Está tudo iluminado
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Journal Entry 1 by SomethingSimple from Cascais, Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, February 16, 2014
Com uma velha fotografia na mão, um jovem americano visita a Ucrânia dos nossos dias em busca da mulher que pensa ter resgatado o seu avô dos nazis. Acompanhado por um tradutor incompetente, um velho perseguido pelas recordações da guerra e uma cadela rafeira, é conduzido de forma quixotesca através de um país devastado e arrastado para um passado estranho e surpreendente.
No início estranhei, achei que havia algo de muito errado com a tradução. Depois entendi: o livro começa por ser o relato de um miúdo ucraniano de 16 anos, que serve de tradutor e guia do próprio Jonathan Safran Foer na sua viagem à Ucrânia para visitar a aldeia do avô que não chegou a conhecer.
O pai do rapaz tem uma agência de viagens e, na falta de pessoal, recorre à ajuda do miúdo
"Alex, qual foi a língua que estudaste este ano na escola?"
"A língua do inglês" disse eu.
"És admirável nessa língua"
"Sou fluido".
O outro acompanhante na viagem é o avô do rapaz, que afirma ser cego desde que a mulher morreu, e é requisitado como motorista:
"O avô disse: "Não quero fazer isso. Estou retardado, e não me tornei uma pessoa retardada para ter de realizar merdas dessas". Aqui retardado é no sentido de reformado, e todo o livro está cheio destas más"traduções" - como flácido em vez de fácil ou empoleirado em vez de sentado. Às vezes torna-se difícil saber o que o rapaz quer exatamente dizer, mas isso também faz parte do jogo da leitura.
A par relato da viagem pela Ucrânica (feita pelo rapaz), há a história dos antepassados do autor, numa aldeia judaica, com personagens e situações muito divertidas, com uma pitada de realismo mágico, com muitas coisas estranhas a acontecerem.
Pelo meio existem as cartas que Alex escreve a Jonathan onde lhe vai dando conta do que vai acontecendo consigo depois de Jonathan ter regressado à América.
Se o livro começa por ser muito divertido, à medida que avança vai-ser tornando mais melancólico. Alex começa a deixar cair as máscaras, as dores do passado vêm à tona e são revelados acontecimentos trágicos.
Gostei imenso deste livro, pela forma original como está escrito (há situações que são mencionadas e só bem mais tarde esclarecidas), pela beleza de alguns excertos, pela mistura de cenas hilariantes com os silêncios que se vão instalando.
E pela forma como o autor fala dos judeus, com um misto de ternura e crítica "Os judeus são aquelas coisas que Deus adora. Uma vez que as rosas são belas, temos de concluir que Deus as ama. Por conseguinte, as rosas são judias. Seguindo a mesma linha de raciocínio, as estrelas e os planetas são judeus, todas as crianças são judias, a "arte" bonita é judia (...). A Capela Sistina será judia? O melhor que temos a fazer é acreditar que sim".
Há também comentários muito pertinentes sobre a memória dos judeus e sobre a existência (ou não) de Deus.
O pai do rapaz tem uma agência de viagens e, na falta de pessoal, recorre à ajuda do miúdo
"Alex, qual foi a língua que estudaste este ano na escola?"
"A língua do inglês" disse eu.
"És admirável nessa língua"
"Sou fluido".
O outro acompanhante na viagem é o avô do rapaz, que afirma ser cego desde que a mulher morreu, e é requisitado como motorista:
"O avô disse: "Não quero fazer isso. Estou retardado, e não me tornei uma pessoa retardada para ter de realizar merdas dessas". Aqui retardado é no sentido de reformado, e todo o livro está cheio destas más"traduções" - como flácido em vez de fácil ou empoleirado em vez de sentado. Às vezes torna-se difícil saber o que o rapaz quer exatamente dizer, mas isso também faz parte do jogo da leitura.
A par relato da viagem pela Ucrânica (feita pelo rapaz), há a história dos antepassados do autor, numa aldeia judaica, com personagens e situações muito divertidas, com uma pitada de realismo mágico, com muitas coisas estranhas a acontecerem.
Pelo meio existem as cartas que Alex escreve a Jonathan onde lhe vai dando conta do que vai acontecendo consigo depois de Jonathan ter regressado à América.
Se o livro começa por ser muito divertido, à medida que avança vai-ser tornando mais melancólico. Alex começa a deixar cair as máscaras, as dores do passado vêm à tona e são revelados acontecimentos trágicos.
Gostei imenso deste livro, pela forma original como está escrito (há situações que são mencionadas e só bem mais tarde esclarecidas), pela beleza de alguns excertos, pela mistura de cenas hilariantes com os silêncios que se vão instalando.
E pela forma como o autor fala dos judeus, com um misto de ternura e crítica "Os judeus são aquelas coisas que Deus adora. Uma vez que as rosas são belas, temos de concluir que Deus as ama. Por conseguinte, as rosas são judias. Seguindo a mesma linha de raciocínio, as estrelas e os planetas são judeus, todas as crianças são judias, a "arte" bonita é judia (...). A Capela Sistina será judia? O melhor que temos a fazer é acreditar que sim".
Há também comentários muito pertinentes sobre a memória dos judeus e sobre a existência (ou não) de Deus.
Poderia ficar por aqui mais um pedaço a falar sobre as cenas do livro que mais me tocaram, mas prefiro deixar isso à descoberta dos novos leitores.
Vou lançar um ring para que possa ouvir as vossas opiniões (boas ou más).
Inscritos:
- Pequete
- marialeitora
- janeka
- ArwenG
- ichigochi
- conto
- ladylouve
Vou lançar um ring para que possa ouvir as vossas opiniões (boas ou más).
Inscritos:
- Pequete
- marialeitora
- janeka
- ArwenG
- ichigochi
- conto
- ladylouve
Já está comigo.
Obrigada, irus, é sempre bom começar o dia com um livro novo na mão...
Vou tentar lê-lo a tempo de o levar para o encontro de Vila Real, e passá-lo aí à marialeitora.
Obrigada, irus, é sempre bom começar o dia com um livro novo na mão...
Vou tentar lê-lo a tempo de o levar para o encontro de Vila Real, e passá-lo aí à marialeitora.
Este é um livro estranho, escrito em três tempos e estilos totalmente distintos. Tal como já descrito pela irus, com mais pormenores, há o relato de uma viagem, a do autor americano que procura, na Ucrânia, uma mulher que terá ajudado os seus avós a escapar aos nazis. Esta parte é narrada pelo seu guia ucraniano, um rapaz de 16 anos, que escreve num inglês macarrónico, dando origem a passagens muito divertidas. Intercalada com esta, há a história dos antepassados judeus do autor, contada em "inglês normal", mas num estilo totalmente diferente, misturando realidade e fantasia, esta última em doses por vezes exageradas para o meu gosto, porque há partes que se tornam completamente incompreensíveis, pelo menos para mim, que sou mais do género terra-a-terra. Por fim, há uma série de cartas do rapaz para o autor, que vão revelando outras partes da história, que é complicada e contada com avanços e recuos, de tal forma que apenas perto do final se consegue percebê-la na sua totalidade - ou quase, porque, enfim, há partes que realmente são difíceis de perceber.
O livro tem passagens muito divertidas, outras muito duras, à medida que avança para os tempos da guerra. Tem partes muito bonitas e bem escritas, outras totalmente incompreensíveis e/ou disparatadas.
Que mais posso dizer? Talvez que, tal como o carro de Trachim, que caiu no rio, ou talvez não tenha caído, eu não gostei muito deste livro, ou talvez tenha gostado, porque se houve partes de que não gostei mesmo nada, outras houve que sim...
Só o acabei hoje, por isso já não fui a tempo de o passar em mãos à marialeitora. Vai ter que seguir pelo correio...
O livro tem passagens muito divertidas, outras muito duras, à medida que avança para os tempos da guerra. Tem partes muito bonitas e bem escritas, outras totalmente incompreensíveis e/ou disparatadas.
Que mais posso dizer? Talvez que, tal como o carro de Trachim, que caiu no rio, ou talvez não tenha caído, eu não gostei muito deste livro, ou talvez tenha gostado, porque se houve partes de que não gostei mesmo nada, outras houve que sim...
Só o acabei hoje, por isso já não fui a tempo de o passar em mãos à marialeitora. Vai ter que seguir pelo correio...
Seguiu hoje para a marialeitora. Espero que chegue são e depressa!
e chegou! e já há 3 ou 4 dias...e eu, cabeço chocha esqueci-me da JE! :)
aqui está e entretanto já peguei nele...primeiro estranha-se e depois entranha-se....
aqui está e entretanto já peguei nele...primeiro estranha-se e depois entranha-se....
O filme não me sai da cabeça. Estou a ler o livro e a ver as cenas...:( lá se foi o efeito surpresa. Mas o Jonathan é um belíssimo escritor e este livro muito, muito original. Por tudo o que vocês já disseram, gostei muito!
Segue para janeka logo que consiga estar com ela...
Segue para janeka logo que consiga estar com ela...
Recebido em mãos :) obrigada!
recebi hoje! obrigada pela partilha, há imenso tempo que queria ler este livro.
Gostei imenso deste livro, tudo o que a Irus disse no seu comentário anterior, eu digo exactamente o mesmo! Obrigada pela partilha, Irus! Segue para a Ichigochi.
Chegou hoje, mesmo a tempo de me facilitar a vida.
Terminei o livro da Agustina à hora de almoço e agora já não preciso de decidir o que vou ler a seguir... :)
Obrigada pela partilha, irus, e pelo envio, ArwenG!
Terminei o livro da Agustina à hora de almoço e agora já não preciso de decidir o que vou ler a seguir... :)
Obrigada pela partilha, irus, e pelo envio, ArwenG!
Já li e estou um bocado como a Pequete: acho que gostei mas talvez não tenha gostado assim tanto... :)
De uma coisa tenho a certeza: gostei muito mais do outro livro que li do mesmo autor (Extremely loud and incredibly close).
Nesse livro o autor também usa bastantes "artifícios" que o tornam original, mas, de alguma forma, pareceu-me que faziam mais sentido lá do que aqui... Talvez porque todo o livro é contado do ponto de vista de uma criança e é natural lê-lo como uma brincadeira.
Aqui achei que faria mais sentido uma história "séria". Até podia manter as partes cómicas escritas pelo narrador ucraniano pouco "fluido" em inglês, mas preferia ter visto contrastar com essas, uma história realista dos antepassados do Jonathan, que não entrasse no domínio da fantasia.
E também gostava que a relação entre as duas narrativas tivesse ficado melhor definida no final. Por exemplo, a "Augustine que não é Augustine" é na verdade a irmã grávida da história que conta? E também é a esposa muito grávida do avô de Jonathan na história que ele recria?
(Também devo confessar que aquela cena da mãe da mãe da mãe da mãe da mãe da avó e do pai do pai do pai do pai do pai do avô já me estava a tirar do sério... uma vez ou duas até é engraçado mas repetido à exaustão perde a piada - além de que a minha mente lógica teimava em ver de que modo é que a mãe da mãe da mãe da mãe da mãe da avó também podia ser a mãe da mãe da mãe da mãe do avô... ou como é que podia ser a mãe da mãe de alguém se só tinha tido filhos rapazes e entrava rapidamente em parafuso ;))
Não sabia que havia uma adaptação para filme.
Tenho alguma curiosidade em ver como é que ficou...
Obrigada pela partilha irus.
O livro já seguiu na sexta-feira para a conto.
A ladylouve está com pouca disponibilidade de momento e prefere recebê-lo a seguir.
De uma coisa tenho a certeza: gostei muito mais do outro livro que li do mesmo autor (Extremely loud and incredibly close).
Nesse livro o autor também usa bastantes "artifícios" que o tornam original, mas, de alguma forma, pareceu-me que faziam mais sentido lá do que aqui... Talvez porque todo o livro é contado do ponto de vista de uma criança e é natural lê-lo como uma brincadeira.
Aqui achei que faria mais sentido uma história "séria". Até podia manter as partes cómicas escritas pelo narrador ucraniano pouco "fluido" em inglês, mas preferia ter visto contrastar com essas, uma história realista dos antepassados do Jonathan, que não entrasse no domínio da fantasia.
E também gostava que a relação entre as duas narrativas tivesse ficado melhor definida no final. Por exemplo, a "Augustine que não é Augustine" é na verdade a irmã grávida da história que conta? E também é a esposa muito grávida do avô de Jonathan na história que ele recria?
(Também devo confessar que aquela cena da mãe da mãe da mãe da mãe da mãe da avó e do pai do pai do pai do pai do pai do avô já me estava a tirar do sério... uma vez ou duas até é engraçado mas repetido à exaustão perde a piada - além de que a minha mente lógica teimava em ver de que modo é que a mãe da mãe da mãe da mãe da mãe da avó também podia ser a mãe da mãe da mãe da mãe do avô... ou como é que podia ser a mãe da mãe de alguém se só tinha tido filhos rapazes e entrava rapidamente em parafuso ;))
Não sabia que havia uma adaptação para filme.
Tenho alguma curiosidade em ver como é que ficou...
Obrigada pela partilha irus.
O livro já seguiu na sexta-feira para a conto.
A ladylouve está com pouca disponibilidade de momento e prefere recebê-lo a seguir.
E chegou, yay!
Era mesmo o género de coisa que me estava a apetecer ler agora, que fixe.
Obrigada ichi e irus.
Era mesmo o género de coisa que me estava a apetecer ler agora, que fixe.
Obrigada ichi e irus.
(espaço reservado para futura JE, que agora vou ali e já venho)
Afinal não fui ali, mas nem por isso me despachei a escrever a JE. Não me sinto nada inspirada para a fazer, não sei porquê. Ou por outra, até sei. É que não sei explicar o que achei deste livro, deixou-me verdadeiramente ambivalente: em algumas alturas gostei de o estar a ler, noutras nem tanto; gostei de algumas coisas outras nem por isso e outras ainda que perdi pelo caminho... Parecia que havia alturas em que aquilo me fazia mais sentido do que noutras, não sei... Mas gostei. No fim ficou uma sensação de “afinal gostei”, mas a verdade é que durante a leitura houve várias fases em que achei que não.
É um livro que se estranha (imenso) e depois se entranha.
E não é tão bom (ou melhor dizendo, não gostei tanto como d') o primeiro que li dele (o Extremely Loud & Incredibly Close), mesmo reconhecendo o autor na escrita.
Ou seja, agora que li as restantes JEs, parece que as opiniões se repetem.
E também eu fiquei agora curiosa com o filme, que nem sabia existir. :) Tenho de ver se o descubro.
____________
Enviado hoje à ladylouve.
Journal Entry 17 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, March 26, 2015
Chegou ontem, mas só hoje consegui vir aqui registar :)
Começarei a lê-lo de seguida (assim que terminar o que tenho em mãos)
Muito obrigada pela partilha e também pelo envio :)
Começarei a lê-lo de seguida (assim que terminar o que tenho em mãos)
Muito obrigada pela partilha e também pelo envio :)
Journal Entry 18 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Friday, April 3, 2015
Terminei o livro, mas infelizmente não gostei mesmo nada.
Pareceu-me desnecessariamente confuso, escrito propositadamente num estilo que não prima pela lógica, uma espécie de "escreverei assim para vos impressionar e não porque é a minha própria maneira de escrever", o que torna tudo pretensioso e irritante. Não achei graça a quase parte nenhuma. Enfim, fica o meu comentário mais detalhado: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2015/04/esta-tudo-iluminado.html
Ainda assim, agradeço muito a partilha e o envio :) Vai agora regressar à procedência.
Pareceu-me desnecessariamente confuso, escrito propositadamente num estilo que não prima pela lógica, uma espécie de "escreverei assim para vos impressionar e não porque é a minha própria maneira de escrever", o que torna tudo pretensioso e irritante. Não achei graça a quase parte nenhuma. Enfim, fica o meu comentário mais detalhado: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2015/04/esta-tudo-iluminado.html
Ainda assim, agradeço muito a partilha e o envio :) Vai agora regressar à procedência.
Journal Entry 19 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Wednesday, April 8, 2015
Released 8 yrs ago (4/8/2015 UTC) at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal
CONTROLLED RELEASE NOTES:
Regressa hoje a casa :)
Regressado, são e salvo, à espera do próximo leitor.
Vai ser enviado para Nakipa no âmbito da book box virtual Quinta-feira,13
E este livro bem viajado encontra-se são e salvo nas minhas mãos. Obrigada irus por partilhares o livro comigo. :D