No meu peito não cabem pássaros
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Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de Nova Iorque a um rapaz misantropo que chega a Lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros. Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo.
Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar.
Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.
Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens.
Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar.
Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.
Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens.
Este é um livro com uma linguagem muito poética e filosófica que precisa de alguma dedicação para ser devidamente degustado.
Confesso que me escapou o sentido de algumas passagens (que talvez merecessem a tal dedicação, às vezes tenho a tentação de ler depressa, de chegar ao fim, de poder dizer já li, de poder contabilizar mais um livro e esqueço-me de saborear, interiorizar, ponderar e ruminar as ideias e/ou as emoções transmitidas) mas ainda assim, ao longo do livro, foram mais numerosas as vezes em que me senti cativada, e por vezes mesmo deslumbrada, com as imagens que o autor invoca e com a maneira como usa as palavras.
Para além disso, gostei bastante da ideia que esteve na base do livro - "inventar dias" a três personagens (2 históricas e 1 literária) que vamos acompanhando ao longo da narrativa, em capítulos alternados, sem nunca se cruzarem - e acho que o autor conseguiu imprimir um cunho próprio a cada uma dessas 3 narrativas paralelas.
Fernando, Jorge e Karl, em Lisboa, Buenos Aires e Nova Iorque, respectivamente, no início do século XX. Fernando e Jorge são facilmente identificados, Karl é mais complicado, só com a ajuda do Google é que descobri tratar-se de uma personagem de um romance de Kafka que nunca li. Convém dizer que não se trata de nenhuma tentativa de reconstituição histórica, o autor baseou-se em pormenores conhecidos da vida das 3 personagens e entrou na pele delas para lhes inventar pensamentos, acções, sonhos e experiências...
Deixo aqui o link de um vídeo do autor a falar sobre o livro.
Já agora, um último pormenor de somenos importância: a sinopse e os recortes de jornais com notícias sobre os cometas de 1910 tinham-me levado a pensar que eles iam ter um papel mais relevante no livro.
Confesso que me escapou o sentido de algumas passagens (que talvez merecessem a tal dedicação, às vezes tenho a tentação de ler depressa, de chegar ao fim, de poder dizer já li, de poder contabilizar mais um livro e esqueço-me de saborear, interiorizar, ponderar e ruminar as ideias e/ou as emoções transmitidas) mas ainda assim, ao longo do livro, foram mais numerosas as vezes em que me senti cativada, e por vezes mesmo deslumbrada, com as imagens que o autor invoca e com a maneira como usa as palavras.
Para além disso, gostei bastante da ideia que esteve na base do livro - "inventar dias" a três personagens (2 históricas e 1 literária) que vamos acompanhando ao longo da narrativa, em capítulos alternados, sem nunca se cruzarem - e acho que o autor conseguiu imprimir um cunho próprio a cada uma dessas 3 narrativas paralelas.
Fernando, Jorge e Karl, em Lisboa, Buenos Aires e Nova Iorque, respectivamente, no início do século XX. Fernando e Jorge são facilmente identificados, Karl é mais complicado, só com a ajuda do Google é que descobri tratar-se de uma personagem de um romance de Kafka que nunca li. Convém dizer que não se trata de nenhuma tentativa de reconstituição histórica, o autor baseou-se em pormenores conhecidos da vida das 3 personagens e entrou na pele delas para lhes inventar pensamentos, acções, sonhos e experiências...
Deixo aqui o link de um vídeo do autor a falar sobre o livro.
Já agora, um último pormenor de somenos importância: a sinopse e os recortes de jornais com notícias sobre os cometas de 1910 tinham-me levado a pensar que eles iam ter um papel mais relevante no livro.
E o livro vai passear por aí:
-conto
-marialeitora
-Maria-Nunes
-fungaga
-w_a_s_p
-vcrazygirl
-Jota-P
-sombrArredia
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-sombrArredia
Seguiu hoje finalmente para a conto. Desculpem a demora a iniciar o ring...
Boa viagem e boas leituras a todos. :)
Boa viagem e boas leituras a todos. :)
Gostei muito deste livro e faço as minhas as palavras da ichigoch, que tão bem descreveu quase tudo o que eu teria para dizer deste livro. O pouco mais que eu teria ainda a dizer... não o sei pôr em palavras. :(
Acho que é essencialmente um livro muito bonito, mas tão bem escrito que, realmente, se diferenciam bem as personagens. Destas, creio que a minha favorita foi o Jorge enquanto criança, que realmente me deslumbrou. A que menos gostei foi a do Fernanado, que em alguns momentos quase me conseguiu entediar, sem nunca chegar a tal no entanto.
Perceber, não percebi muita coisa, a começar pelos anagramas de Buenos Aires (Sueson Birea, Eusson Birea, Eusaon Bires, Eusaor Bines, Eusaor Nibes, Auseor Nibes, Auseor Bines, Suseor Binea e por aí fora), passando pelas partes em que se divide o livro (exórdio, confronto, acerto, assombro e fecho) e a terminar em capítulos inteiros a que não atingi o sentido, se é que o tinham. Assumo que o mal seja meu.
Muito obrigada ichigochi, por me teres dado a conhecer mais um grande autor. Vou ficar atenta e a aguardar pelo que veio a dar azo ao prémio Leya, sem dúvida!
Segue já amanhã para a marialeitora.
Um PS para acrescentar um link para o blog dele, que tem alguns textos interessantes: http://www.acordarumdia.blogspot.pt/
Acho que é essencialmente um livro muito bonito, mas tão bem escrito que, realmente, se diferenciam bem as personagens. Destas, creio que a minha favorita foi o Jorge enquanto criança, que realmente me deslumbrou. A que menos gostei foi a do Fernanado, que em alguns momentos quase me conseguiu entediar, sem nunca chegar a tal no entanto.
Perceber, não percebi muita coisa, a começar pelos anagramas de Buenos Aires (Sueson Birea, Eusson Birea, Eusaon Bires, Eusaor Bines, Eusaor Nibes, Auseor Nibes, Auseor Bines, Suseor Binea e por aí fora), passando pelas partes em que se divide o livro (exórdio, confronto, acerto, assombro e fecho) e a terminar em capítulos inteiros a que não atingi o sentido, se é que o tinham. Assumo que o mal seja meu.
Muito obrigada ichigochi, por me teres dado a conhecer mais um grande autor. Vou ficar atenta e a aguardar pelo que veio a dar azo ao prémio Leya, sem dúvida!
Segue já amanhã para a marialeitora.
Um PS para acrescentar um link para o blog dele, que tem alguns textos interessantes: http://www.acordarumdia.blogspot.pt/
Chegou hoje e vou já pegar nele! :)
Que livro lindo. Senti-me a ler um poema. De resto, vocês já disseram tudo e agora que vim aqui para fazer a JE e que li os vossos comentários é que percebi umas coisas que me estavam a escapar...:)
já está envelopado e segue para a Maria Nunes ainda hoje!
já está envelopado e segue para a Maria Nunes ainda hoje!
Journal Entry 9 by Maria-Nunes at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, March 21, 2013
já está comigo!
vou tentar não o reter muito tempo.
obrigada pela partilha e pelo envio :-)
vou tentar não o reter muito tempo.
obrigada pela partilha e pelo envio :-)
Journal Entry 10 by Maria-Nunes at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, March 28, 2013
Aquela que seria a minha JE foi já escrita pela Conto :-p
Resta-me, portanto, subscrever as palavras dela.
Tenho curiosidade em ler mais alguma coisa deste autor...
aguardo a morada da pessoa seguinte da lista.
Resta-me, portanto, subscrever as palavras dela.
Tenho curiosidade em ler mais alguma coisa deste autor...
aguardo a morada da pessoa seguinte da lista.
Já chegou, obrigada Maria-Nunes!
Acabei de ler o livro na semana passada e, por acaso, apanhei este fim-de-semana uma entrevista com o autor, no programa "Bairro Alto". Gostei do autor e do livro, mas devo dizer que, por vezes, me senti um bocado aborrecida. Na entrevista, ele explicou que o livro é quase um conjunto de contos que se sucedem sem se interligarem, que resultou de um desafio da editora, que não quis apostar numa obra de contos e o "pressionou" para escrever um romance.
Depois de ouvir esta explicação, percebi que o que me tinha desagradado foi o facto de as várias histórias serem muito densas, terem linguagens poéticas e frases muito fortes que resultariam melhor como conto e não intercaladas.
Seja como for, gostei mesmo muito de conhecer este autor, vou sem dúvida repeti-lo no futuro. Obrigada, ichigochi!
Depois de ouvir esta explicação, percebi que o que me tinha desagradado foi o facto de as várias histórias serem muito densas, terem linguagens poéticas e frases muito fortes que resultariam melhor como conto e não intercaladas.
Seja como for, gostei mesmo muito de conhecer este autor, vou sem dúvida repeti-lo no futuro. Obrigada, ichigochi!
Chegou hoje. Obrigado.
Comecei a ler estes dias. Dentro de poucos dias devo tê-lo lido. Peço desculpa pela demora.
Segue na próxima semana para o JotaP.
Eu gostei muito do livro, lê-se muito bem e tem passagens muito boas. No entanto, penso que o enredo em si poderia ter sido mais desenvolvido. Também houve coisas que não percebi, sendo a principal as designações de Buenos Aires. No entanto, é um autor a não perder de vista.
Edit (25/07) Enviado ontem. Desculpem a demora.
Segue na próxima semana para o JotaP.
Eu gostei muito do livro, lê-se muito bem e tem passagens muito boas. No entanto, penso que o enredo em si poderia ter sido mais desenvolvido. Também houve coisas que não percebi, sendo a principal as designações de Buenos Aires. No entanto, é um autor a não perder de vista.
Edit (25/07) Enviado ontem. Desculpem a demora.
ichigochi, andavas a ler este livro quando nos encontrámos no Porto em Dezembro último, lembras-te? Fiquei curioso na altura e agora aqui está ele! Obrigado pela partilha!
Já terminei de ler o livro há dois ou três dias, mas tenho sido preguiçoso para cá vir escrever um comentário, até porque a ichigochi e a conto escreveram praticamente tudo o que eu também pensei sobre este livro. Tal como elas, houve coisas que não percebi, a começar pelo facto de se dar algum ênfase ao cometa Halley logo no início, sem que depois este venha a ser muito preponderante nas diferentes histórias (recordo-me apenas de em Nova Iorque se referir que o céu estava a arder: era uma referência ao cometa?). Também não percebi as diferentes designações de Buenos Aires (seria devido ao fascínio inicial de Jorge pelas letras, que tanto serviam para uma pessoa escrever as suas próprias histórias pessoais, como para ler as histórias pessoais de outros?)...
No entanto, posso acrescentar algo: gostei muito mais deste No Meu Peito Não Cabem Pássaros do que do Debaixo de Algum Céu (o tal livro que garantiu a Camarneiro o Prémio Leya). Achei que No Meu Peito... está escrito numa linguagem muito poética e num estilo tão pessoal que claramente demarca este autor dos outros que pertencem à nova geração da literatura portuguesa.
No entanto, posso acrescentar algo: gostei muito mais deste No Meu Peito Não Cabem Pássaros do que do Debaixo de Algum Céu (o tal livro que garantiu a Camarneiro o Prémio Leya). Achei que No Meu Peito... está escrito numa linguagem muito poética e num estilo tão pessoal que claramente demarca este autor dos outros que pertencem à nova geração da literatura portuguesa.
Já cá o tenho !
Depois entrego-te em mãos Ichi :)
Depois entrego-te em mãos Ichi :)
Está comigo desde a Tertúlia BC na Festa do Outono de Serralves. Esqueci-me de fazer JE na altura...
Disponível para novas viagens. :)
Disponível para novas viagens. :)
E foi dar mais uma volta, desta vez até à casa da ArwenG.
Boa viagem e boa leitura :)
Boa viagem e boa leitura :)
Curiosamente, gostei deste, mas gostei mais do "Debaixo de Algum Céu"... achei este mais complicado e dificil de entender... Muito "armado" em intelectual... Mas de qualquer modo obrigada pelo empréstimo, segue de volta para a Ichigochi
vai para a Wicca..
E chegou a Aveiro
nem vou ler os outros comentários para não ser influenciada, já basta a expectativa por ser o autor que é :)
nem vou ler os outros comentários para não ser influenciada, já basta a expectativa por ser o autor que é :)