O relatório de Brodeck
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De regresso à sua aldeia, Brodeck retoma o seu antigo trabalho de escrivão. Um dia, um estrangeiro vai viver para a povoação, mas os seus modos e hábitos estranhos levantam suspeitas; o seu discurso é formal, faz longas e solitárias caminhadas e, apesar de ser extremamente cordial e educado, nada revela sobre si próprio. Quando o estrangeiro começa a retratar a aldeia e os seus habitantes em quadros pouco lisonjeiros mas perspicazes, os aldeãos matam-no. As autoridades, que assistiram impávidas ao linchamento, ordenam a Brodeck que escreva um relatório que branqueie o incidente.
À medida que escreve o relatório oficial, Brodeck passa também para o papel a sua própria versão da verdade numa narrativa paralela. Numa prova ponderada e evocativa, ele entrelaça a história do estrangeiro na sua própria e dolorosa história e nos segredos sombrios que os habitantes da aldeia cuidadosamente escondem. Passado num tempo e lugar não definidos, O Relatório de Brodeck mistura o familiar com o desconhecido, mito e história, num romance poderoso e inesquecível.
À medida que escreve o relatório oficial, Brodeck passa também para o papel a sua própria versão da verdade numa narrativa paralela. Numa prova ponderada e evocativa, ele entrelaça a história do estrangeiro na sua própria e dolorosa história e nos segredos sombrios que os habitantes da aldeia cuidadosamente escondem. Passado num tempo e lugar não definidos, O Relatório de Brodeck mistura o familiar com o desconhecido, mito e história, num romance poderoso e inesquecível.
Tinha lido (e gostado de) outro livro deste autor (Almas Cinzentas), mas reparei que várias pessoas comentaram preferir "O relatório de Brodeck". Por isso, quando vi este à venda na Fnac por 4.99€, não resisti a levá-lo comigo... :)
Ao contrário do "Almas Cinzentas", que se passa numa aldeia inventada, mas situada num contexto histórico específico (1ª Guerra Mundial, no nordeste de França, suficientemente perto para ouvirmos os sons da guerra e vermos as colunas de soldados a passar por nós em direcção às trincheiras), este não se passa num local e num tempo concretos.
No início da leitura, isso fez-me sentir algum distanciamento do enredo, alguma imunidade às farpas da escrita: "O que quer que tenha acontecido e vai ser relatado não me pode afectar porque é completamente do domínio da fantasia..."
No entanto, a pouco e pouco, o meu posicionamento emocional foi mudando e fui deixando de conseguir manter esse distanciamento... e acho que não foram só os paralelismos que foi sendo possível fazer com a segunda guerra mundial, a perseguição dos judeus e os campos de concentração; mais do que isso, foi perceber que a natureza humana descrita no romance é real e que, infelizmente, toda a história é plausível. É isso que torna a leitura pungente e tão ou mais deprimente do que a do outro livro. E nem o riso ou o cantarolar inocente da criança Poupchette são suficientes para nos aliviar a alma dessa constatação.
Queria ainda referir uma coisa que também já tinha notado no outro livro: a quantidade de personagens emblemáticas que aparecem na história (face à extensão relativamente pequena do livro). É uma aldeia inteira que é descrita, mais as pessoas que o narrador conhece na capital e no campo de concentração, e cada personagem que é referida, mesmo que seja só de passagem, é caracterizada com um cunho particular que a distingue facilmente das outras personagens...
Ao contrário do "Almas Cinzentas", que se passa numa aldeia inventada, mas situada num contexto histórico específico (1ª Guerra Mundial, no nordeste de França, suficientemente perto para ouvirmos os sons da guerra e vermos as colunas de soldados a passar por nós em direcção às trincheiras), este não se passa num local e num tempo concretos.
No início da leitura, isso fez-me sentir algum distanciamento do enredo, alguma imunidade às farpas da escrita: "O que quer que tenha acontecido e vai ser relatado não me pode afectar porque é completamente do domínio da fantasia..."
No entanto, a pouco e pouco, o meu posicionamento emocional foi mudando e fui deixando de conseguir manter esse distanciamento... e acho que não foram só os paralelismos que foi sendo possível fazer com a segunda guerra mundial, a perseguição dos judeus e os campos de concentração; mais do que isso, foi perceber que a natureza humana descrita no romance é real e que, infelizmente, toda a história é plausível. É isso que torna a leitura pungente e tão ou mais deprimente do que a do outro livro. E nem o riso ou o cantarolar inocente da criança Poupchette são suficientes para nos aliviar a alma dessa constatação.
Queria ainda referir uma coisa que também já tinha notado no outro livro: a quantidade de personagens emblemáticas que aparecem na história (face à extensão relativamente pequena do livro). É uma aldeia inteira que é descrita, mais as pessoas que o narrador conhece na capital e no campo de concentração, e cada personagem que é referida, mesmo que seja só de passagem, é caracterizada com um cunho particular que a distingue facilmente das outras personagens...
Este livro acabou de embarcar na primeira viagem BC e logo a viagem mais especial de todas, com direito a transporte no trenó do Pai Natal. :)
Para onde irá?
Para onde irá?
HO HO HO!
Olá, ichigochi,
Obrigada, a prenda de Natal chegou. Pelo visto as renas pegaram um atalho, mas cumpriram a sua missão.
Desejo a você um 2015 cheio de surpresas maravilhosas e ótimas leituras.
Obrigada, a prenda de Natal chegou. Pelo visto as renas pegaram um atalho, mas cumpriram a sua missão.
Desejo a você um 2015 cheio de surpresas maravilhosas e ótimas leituras.