A Noite dos Calígrafos
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Rikkat Kunt é uma determinada mulher turca que decide, contra tudo e todos, entrar no meio masculino dos calígrafos, uma atividade que, mais do que escrever, é uma forma de contacto com o divino. Mas a luta contra os preconceitos masculinos na primeira metade do século XX não é o seu único problema. Quando o Presidente Ataturk decide romper com o Islão e abolir a língua e escrita árabes, Rikkat enfrenta uma batalha bem mais dura...
Esta é a história romanceada da primeira calígrafa feminina, avó da autora. A escrita é muito poética, com um toque de realismo mágico, dando-nos a conhecer todos os pormenores desta arte árabe que o “progresso” quis abolir. Há momentos que nos revoltam, mas a realidade é dura e a autora nunca deixa de mostrar como a sua avó traçou um caminho muito difícil.
Esta é a história romanceada da primeira calígrafa feminina, avó da autora. A escrita é muito poética, com um toque de realismo mágico, dando-nos a conhecer todos os pormenores desta arte árabe que o “progresso” quis abolir. Há momentos que nos revoltam, mas a realidade é dura e a autora nunca deixa de mostrar como a sua avó traçou um caminho muito difícil.
Seguiu para a conto, no âmbito da BookBox de Ficção Histórica.
Eis uma das minhas escolhas ao "revirar" o caixotão da Meg72.
Muito, mas muito obrigada Meg, até porque este foi lá enfiado a pensar em mim! :)
Muito, mas muito obrigada Meg, até porque este foi lá enfiado a pensar em mim! :)
Este livro aguçou-me a curiosidade e depois... desiludiu-me completamente.
Sendo um mundo que tem tudo para me encantar (adoro Istambul, adoro a escrita árabe e os choques culturais que a ocidentalização promovida por Atatürk trouxeram são um terreno mais do que fértil para a ficção), a forma como esta história está escrita levou (para mim) ao falhanço total do que poderia ser uma grande obra: é o efeito da escrita pretensamente poética (ou que assim me parece, se calhar é mesmo poética e eu é que não entendo nada de poesia, mas pronto).
Por outro lado, incomoda-me ver uma figura com uma vida tão rica como a desta mulher deve ter sido, com tantas influências e experiências ser assim reduzida a "tão pouco" como o que aqui é feito pela sua neta, pois é-nos apresentada uma mulher que se limita a cumprir um destino. Mas não deve ter sido assim. Rikkat Kunt era filha do autor de uma recolha de línguas e dialectos turcos e de uma pintora, passou a infância e a adolescência fora da turquia (Grécia e Líbano), os anos após o primeiro casamento na Alemanha e depois do segundo casamento mais uma ano em Atenas. Só depois de tudo isto regressa definitivamente a Istambul e ingressa na academia de belas artes onde, então sim, estuda as artes tradicionais turcas e a caligrafia e iluminura em particular. É só em 1944 (aos 41 anos!) que termina a sua tese e se torna bibliotecária da academia e em 1948 que sucede ao seu mestre e se torna a primeira mulher professora de caligrafia.
Por outro lado, se a república de Kemal Atatürk ditou o princípio do fim da caligrafia enquanto arte, foi ela que permitiu que mulheres como Rikkat Kunt se dedicassem a áreas até aí exclusivamente masculinas.
Enfim, um livro que promete e não cumpre, o que é uma pena.
Sendo um mundo que tem tudo para me encantar (adoro Istambul, adoro a escrita árabe e os choques culturais que a ocidentalização promovida por Atatürk trouxeram são um terreno mais do que fértil para a ficção), a forma como esta história está escrita levou (para mim) ao falhanço total do que poderia ser uma grande obra: é o efeito da escrita pretensamente poética (ou que assim me parece, se calhar é mesmo poética e eu é que não entendo nada de poesia, mas pronto).
Por outro lado, incomoda-me ver uma figura com uma vida tão rica como a desta mulher deve ter sido, com tantas influências e experiências ser assim reduzida a "tão pouco" como o que aqui é feito pela sua neta, pois é-nos apresentada uma mulher que se limita a cumprir um destino. Mas não deve ter sido assim. Rikkat Kunt era filha do autor de uma recolha de línguas e dialectos turcos e de uma pintora, passou a infância e a adolescência fora da turquia (Grécia e Líbano), os anos após o primeiro casamento na Alemanha e depois do segundo casamento mais uma ano em Atenas. Só depois de tudo isto regressa definitivamente a Istambul e ingressa na academia de belas artes onde, então sim, estuda as artes tradicionais turcas e a caligrafia e iluminura em particular. É só em 1944 (aos 41 anos!) que termina a sua tese e se torna bibliotecária da academia e em 1948 que sucede ao seu mestre e se torna a primeira mulher professora de caligrafia.
Por outro lado, se a república de Kemal Atatürk ditou o princípio do fim da caligrafia enquanto arte, foi ela que permitiu que mulheres como Rikkat Kunt se dedicassem a áreas até aí exclusivamente masculinas.
Enfim, um livro que promete e não cumpre, o que é uma pena.
Released 10 yrs ago (2/24/2014 UTC) at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal
CONTROLLED RELEASE NOTES:
E eis que este livro vai agora seguir, à procura de novas oportunidades, novos leitores e novas experiências, aproveitando a lotaria de Inverno promovida pelo Arvores e de que a wiccaa é a feliz vencedora. :)
Que a chuvada seja profícua e promova as melhores recolhas da primavera!!!
Que a chuvada seja profícua e promova as melhores recolhas da primavera!!!
Bem um histórico, muito obrigada por te lembrares que este é o meu género favorito
Já cá está!
Depois de ler os comentários, fiquei um pouco desiludido. Mas, logo se vê.
Obrigado pela partilha.
Depois de ler os comentários, fiquei um pouco desiludido. Mas, logo se vê.
Obrigado pela partilha.