A Boneca de Kokoschka

by Afonso Cruz | Literature & Fiction |
ISBN: Global Overview for this book
Registered by conto of Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on 11/25/2012
Buy from one of these Booksellers:
Amazon.com | Amazon UK | Amazon CA | Amazon DE | Amazon FR | Amazon IT | Bol.com
3 journalers for this copy...
Journal Entry 1 by conto from Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, November 25, 2012
A ler...

Um pedaço da opinião de Pedro Teixeira Neves (tirada daqui: http://pedroteixeiraneves.wordpress.com)
"As ideias, antes do mais as ideias, as ideias expressas num modo muito peculiar e insólito de ver, percepcionar, sentir e medir o pulso do mundo. O mundo nos seus contornos globais, mas também nos pequenos quês do real quotidiano. E desse mesmo modo a sua singular maneira de nos dar a ver a nós próprios, portanto de despir em palavras o Homem, o Ser Humano, nós. Imaginativo, irónico, intuitivo, este romance de Afonso Cruz é uma espécie de puzzle sobre a vida e o ser humano. Ao mesmo tempo, uma intrincada rede de histórias que no espaço e no tempo confluem e interagem mediante diversos pontos de contacto, organizando-se, desfazendo-se e reorganizando-se a todo o instante e ao longo da narrativa. De algum modo, aquilo que este romance mais nos faz recordar são os quadros de Escher, com a sua tridimensionalidade, as suas espirais que a um só tempo parecem subir e descer, indo sempre parar ao mesmo sítio, divergindo e convergindo a um só tempo – no caso, a várias vozes; as das personagens que aqui o autor nos apresenta, todas elas cheias de mundos dentro de si mesmas, tal qual as personagens que Mathias Popa encena e cria, não como suas personagens, mas personagens de personagens. A trama é, na realidade, algo labiríntica, contribuindo sobremaneira para isso um certo pendor experimental que assiste ao livro, e só final temos a percepção exacta do todo e do modo como as suas muitas partes se interligam."

Journal Entry 2 by conto at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Sunday, December 2, 2012
Acabei e adorei. Já tinha ficado a gostar da escrita dele com "os livros que devoraram o meu pai" mas sem gostar por aí além do conteúdo que me pareceu ser uma boa ideia pouco trabalhada. Já neste, achei que ele trabalhou a ideia mais ao limite e que ela resultou muito bem e gosto de muitas e pequenas coisas, algumas construções, algumas frases.

Alguns exemplos:

"Um som quase inaudível, daqueles ensurdecedores."

"Um mendigo era sempre atendido nas suas preces e um rabino, ao ver que assim era, perguntou-lhe como é que ele fazia. como era possível que todas as suas preces fossem atendidas? O mendigo disse-lhe, ao rabino, que não sabia ler nem escrever, por isso recitava o alfabeto, limitava-se a dizer as letras, umas a seguir às outras, e pedia ao eterno que as organizasse da melhor maneira possível. (...)
E aquelas (...) letras era tudo o que era preciso (...).Deus faria o resto. Lá em cima, o que Ele faz é jogar scrabble. As pessoas dão-lhe umas letras, julgam que sabem o que querem, mas não sabem, e Deus com aquelas peças reorganiza tudo e faz novas palavras. Tudo se resume a um jogo de salão.
E Deus nem é um grande jogador, como se pode ver pelas bombas que caem lá fora."

Journal Entry 3 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Monday, October 20, 2014
Já depois de eu o ler foi passear até à Nin-guem que também gostou muito de o conhecer.
Agora vai apanhar ares mais a norte e conhecer a hospitalidade da marialeitora.

Journal Entry 4 by marialeitora at Vila Real, Vila Real Portugal on Tuesday, October 28, 2014
e chegou! ;) obrigada, conto! vou tratar bem deles. Da boneca e do Afonso que é uma jóia de moço!

Journal Entry 5 by marialeitora at Vila Real, Vila Real Portugal on Monday, November 10, 2014
Uma escrita riquíssima, com metáforas e analogias de nos deixar sem fôlego. Um autor que, parece-me, me vai ajudar a fazer as pazes com a literatura portuguesa contemporânea.
Muito obrigada, conto! Já seguiu hoje!

Journal Entry 6 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Thursday, November 13, 2014
E regressou a casa.
Que bom que gostaste, marialeitora, fico contente!

Journal Entry 7 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Tuesday, December 9, 2014

Released 9 yrs ago (12/9/2014 UTC) at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal

CONTROLLED RELEASE NOTES:

Mais uma voltinha, mais uma viagem!
Segue agora para o joaquimponte, novíssimo membro desta nossa seita dos livros, que ficou curioso após a recomendação do Jota-P (cuja opinião pode ser vista aqui: http://www.segredodoslivros.com/sugestoes-de-leitura/a-boneca-de-kokoschka.html).

Espero que gostes Joaquim. E já sabes: JE à chegada e outra no final da leitura, quando o devolveres, preferencialmente com o que achaste, ok?

Journal Entry 8 by joaquimponte at Lumiar - Quinta das Conchas, Lisboa (cidade) Portugal on Thursday, December 11, 2014
Chegou hoje cheio de frio mas saudável. Vou aquecê-lo com os olhos e devovê-lo com mãos cuidadosas.
Uma estreia e uma surpresa inesperada para este Natal!
Obrigado

Journal Entry 9 by joaquimponte at Lumiar - Quinta das Conchas, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, January 6, 2015
Foi o meu primeiro livro BK e achei-o magnífico, envolvente, uma surpresa, dando razão ao jota-P que sugeriu a leitura e à conto que generosamente me enviou o livro.

Vou colocá-lo no correio na data que combinamos mas entretanto coloco já o "meu resumo".
É talvez longo, porque sou assim, gosto de esmiuçar o livro para contar o detalhe.

Perdoa este abuso. Mas como descrever uma história sem a recontar?
OBRIGADA

Journal Entry 10 by joaquimponte at Lumiar - Quinta das Conchas, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, January 6, 2015
A BONECA DE KOKOSHKA ( Impressões)

Um livro original , capaz de nos surpreender no modo como enreda três histórias numa única, construída sobre personagens que são como fios de vida, aparentemente distantes, mas que se enleiam como matrioskas russas.
Curioso que é nos pequenos pormenores, onde se penduram reflexões e saberes inspirados, dispersos mais ou menos ao acaso, que verdadeiramente o leitor, fica enleado dentro das histórias. Eles são como pérolas num bordado intrincado.

E assim se lê como Isaac saboreava um rebuçado: lentamente mas sem parar.

Revela também uma cultura bem proporcionada e que espelha de modo inteligente. Por exemplo, na inesperada interpretação do episódio bíblico do Êxodo e de Moisés que relaciona com a procura de sentido para a vida : ”Não fechamos os olhos para dormir , mas para ver..” ou quando o negro Eduwa, antes de morrer ,pede a Anastazia “ oferece por mim uma oferenda a Oshun” ( a deusa africana). Porque está implícita a semelhança com a mesma frase do filósofo ateniense Sócrates ao pedir, antes de morrer, que fizessem uma oferenda a Esculápio ( e o seu sentido é um mistério a investigar...).
Curiosos sentidos escondidos que A.Cruz não explicita , antes sugere ( um "método" que o autor repete, ao longo do livro).

Ao mesmo tempo revela um delicado sentido de humor “ … tinha duas irmãs muito feias … e eu costuma dizer que a mais bela era a do meio ..” ou então..” espreitei uma delas despindo-se e fiquei surpreso …havia ali uma incoerência… e nós não esquecemos a primeira vez que vimos uma incoerência toda nua” e há mais, muitas até.

Na verdade o conto da Boneca de Kokoshka é apenas uma das historias do livro e o episódio em si parece minúsculo, desligado do enredo e no entanto é central, porque nos leva até aquele que me parece ser o personagem central desta história: Mathias Popa , o homem que era sobrinho de sua avó…. “ e capaz de palavras subterrâneas, daquelas que entram por tuneis na alma das pessoas”

Creio que este bonito livro traz uma revelação : estamos todos interligados, por laços que parecem invisíveis mas que são feitos do tecido do acaso e escritos em letras de DNA.

Por isso, a súmula da mensagem está, para mim, nas cartas de amor que Bonifacio, apaixonado, pede a Isaac para escrever por ele : “ E nós , minha adorada, temos a eternidade de novos começos… para nos encaixarmos um dentro do outro como aquelas bonecas russas. Eu dentro de si e a condessa dentro de mim, ad infinitum”.

A frase final do livro é sintoma deste eterno recomeço , destes laços escondidos dentro de nós e que nos encaixam uns nos outros, ao escritor e ao leitor, numa só história. Um desconhecido num bar, diz a Adele : “ Para ser sincero. Não a conheço. Mas sinto que devo forçar o destino” ( Ou sera o destino a gerar estas palavras?).

Gostei deveras do livro, ainda que para o final, sentisse um certo artificio desnecessario ao enredo, que perdoei, porque é lógico : este forçar da história deve fazer também parte do destino.


Journal Entry 11 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Thursday, January 15, 2015
Que bom que gostaste Joaquim.

Journal Entry 12 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Sunday, November 12, 2017
Emprestado no verão a um colega de trabalho, o RG.
19.Dez.2017 - E de novo regressado às estantes; o R gostou muito também :)

Journal Entry 13 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Thursday, January 16, 2020
Emprestado à M, numa quarta com copos.

Are you sure you want to delete this item? It cannot be undone.