Debaixo de Algum Céu

by Nuno Camarneiro | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by conto of Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on 6/16/2013
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Journal Entry 1 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, June 16, 2013
Depois de ter lido "No Meu Peito Não Cabem Pássaros" e mais alguns textos do autor no blog http://www.acordarumdia.blogspot.pt, decidi partir para este, premiado com o Prémio Leya 2012, convicta de que poderia gostar.

Sinopse
Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.

Journal Entry 2 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Wednesday, June 26, 2013
Enviado à ichigochi, para que diga de sua justiça, enquanto me entretenho com os meus rings...

Journal Entry 3 by ichigochi at Vila Nova de Gaia, Porto Portugal on Thursday, July 4, 2013
Chegou hoje.
Obrigada conto.
Estou curiosa, as expectativas são grandes :)

Journal Entry 4 by ichigochi at Vila Nova de Gaia, Porto Portugal on Friday, August 23, 2013
Já li o livro há algum tempo mas andei a adiar a JE porque estava com dificuldades em alinhavar um comentário... :)

O livro está muito bem escrito, nada a apontar aí. Lê-se muito bem, tem muitas pérolas daquelas que nos fazem repensar as coisas e que dão boas citações, e também oferece o que é prometido - uma semana na vida dos habitantes de um prédio à beira-mar.
O problema é que, apesar de tudo isso, não fiquei encantada com a leitura e não estou a conseguir identificar o problema...
Será o narrador demasiado interveniente, sempre a filosofar sobre tudo e sobre nada, que não deixa o enredo fluir e não nos deixa aproximar o suficiente para nos envolvermos com as várias personagens?
Ou será o esquema da narrativa, dividida em 8 dias e que em cada dia salta constantemente de personagem para personagem para acompanharmos a vida de cada uma, nem que seja só para dizer que está a almoçar ou a ver televisão?
Ou será simplesmente por ter lido antes o "No meu peito não cabem pássaros"? Ao comparar os dois sinto que este, apesar de igualmente bem escrito, é mais banal, com um propósito menos ousado e menos ambicioso.

Em relação ao prémio Leya, só li um dos outros finalistas -"Os olhos de Tirésias"- e posso dizer que me encantou mais, sobretudo pela história, mas percebo que a escrita deste é de outro nível e talvez isso seja mais importante para o júri.

De resto, muito obrigada pelo empréstimo conto, este era um livro que eu ia querer ler mais cedo ou mais tarde e, graças a ti, foi mais cedo. ;)

Journal Entry 5 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Saturday, September 7, 2013
Voltou... Para o ler, dentro de momentos.

Bolas.
E li-o pouco depois, mas não registei logo a opinião e agora ela já não é fresquinha. Pelo contrário, está bem rançosa!!

Assim, sem conseguir explicar porquê, vou ter de me limitar a dizer que este livro me desiludiu, face às expectativas criadas com o "o meu peito não cabem pássaros". Não é um mau livro, claro que não, e está igualmente muitíssimo bem escrito. Mas... não sei o que lhe falta, sendo que é aquilo que me encantou no outro.


Journal Entry 6 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Wednesday, December 18, 2013
Regressou à ichigochi, para a acompanhar ao Clube Literário de Gaia onde vai ser um dos livros em discussão, com a participação do autor.
Boas tertúlias!

Journal Entry 7 by ichigochi at Vila Nova de Gaia, Porto Portugal on Friday, December 27, 2013
E aqui está de novo nas minhas mãos.
Muito obrigada conto, pelo re-empréstimo e pelo bloquinho muito giro que vinha com o livro.
Boas entradas em 2014! Que seja um ano fantástico para ti! :)

Journal Entry 8 by ichigochi at Vila Nova de Gaia, Porto Portugal on Saturday, January 11, 2014
Já cumpriu a sua missão e está pronto para voltar a casa, adicionado de um belo autógrafo do autor. :)

Reli o livro "na diagonal" para estar mais preparada para a discussão de ontem e é engraçado que desta vez consegui apreciá-lo um bocadinho mais. Será porque já conhecia o destino das personagens e pude lê-lo só pela escrita, sem prestar grande atenção ao enredo?
De qualquer forma não consegui pensar em nenhuma questão interessante para colocar ao autor e limitei-me a ouvir os comentários dos outros tertuliantes. (Na verdade tinha pensado que podia perguntar-lhe se a escolha do cenário junto ao mar tinha sido influenciada pela sua própria vivência - natural da Figueira da Foz e a viver em Aveiro - mas isso foi logo mencionado na primeira intervenção e eu remeti-me à minha insignificância... ;))

Quase todas as pessoas teceram rasgados elogios ao livro e referiram passagens em particular que as tinham marcado (nisso o livro é rico, sem dúvida).
Também se discutiu se o livro é triste ou não: as opiniões dividiram-se, mas o autor considera que não porque, apesar de algumas cenas mais dramáticas, as personagens não ficam deprimidas nem desistem de viver (ele não acha que o suicídio de Beatriz tenha sido um acto de desespero, mas sim de procura de tranquilidade).

Depois houve quem tivesse reparado em coisas que eu nem sonhei... Por exemplo, uma pessoa fez paralelismos entre o livro e o Purgatório de Dante: sete inquilinos ao longo de sete dias (por acaso são oito mas não quis contrariá-la :)), que tentam de alguma forma resolver as suas vidas... O autor concordou com a correspondência e disse que mesmo os nomes das personagens eram retirados de Dante(!!!) e que ao desenhar as personagens tinha atribuído um pecado a cada uma - esse pecado nem sempre é muito evidente mas ajudou-o na sua definição...

Também se falou da simplicidade da estrutura narrativa e o autor disse que achava que não se devia acrescentar complexidade ao que já a tem. Aquilo que ele aborda já é tão complexo - nós, as nossas vidas, as nossas relações - que ele acha que não faz sentido criar uma obra críptica ou esotérica que interponha uma barreira quase intransponível entre o leitor e a narrativa... E referiu um autor que ele gosta muito de ler e que tem precisamente este estilo - Kundera.

O autor também comparou este livro com o primeiro. Segundo ele, enquanto o "No meu peito não cabem pássaros" resultou de um trabalho mais introspectivo, em que tentou responder às velhas questões - Quem sou eu? O que é que me inquieta? - entrando na pele de três personagens igualmente introspectivos, este livro já é uma coisa diferente: foi uma tentativa de olhar para fora, para "o outro" e perguntar-se "Como é que é ser-se uma jovem mãe? Ou um padre? Ou uma senhora viúva? Ou um senhor reformado? Ou um adolescente?" e por aí fora...
Ele diz que no dia-a-dia é muito observador e pergunta-se frequentemente o que é que determinada pessoa estará a pensar ou que problemas terá na sua vida. Ele é bolseiro de pós-doutoramento na Universidade de Aveiro mas dá aulas na Universidade Portucalense, no Porto, de modo que viaja de comboio frequentemente entre as duas cidades e costuma tirar apontamentos sobre coisas interessantes que observa nos outros passageiros ou frases que os ouve dizer.

Como o livro fala bastante de Deus e inclui cenas relacionadas com o próprio rito da Eucaristia (leituras, cânticos, homilias, ...) alguém perguntou qual era a relação do autor com a religião. Ele disse que teve uma educação católica, como todos naquela altura e naquele meio, mas que, crendo ou não em Deus (não disse qual era o caso), há perguntas que só se podem fazer a Ele - enquanto entidade que sabe tudo e observa de fora com uma perspectiva global - e que, por isso, Deus pode ser um instrumento muito interessante em literatura... Além disso, considera que a Bíblia tem partes de grande beleza poética e literária e lê-a com frequência, particularmente livros como o Apocalipse, os Evangelhos, o Eclesiastes, etc...

Isto é só um pequeno resumo do que foi a sessão, para te trazer um bocadinho da experiência e para eu própria relembrar mais tarde...
(Se entretanto me lembrar de mais alguma questão interessante, venho aqui acrescentar.)

Obrigada mais uma vez pelo empréstimo (e pelo re-empréstimo).
O livro seguirá para casa nos próximos dias. :)

Journal Entry 9 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Friday, January 24, 2014
E cá chegou ele a casa, carregando agora o peso da assinatura do autor. :)

Reafirmando o que tive oportunidade de dizer no fórum, muitíssimo obrigada, ichigochi, pela enorme mais-valia da JE que este livro agora transporta consigo e que quase deu para nos sentirmos nessa tertúlia contigo!
Agora, claro, ficamos na expectativa das próximas sessões... ;)

Não posso, ainda, deixar de completar a tua JE com a curiosidade de que te lembraste depois e que acrescentaste no fórum:

"O autor disse que o livro era para se ter chamado "Nem Sol nem Calma Alguma", que é uma expressão do Apocalipse, mas quando decidiu enviar o manuscrito para o Concurso do Prémio Leya teve de pensar noutro título porque já tinha mencionado aquele numa entrevista ao DN e o manuscrito submetido a concurso não poderia ser identificável. Depois de saber que tinha ganho, ainda tentou voltar ao título anterior mas não conseguiu...
Encontrei a tal entrevista: www.dn.pt

"Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima." Apocalipse 7:16,17
(Encontrei a citação na página de Deus do facebook (E perguntam vocês: mas Deus também está no facebook? Claro! Pois se Ele está em todo o lado! ;)): www.facebook.com)"

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