, o tarólogo Zé Luís, com os seus dentes demasiado brancos, cruza-se com estes homens e mulheres. E a vida de todos mudam bruscamente.

Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Wednesday, August 13, 2014
"Na hora da verdade, os personagens, como todos nós, querem descontos de 50% no Pingo Doce." e "(...) imagino que achem, legitimamente, que a notoriedade televisiva traz compradores aos livros."

Estas frases, do autor, ditas numa entrevista a propósito deste seu livro, resumem a razão pela qual cheguei até AGORA, cerca de 2 anos após a sua edição. Adquiri-o, por impulso, junto a uma caixa do Modelo, a 5,00€. Na altura, achei que pagar este valor por 350 páginas de leitura assinada por Pedro Boucherie Mendes seria um bom negócio. E foi, revelando-se uma leitura muito fluida, num estilo quase coloquial - ideal para início de férias - mas que goza de uma profundidade que o leitor vai conquistando a cada capítulo.

Esta é uma ficção cuja semelhança com a realidade não é mera coincidência porque resulta, certamente, de um olhar crítico do autor muito atento ao quotidiano nacional e aos tiques e manhas dos portugueses, especialmente daqueles que aparentam ser felizes, estar profissionalmente realizados, ter grandes amigos ou viver desafogadamente; quando, na verdade, as suas vidas são minadas por sorvedouros de energia, buracos negros que roubam ao coração e à mente a luz essencial que permite conhecer o amor, a amizade, o respeito e a dedicação ao próximo.

Pedro Boucherie Mendes é hábil na criação de personagens com um pensamento e linguagem muito próprios, dando credibilidade à evolução que cada um sofre ao longo do livro. E o difícil é mesmo não identificarmos imediatamente a semelhança entre eles e alguns conhecidos nossos. Todos temos um Vasco, um Miguel, uma Guicas, uma Sophie, uma Mafalda e um Quico no nosso grupo próximo de saídas de fim de semana. Pessoas que se unem mais pelo que retiram para si próprias do que pelo que estão dispostas a dar ao grupo. Pessoas que revelam pouco de si e do que pensam, que participam em jogos de bastidores, que escondem vícios e dificuldades financeiras.

Gostei desta escalpelização das relações (des)humanas e do modo escorreito e sarcástico com que tudo é descrito; e atrevo-me a dizer que o autor conseguiu pulverizar todo o livro com um certo non-sense típico da literatura francesa, nomeadamente nos capítulos em que avança a relação entre Vasco e a sua vizinha Alexandra. Também foi interessante o modo como deu os nós nas pontas soltas do livro, como por exemplo na recuperação da mulher da varanda ou na regeneração de certos personagens.

A grande mensagem que retiro deste livro é que a vida é curta demais para esperarmos dela seja o que for, pelo que devemos ser nós a trilhar o nosso próprio caminho, sem grandes hesitações nem divagações, escolhendo bem os caminhantes que nos acompanham nessa jornada.

Fico com vontade de ler um segundo romance do autor.

***

"As pessoas são muito mais iguais umas às outras do que julgam (...)"

"O tédio, o mais puro dos aborrecimentos, desliga-nos de tudo: dos outros e do mundo, mas também de nós mesmos."

"Tenho a impressão de que a tristeza se esconde melhor nos cinzentos."

"O coração, se pudesse pensar, pararia" Bernardo Soares

"(...) a autoajuda é decoração de interiores para os que não suportam o seu exterior (...)"

"Eu quero é sonhos com ar condicionado."

"(...) uma mulher que eucalipta todas as outras (...)"


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